Na reuni�o ministerial do dia 22 de abril, pe�a-chave no inqu�rito que apura suposta tentativa de interfer�ncia pol�tica do presidente Jair Bolsonaro na Pol�cia Federal, o chefe do Executivo pediu ajuda de seus ministros para "salvar o governo" dizendo que "a barca est� afundando", segundo fontes que assistiram � grava��o na ter�a-feira passada.
O presidente tamb�m teria dito aos presentes que, se ele ca�sse, eles cairiam junto e ainda que poderiam ser presos por homofobia e racismo, prevendo at� a puni��o que pagariam: 8 anos de pris�o.
Fontes que acompanharam a exibi��o do v�deo da reuni�o no Planalto avaliaram que o conte�do da grava��o mostra a preocupa��o do presidente com um eventual cerco da PF a seus filhos, e que Bolsonaro vinculou a necessidade de trocar o superintendente da corpora��o no Rio � defesa de seus pr�prios filhos, alegando que sua fam�lia estaria sendo perseguida. O presidente aparece no v�deo chamando a superintend�ncia fluminense da PF de "seguran�a do Rio", conforme relatos.
Bolsonaro afirmou na ter�a-feira que o v�deo da reuni�o n�o cont�m as palavras "Pol�cia Federal", "investiga��o" nem "superintend�ncia". Em manifesta��o enviada nesta quinta ao Supremo, a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), no entanto, afirmou que o presidente citou a Pol�cia Federal na reuni�o, e pediu o fim do sigilo sobre o v�deo.
Parte dos investigadores avalia, no entanto, que o material � "devastador" para o presidente. Entende que a grava��o confirma as acusa��es do ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro, que atribui ao presidente tentativa de interfer�ncia na corpora��o - o que levou � abertura de inqu�rito no Supremo Tribunal Federal (STF). O jornal O Estado de S. Paulo n�o obteve a �ntegra do v�deo, que segue mantido sob sigilo.
O registro da reuni�o foi exibido a um restrito grupo de pessoas autorizadas pelo ministro Celso de Mello, relator do inqu�rito no STF. A exibi��o ocorreu no Instituto Nacional de Criminal�stica da corpora��o em Bras�lia, com participa��o de Moro, integrantes da AGU, procuradores e investigadores.
Na segunda-feira, Celso de Mello determinou que uma equipe realizasse per�cia do v�deo. O ministro tamb�m cobrou a degrava��o integral do HD externo apresentado pela Uni�o. Os arquivos dever�o ser encaminhados ao seu chefe de gabinete, Miguel Piazzi.
O material est� sob sigilo tempor�rio por ordem do decano do Supremo desde o dia que foi entregue pelo Planalto, no dia 8. No entanto, ao autorizar o acesso do material pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, AGU e Moro, o ministro registrou que decidir� "brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulga��o, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na m�dia digital".
No dia da exibi��o do v�deo, o decano pediu que Moro, o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, e a AGU se manifestassem sobre o levantamento do sigilo - total ou parcial - do v�deo. A defesa de Moro pediu a divulga��o da �ntegra. A PGR n�o enviou seu posicionamento. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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