
"Tudo lament�vel, ante a falta de urbanidade. Fiquei perplexo. O povo n�o quer 'circo'. Quer sa�de, emprego e educa��o", disse Marco Aur�lio � reportagem. "Fosse o presidente (da Rep�blica), teria um gesto de temperan�a. Instaria o Ministro da Educa��o a pedir o bon�. Quem sabe?"
Ao levantar o sigilo do v�deo da reuni�o, o decano do STF, ministro Celso de Mello, apontou aparente "pr�tica criminosa" na conduta de Weintraub, "num discurso contumelioso (insultante) e aparentemente ofensivo ao patrim�nio moral" em rela��o aos ministros da Corte. Para Celso de Mello, a declara��o de Weintraub p�e em evid�ncia "seu destacado grau de incivilidade e de inaceit�vel grosseria" e configuraria poss�vel delito contra a honra (como o crime de inj�ria).
Em sua decis�o, Celso de Mello mandou comunicar os colegas do STF sobre os ataques de Weintraub para que os ministros, caso queiram, adotem as medidas que considerarem pertinentes.
Mesmo assim, Marco Aur�lio n�o pretende tomar nenhuma medida contra o titular do Minist�rio da Educa��o. "De forma alguma. N�o sou vagabundo. A carapu�a passou longe", rebateu Marco Aur�lio.
Indagado pela reportagem se v� uma amea�a � democracia nas falas da reuni�o ministerial, o ministro foi categ�rico: "A resposta � desenganadamente negativa. N�o vejo. N�o h� espa�o para retrocesso."
Uma das �ltimas pontes que restam do Pal�cio do Planalto com o STF � com o presidente da Corte, Dias Toffoli, que ainda n�o se manifestou. Toffoli tem procurado manter um di�logo institucional com o presidente Jair Bolsonaro e tem usado a pr�pria a abertura das sess�es plen�rias - que ocorrem �s quartas e quintas-feiras - para mandar recados e defender a Corte de ataques.
Aborto. Em outro momento da reuni�o, a ministra da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos, fez cr�ticas ao STF e falou que � 'palha�ada' a Corte trazer o aborto de novo para a pauta. "As mulheres que s�o v�tima do zika v�rus v�o abortar e agora vem do coronav�rus? Ser� que v�o querer liberar que todos que tiveram coronav�rus poder�o abortar no Brasil? V�o liberar geral?", afirmou a ministra na reuni�o.
O STF acabou rejeitando uma a��o que pedia, entre outras coisas, o direito de aborto para gr�vidas infectadas pelo v�rus da zika. No jarg�o jur�dico, os ministros n�o conheceram a a��o, ou seja, a rejeitaram por quest�es processuais, sem analisar o m�rito da quest�o.