
Na vis�o de Teich, estudos que ficar�o prontos em poucas semanas mostrar�o a real efic�cia do medicamento no combate ao coronav�rus. Ele, como m�dico, preferia aguardar os resultados. J� o presidente decidiu antecipar a libera��o do uso do f�rmaco.
“N�o houve alinhamento com o presidente. Ele � o chefe da Na��o, ele me colocou. Se por algum motivo n�o existe alinhamento, eu tenho que sair. A posi��o dele � essa, ele tem direito de fazer isso. Mas, se n�o existe alinhamento… O que preciso dizer que desalinhamento n�o � conflito. Ele resolveu antecipar. � uma escolha. Como a posi��o era distinta, eu preferi sair”, disse o ex-ministro � Globo News.
“� �bvio que a op��o por antecipar o uso, teve peso (na minha sa�da). � uma decis�o, uma escolha. O presidente achava que era melhor antecipar e eu n�o, houve uma diverg�ncia”, agregou.
“O presidente tem as escolhas dele, tem o comportamento dele. L� na frente, na elei��o, o povo vai dizer o que acha dele. Eu n�o vou julgar o presidente agora”, agregou Teich.
O ex-ministro negou que tenha se sentido pressionado a aprovar o protocolo para uso da cloroquina, o que acabou ocorrendo ap�s a sua demiss�o. “N�o me senti pressionado. Tinha que tomar decis�o, n�o tinha press�o nenhuma. Se voc� tem duas posi��es diferentes, a posi��o diferente qual �: o presidente � uma pessoa escolhida, votada, ele me colocou l�. Se escolho caminho diferente do dele, enquanto aguardo o resultado final (efic�cia da cloroquina), quem tem que sair sou eu. Foi uma sa�da confort�vel”.
“Na pr�tica, existia diferen�a de como abordar o problema, entre mim e o presidente, era fato, era p�blico. Sempre sentei, conversei, por mais dif�ceis que fossem as conversas, discutia os assuntos”, completou, para mostrar que existia di�logo.
Deixar decis�o na m�o de m�dicos � erro
Teich ainda se mostrou contra deixar a decis�o sobre uso ou n�o da cloroquina. “Na minha opini�o, n�o d� para deixar na m�o do m�dico a decis�o, � grande demais para deixar na m�o dele. A gente ainda n�o sabe um estudo definitivo para a cloroquina, e todos os estudos n�o foram esses (definitivos). Inclusive, no Brasil, deve ter essa resposta em duas semanas, mais ou menos, e um do OMS em meados de junho. Sexta (passada) saiu estudo importante, com 96 mil pessoas acompanhadas. E o que aconteceu com o medicamento, evolu��o de estudo, em que aumenta a mortalidade. Qualquer coisa decidida pode ser revertida, mudada. O fato de eu nao saber o que � a doen�a hoje. Nesse momento, voc� n�o pode deixar d�vida do que voc� pensa, pois gera d�vida em todo mundo”.
“Nesse momento, as institui��es t�m que se posicionar forte, n�o d� para delegar isso para o m�dico. Tem que ter institui��es definindo”, defendeu o ex-ministro.
Constrangimento
Teich admitiu que um dos grandes momentos de constrangimento de sua passagem pelo Minist�rio foi quando o governo autorizou a abertura de academias e sal�es de beleza sem consult�-lo ou ao menos inform�-lo. Durante uma entrevista coletiva, o ex-ministro ficou sabendo do decreto por meio de um rep�rter.
“� verdade, ali eu n�o sabia mesmo, s� que no dia seguinte, quando fui conversar com pessoas, a pessoa que tinha liberado o documento, pediu desculpa. Se voc� olhar o que foi escrito, aquilo aconteceria com recomenda��o do Minist�rio da Sa�de, passaria pelo Minist�rio da Sa�de”.
“� verdade, ali eu n�o sabia mesmo, s� que no dia seguinte, quando fui conversar com pessoas, a pessoa que tinha liberado o documento, pediu desculpa. Se voc� olhar o que foi escrito, aquilo aconteceria com recomenda��o do Minist�rio da Sa�de, passaria pelo Minist�rio da Sa�de”.
Apesar disso, esse epis�dio n�o teria pesado para sua decis�o de deixar o governo.
Evitou clima Teich x Bolsonaro
Durante a entrevista � Globo News, Teich evitou, a todo momento, entrar em choque com posturas do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o pa�s est� polarizado, e qualquer declara��o sua contr�ria ao mandat�rio s� aumentaria esse cen�rio.
Ao ser indagado sobre sua opini�o sobre o isolamento social, t�o criticado por Jair Bolsonaro, Teich deixou clara sua posi��o de n�o confrontar o presidente. “Em primeiro lugar, eu vou dizer o que eu fiz, n�o vou entrar em discuss�o contra o presidente. N�o vai ser disputa Teich x Bolsonaro, n�o vou fazer isso. N�o vou polarizar”.
O posicionamento de Teich � que o isolamento deve ser seletivo, de acordo com a realidade de cada munic�pio. “N�o existe ser a favor de isolamento ou ser contra, flexibilizar ou n�o flexibilizar. S�o cinco cen�rios. Um, � uma coisa mais confort�vel em rela��o � doen�a, e outro (5) � um volume enorme de pessoas (com a doen�a) que voc� n�o pode resolver. O que � a matriz de risco? Ter conhecimento, infra-estrutura, como est� a evolu��o da incid�ncia da doen�a, o que voc� faz, quando faz isso. Da�, voc� classifica o cen�rio daquela cidade. Quando faz isso, tem a��es definidas para aquela situa��o, podendo ser coisa mais leve ou ca�tica. Para cada situa��o tem uma conduta e vai acompanhando indicadores. Se est�o melhorando, pode pensar em flexibilizar. Se est� piorando, vai aumentar o isolamento. Isso permite o gestor entender o que est� acontecendo na cidade dele. Esse � o plano, esse � o problema. Tudo isso vai ser revisto com a evolu��o da doen�a. (...) Sou a favor do isolamento seletivo”.
Poucas apari��es
Teich abriu sua participa��o na Globo News justificando as poucas apari��es e entrevistas para tratar da Covid-19. Segundo ele, uma das raz�es era para evitar polariza��es. O segundo motivo era o desconhecimento que todos t�m acerca da doen�a.
“Eu sempre falei pouco, a raz�o principal de eu falar pouco � que quanto mais polariza��o voc� tem, quanto mais conflito voc� tem, mas dif�cil. Grande parte do sil�ncio veio para que n�o piorasse a situa��o de atrito, conflito e polariza��o, porque � muito trabalho a ser feito, � focar no essencial. A gente navega hoje em situa��o de absoluta incapacidade de enxergar o que vai acontece pela frente, ter gest�o num lugar onde tem instabilidade, ansiedade, medo, polariza��o. � realmente muito dif�cil. A gente n�o sabe o que vai acontecer (no futuro)”, disse o ex-ministro.
“Eu sempre falei pouco, a raz�o principal de eu falar pouco � que quanto mais polariza��o voc� tem, quanto mais conflito voc� tem, mas dif�cil. Grande parte do sil�ncio veio para que n�o piorasse a situa��o de atrito, conflito e polariza��o, porque � muito trabalho a ser feito, � focar no essencial. A gente navega hoje em situa��o de absoluta incapacidade de enxergar o que vai acontece pela frente, ter gest�o num lugar onde tem instabilidade, ansiedade, medo, polariza��o. � realmente muito dif�cil. A gente n�o sabe o que vai acontecer (no futuro)”, disse o ex-ministro.