(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Interino vai liberar cloroquina a mando de Bolsonaro


postado em 16/05/2020 09:59

Al�ado a chefe interino do Minist�rio da Sa�de, o secret�rio executivo da pasta, general Eduardo Pazuello, dever� liberar o uso da cloroquina at� mesmo em pacientes com sintomas leves da covid-19. A medida � uma determina��o do presidente Jair Bolsonaro, que o oncologista Nelson Teich se recusou a cumprir e, diante da press�o, pediu demiss�o. Atualmente, a pasta orienta profissionais do sistema p�blico de sa�de a prescrever a subst�ncia apenas em casos moderados ou graves.

A expectativa de t�cnicos do minist�rio � a de que os crit�rios sejam apresentados j� na pr�xima semana, antes mesmo de Bolsonaro escolher o substituto de Teich. Segundo relatos de auxiliares do agora ex-ministro, o pr�prio Pazuello pressionava pela assinatura de um decreto ampliando o uso do medicamento, que n�o tem a efic�cia contra a doen�a comprovada cientificamente.

Diante do impasse, Teich chegou a propor a Bolsonaro um mega estudo, de autoria da pr�pria pasta, para definir novas diretrizes sobre a recomenda��o da subst�ncia no combate ao coronav�rus. As an�lises ser�o realizadas, mas o presidente cobrou urg�ncia. Em videoconfer�ncia com empres�rios na quinta-feira, chegou a dizer que "exigia" a mudan�a do protocolo do minist�rio sobre a droga.

"Estou exigindo a quest�o da cloroquina agora tamb�m. Se o Conselho Federal de Medicina decidiu que pode usar cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o governo federal, via ministro da Sa�de, vai dizer que � s� em caso grave? Eu sou comandante, presidente da Rep�blica, para decidir, para chegar para qualquer ministro e falar o que est� acontecendo. E a regra � essa, o norte � esse", disse Bolsonaro na ocasi�o.

Teich, que � m�dico oncologista, vinha resistindo a mudar com o argumento de que a cloroquina ainda � uma "incerteza". Em mensagem no Twitter na ter�a-feira, alertou para os efeitos colaterais. "Um alerta importante: a cloroquina � um medicamento com efeitos colaterais. Ent�o, qualquer prescri��o deve ser feita com base em avalia��o m�dica. O paciente deve entender os riscos e assinar o 'Termo de Consentimento' antes de iniciar o uso da cloroquina", escreveu Teich no Twitter.

O protocolo a ser avalizado por Pazuello dever� ser baseado na resolu��o do CFM. Em abril, a entidade liberou a aplica��o da subst�ncia em pacientes com sintomas leves, mas ressaltou que a decis�o foi tomada "sem seguir a ci�ncia", apenas para encerrar a polariza��o em torno do medicamento.

Com a decis�o, m�dicos est�o autorizados a prescrever o medicamento. No entanto, n�o h� um protocolo de distribui��o do rem�dio para que pacientes possam ter acesso � droga no sistema p�blico. As diretrizes tamb�m poder�o especificar dosagens a serem administradas.

Em nota divulgada na noite de ontem, ap�s a sa�da de Teich, o minist�rio disse que est� "finalizando as novas orienta��es". "O objetivo � iniciar o tratamento antes do seu agravamento e necessidade de utiliza��o de UTI", diz a pasta.

Hoje, o protocolo do Minist�rio da Sa�de � mais cauteloso e segue o que dizem sociedades cient�ficas. A droga pode causar efeitos colaterais graves, como parada card�aca. Esse � um dos motivos para a resist�ncia de comunidades de sa�de em recomendar a cloroquina sem acompanhamento m�dico.

Ministro 'tutelado'

A nomea��o de Pazuello como o n�mero 2 do minist�rio foi visto como uma esp�cie de "tutela" da ala militar do governo na Sa�de ap�s o antecessor, Luiz Henrique Mandetta, adotar uma postura independente do Pal�cio do Planalto durante sua gest�o.

Desde que assumiu o cargo, Teich n�o conseguiu montar sua pr�pria equipe e viu a pasta ser loteada pelos fardados. Na �ltima semana, ao menos dez nomes ligados �s For�as Armadas assumiram postos estrat�gicos, como revelou o Estad�o.

T�cnicos do Minist�rio da Sa�de apostam em debandada do �rg�o. O clima de trabalho, dizem, est� "insustent�vel" e h� press�o tanto de defensores do fim do distanciamento social como de quem pede maior rigidez do governo para conter o avan�o da covid-19.

Procurado ontem, Pazuello n�o se manifestou at� a publica��o desta mat�ria. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)