O ministro Augusto Heleno (GSI) afirmou � Pol�cia Federal que o presidente Jair Bolsonaro lhe teria dito, 'em uma ou outra oportunidade', e na presen�a do ex-ministro S�rgio Moro, que precisava de algu�m 'mais ativo' no comando da Pol�cia Federal. O ministro tamb�m disse achar 'natural' a escolha de uma 'pessoa pr�xima' para exercer a chefia da corpora��o.
"Mais ativo no sentido de maior produtividade, o que n�o envolveria maior produ��o de relat�rios de intelig�ncia ainda que isso possa estar inclu�do no conceito de produtividade", esclareceu o ministro.
Sobre a indica��o de Alexandre Ramagem, Heleno afirmou considerar 'natural' que o presidente da Rep�blica 'queria optar por uma pessoa pr�xima' para comandar a Pol�cia Federal, mas que a indica��o se deveria � 'eficiente administra��o de Ramagem' em frente � Abin, relatada pelo pr�prio Heleno a Bolsonaro 'em diversas oportunidades'.
Segundo Heleno, a rela��o entre Bolsonaro e Ramagem 'n�o extrapola os limites de uma vincula��o profissional entre chefe e subordinado', mas que tamb�m 'natural' que haja 'uma proximidade' de Ramagem com o presidente e seus filhos, visto que o delegado foi encarregado da seguran�a pessoal de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Heleno disse que chegou a conversar tanto com Moro quanto Bolsonaro sobre a troca de Valeixo por Ramagem. O nome do diretor da Abin, na vis�o do presidente, 'daria um novo �nimo � Pol�cia Federal'. O ministro disse ter visto, pelas conversas, que 'o processo se caracterizava por idas e vindas'.
Segundo Heleno, Moro disse que o presidente n�o tinha 'elencado motivos' que justificassem a troca de comando da PF. O ex-juiz estaria 'irresignado' com a mudan�a na chefia da PF.
"Em uma dessas oportunidades, disse ao ex-ministro Moro que por se tratar de uma atribui��o legal do presidente da Rep�blica, os motivos deste n�o precisariam ser os mesmos que o ministro Moro acharia relevantes", afirmou Heleno, que disse que se 'tentaria falar' com Bolsonaro sobre o caso como 'gesto de amizade', mas sabendo que o presidente j� estava determinado em fazer a troca de diretor-geral.
"O depoente nunca teve conhecimento de nenhuma miss�o espec�fica que o presidente da Rep�blica quisesse atribuir a Alexandre Ramagem no comando da Pol�cia Federal, seja no Rio de Janeiro, seja em Minas Gerais ou em qualquer Estado da federa��o, podendo apenas afirmar que o Presidente tem grande admira��o por Ramagem pelo fato de t�-lo visto atuar em sua seguran�a pessoal e na Dire��o-Geral da Abin", apontou o depoimento.
Agilidade e desempenho
O chefe do GSI informou � PF que 'n�o tem conhecimento' dos detalhes discutidos entre Moro e Bolsonaro a respeito de troca de comando da superintend�ncia regional no Rio de Janeiro. Ele sabia, apenas, que 'o presidente cobrava maior desempenho da Pol�cia Federal do Rio de Janeiro no combate � corrup��o, inclusive envolvendo hospitais federais'.
Bolsonaro tamb�m teria se queixado sobre envolvimento de seu nome no depoimento do porteiro do condom�nio Vivendas da Barra, segundo Heleno. O presidente teria reclamado da 'demora da investiga��o' sobre o caso. O ministro disse que n�o sabe informar 'se essa atribui��o seria ou n�o da Pol�cia Federal ou da Pol�cia Civil'.
Em rela��o � reuni�o ministerial do dia 22 de abril, Heleno informou que Bolsonaro cobrou 'de forma generalizada todos os ministros na �rea de intelig�ncia'. A reclama��o seria por 'escassez de informa��es de intelig�ncia que lhe eram repassadas para subsidiar suas decis�es, fazendo cita��es espec�ficas � sua seguran�a pessoal', mencionando a Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin), a Pol�cia Federal e o Minist�rio da Defesa.
"O presidente, na reuni�o do dia 22 de abril, menciona o exemplo de sua seguran�a pessoal, que se estivesse falha, tentaria troc�-la; e que se n�o conseguisse, trocaria o chefe, podendo chegar ao diretor e at� o ministro", disse.
Questionado se a PF estaria deixando de atender pedidos de intelig�ncia, Heleno respondeu que a corpora��o estava 'atendendo pedidos feitos pelos canais adequados'. "Mas que havia uma cobran�a do presidente por maior agilidade, pois �s vezes, o presidente tomava conhecimento de informa��es pela imprensa, e n�o oficialmente".
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