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Estado de Minas POL�TICA

Centr�o avan�a em cargos ocupados por militares


postado em 03/05/2020 16:00

Conhecido por dar as cartas do poder, o Centr�o avan�a agora em �reas do governo antes restritas aos militares. Em um esfor�o pessoal para montar sua frente anti-impeachment no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro tenta abrigar os partidos do bloco em diretorias estrat�gicas de ag�ncias, bancos regionais, funda��es e estatais que operam or�amentos bilion�rios.

A abertura da m�quina federal aos apadrinhados de lideran�as envolvidas em opera��es policiais nos governos do PT e de Michel Temer j� come�ou a frear a "militariza��o" dos �rg�os p�blicos e se expande para parte dos 106 postos do primeiro ao terceiro escal�es, ocupados por oficiais da reserva e da ativa.

Uma das joias cobi�adas neste ano de elei��es municipais � o Minist�rio do Desenvolvimento Regional. A pasta comandada por Rog�rio Marinho tem or�amento de R$ 33,2 bilh�es para pequenas obras nos grot�es. O Pal�cio do Planalto ofereceu ao Progressistas, sigla presidida pelo senador Ciro Nogueira (PI) - uma das estrelas do Centr�o citadas na Lava Jato -, cargos no Departamento Nacional de Obras contra as Secas, o Dnocs. Subordinado ao minist�rio, o Dnocs j� � controlado pelo grupo do deputado Genecias Noronha (SD-CE), que indicou o diretor-geral, Jos� Rosil�nio Ara�jo. O Progressistas, antigo PP, ainda recebeu oferta de diretorias na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O governo decidiu negociar cargos em outros setores da pasta, como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e do Parna�ba (Codevasf), que tem or�amento previsto de R$ 1,6 bilh�o neste ano, a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) e os �rg�os de desenvolvimento regional Sudene, Sudam e Sudeco. Uma parte desses cargos foi oferecida ao PL de Valdemar Costa Neto. Condenado no mensal�o e investigado pela Lava Jato, o ex-deputado dever� ter, ainda, postos no Banco do Nordeste, na Sa�de, nas ag�ncias reguladoras e conselhos de estatais.

H� tamb�m disputas entre os partidos na distribui��o de cargos: o DEM bateu o p� e continuar� no comando da Codevasf, mas diretorias da estatal ser�o divididas entre outros partidos do bloco. No caso do Banco do Nordeste, o Planalto imp�s a condi��o de que o indicado pelo partido seja de carreira, isto �, um servidor cooptado pela legenda, para evitar desgastes na imagem do governo.

Dos nove ministros militares, um pode perder o cargo para o Centr�o. Motivo: o PSD do ex-prefeito de S�o Paulo Gilberto Kassab pretende voltar a controlar o Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Comunica��es. Kassab tamb�m est� de olho nos Correios, presidido pelo general Floriano Peixoto.

Casamento

Os grupos do Centr�o e dos militares s�o vistos como esteios de Bolsonaro, mas o crescimento de um no governo pode se dar em detrimento do outro. A Secretaria Especial do Esporte � um exemplo recente desse cabo de guerra. Numa s� tacada, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), dispensou em mar�o tr�s coron�is do Ex�rcito.

Na pr�tica, a atual rodada de negocia��o do Planalto com o Centr�o come�ou em mar�o, mas Bolsonaro esperou at� meados de abril para informar � sua equipe que precisava abrir de vez a "porteira" do governo ao bloco. Em uma das reuni�es, o ent�o ministro da Justi�a S�rgio Moro discordou. Rog�rio Marinho, do Desenvolvimento Regional, tamb�m reclamou. Bolsonaro tem uma resposta pronta para seu eleitorado que recha�a o Centr�o. "Tem dezenas de milhares de cargos. Se um ministro quiser dar um cargo para algu�m do partido sem eu saber, voc� acha que isso pode acontecer? Pode", disse ele na �ltima ter�a-feira, 28.

Chega a 80 o n�mero de superintendentes em postos de terceiro escal�o com poder de mando, nomeados por causa da alian�a pol�tica. Dez partidos emplacaram apadrinhados: PSD (4), MDB (3), PL (3), PSL (3), Progressistas (2), PSC (2), SD (2), DEM (1), PTB (1) e Cidadania (1). Na outra ponta, a caserna continuou contemplada, mas em escala menor. Neste ano, a propor��o de superintendentes nomeados foi de dez com elos partid�rios para cinco militares. O general Ant�nio Filho � mais um que pode perder o Dnit para o Centr�o.

Bolsonaro se convenceu de que est� numa encruzilhada, de acordo com aliados. Ex-capit�o, ele se v� diante da possibilidade de repetir Dilma Rousseff, que sofreu impeachment, ou Michel Temer, que fez sucessivas negocia��es pol�ticas para completar o mandato. Segundo um aliado, foi uma absurda capacidade de criar crises que abriu o governo mais r�pido para os partidos.

Com passagens pelo PTB de Roberto Jefferson e PP de Paulo Maluf, Bolsonaro voltou � sua origem: um representante do Centr�o. S� que agora no Pal�cio do Planalto. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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