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Estado de Minas POL�TICA

Teich se demite da Sa�de e exp�e governo em crise


postado em 16/05/2020 10:45

Vinte e nove dias ap�s assumir o cargo, o ministro da Sa�de, Nelson Teich, pediu demiss�o nesta sexta-feira em meio a diverg�ncias com o presidente Jair Bolsonaro. A sa�da de Teich no auge da pandemia do novo coronav�rus exp�e a fragilidade de Bolsonaro, que enfrenta uma crise atr�s da outra na pol�tica e na economia e, com a popularidade em queda, j� admite que precisar� de apoio no Congresso para "salvar" o governo.

O presidente pretende fazer um pronunciamento na noite de hoje, em rede nacional de r�dio e TV, para defender a volta � "normalidade" e o retorno ao trabalho no momento em que o desemprego cresce e partidos j� se articulam para pedir o seu impeachment (mais informa��es na p�g. A11). O estopim da nova crise - que levou � sa�da de Teich - foi a decis�o do presidente de mudar o protocolo de uso da cloroquina no combate � covid-19. A doen�a j� deixou mais de 14 mil mortos no Pa�s.

Pressionado a ampliar a prescri��o do medicamento, apesar da falta de comprova��o sobre sua efic�cia para tratar o coronav�rus, Teich j� havia avisado Bolsonaro, na tarde de anteontem, que era preciso aguardar a conclus�o de estudos cient�ficos. N�o adiantou: em transmiss�o ao vivo, naquela noite, Bolsonaro disse que faria a mudan�a no protocolo. "Quem manda sou eu", afirmou a auxiliares. "N�o vou ser um presidente pato manco." Teich confidenciou a amigos que, naquele momento, j� havia chegado ao seu limite e que tinha um nome a zelar.

No dia em que o governo completou 500 dias, Teich pediu demiss�o. Foi o nono ministro a deixar a Esplanada - o �ltimo deles havia sido o ex-juiz S�rgio Moro, que comandava a Justi�a e, ao sair, h� 22 dias, acusou Bolsonaro de interfer�ncia pol�tica na Pol�cia Federal. O caso motivou abertura de um inqu�rito no Supremo Tribunal Federal (STF), que agora se debru�a sobre o conte�do do v�deo de uma reuni�o ministerial, e pode abrir caminho para o afastamento do presidente ou um processo de impeachment (mais informa��es na p�g. A12).

Nomes

O presidente almo�ou ontem com a m�dica Nise Yamaguchi, defensora do uso da cloroquina em pacientes contaminados pelo coronav�rus. O Estad�o apurou, no entanto, que o di�logo n�o correspondeu � expectativa do Planalto e, com isso, a indica��o dela para a vaga de Teich perdeu for�a. Outros nomes citados s�o os do deputado Osmar Terra (MDB-RS), ex- ministro da Cidadania, e do almirante Luiz Froes, diretor de Sa�de da Marinha.

Ontem � tarde, em um breve pronunciamento, Teich preferiu n�o polemizar com o presidente, embora tamb�m discordasse dele sobre outros temas. O m�dico sempre defendeu o isolamento social para evitar a dissemina��o da doen�a, enquanto Bolsonaro quer afrouxar a quarentena.

"A vida � feita de escolhas e eu hoje escolhi sair", disse Teich. (mais informa��es nesta p�gina). Em sua curta passagem pelo minist�rio, o m�dico foi v�rias vezes desautorizado por Bolsonaro. Na segunda-feira, por exemplo, ele se mostrou surpreso ao saber de um decreto incluindo sal�es de beleza, academias e barbearias na lista de atividades essenciais que deveriam reabrir. "� fogo, hein?", lamentou Teich.

Em guerra com governadores e com o Supremo, Bolsonaro procura agora um ministro da Sa�de com perfil conciliador, que possa ajudar o governo a vencer a batalha da comunica��o, vista como perdida at� aqui. Al�ado � condi��o de ministro interino, o general Eduardo Pazuello ter� a miss�o de assinar o novo protocolo da pasta, liberando o uso da cloroquina (mais informa��es na p�g. A8).

"A �nica coisa que sei � que foi um m�s perdido, jogado na lata do lixo", afirmou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

Pouco tempo

Ao se demitir nesta sexta, Nelson Teich se tornou o ministro que menos tempo ficou no comando da Sa�de desde a redemocratiza��o. Foram 29 dias. Ele comandou o minist�rio por menos dias at� que um interino: Jos� Carlos Seixas (35 dias, em 1996). Entre os ministros efetivos, o segundo na lista de perman�ncias mais curta � Marcelo Castro (205 dias, entre 2015 e 2016). Outros tr�s interinos lideraram o minist�rio por menos tempo: Saulo Pinto Moreira (10 dias, em 1993); Jos� Agenor �lvares da Silva (15 dias, em 2016); e Jos� Goldemberg (19 dias, em 1992). As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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