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Estado de Minas FALSAS NOT�CIAS

Perfil anti-fake news ganha ades�o e incomoda Carlos Bolsonaro e Wajngarten

Conta informa �s empresas que, sem saber, elas t�m an�ncios em sites com not�cias falsas


postado em 25/05/2020 10:50 / atualizado em 25/05/2020 12:41

(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Em apenas cinco dias de atividade - de segunda � sexta-feira passada -, o perfil do Twitter Sleeping Giants Brasil, de a��o anti-fake news, ganhou mais de 215 mil seguidores e obteve a coopera��o de pelo menos 35 empresas de renome.

O sucesso foi registrado em post da vers�o original da iniciativa, vinda dos Estados Unidos, quando foram atingidos 68 mil seguidores: "Nos EUA levou quase um ano para chegar a esse resultado". O site incomodou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o secret�rio de Comunica��o do governo federal, F�bio Wajngarten.

O modo de atua��o � simples: eles verificam que an�ncios est�o sendo alocados - por meio de uma ferramenta publicit�ria do Google - em sites de fake news. � ent�o feito um alerta �s empresas anunciadas, que muitas vezes s� especificam qual perfil demogr�fico de leitor querem atingir e n�o sabem que sua propaganda foi parar em um portal de not�cias falsas.

A companhia, ent�o, informada do que est� acontecendo, cadastra o endere�o indesejado em uma lista negra, para que sua propaganda n�o seja exposta l�. A pr�tica � chamada de "desmonetiza��o", j� que o site colocado nessa lista fica sem a verba do anunciante. Se muitas empresas desmonetizam o mesmo portal, ele passa a ser financeiramente insustent�vel.

A estrat�gia foi primeiro adotada pelo publicit�rio americano Matt Rivitz - do Sleeping Giants original - h� mais de tr�s anos, e foi respons�vel pela perdi��o financeira do Breitbart News, de Steve Bannon. Projetado para receber € 8 milh�es (quase R$ 50 milh�es), em 2016, ele perdeu 90% dos anunciantes, segundo o que o pr�prio ex-estrategista de Donald Trump relata no document�rio The Brink, de 2018.

Com a identidade revelada por ve�culos conservadores, Rivitz recebeu amea�as de morte. A vers�o brasileira do perfil nasceu tanto no Twitter como no Facebook - em duas equipes an�nimas independentes - logo depois da publica��o de uma reportagem do El Pa�s que conta a hist�ria de Rivitz. "N�o houve qualquer coordena��o", escreveu ao jornal O Estado de S�o Paulo o respons�vel pela conta no Facebook.

Ele afirmou que o perfil no Twitter estava dispon�vel e foi tomado enquanto ele criava a vers�o no Facebook. Ou seja, a a��o de ambos foi simult�nea. "J� estava l� essa outra iniciativa, que � �tima, por sinal. J� entrou com muita informa��o. Ent�o, devidamente creditada, ela foi replicada no Facebook."

J� o perfil no Twitter � gerido por duas pessoas e recebe ajuda por mensagens e em uma rede de confian�a no WhatsApp. O principal administrador disse ser oriundo de universidade p�blica, onde passou a se interessar pelo tema de fake news.

Questionado sobre como os alvos s�o selecionados, respondeu: "Utilizamos o incr�vel material que as ag�ncias de fact cheking desenvolvem. Buscamos sempre ter como foco o principal ve�culo que atente contra a democracia."

Retirada


O primeiro alvo de desmonetiza��o foi o Jornal da Cidade Online, um dos ve�culos mais populares nas elei��es de 2018 e citado como disseminador de informa��es falsas pelo Projeto Comprova - coaliz�o de 24 ve�culos de imprensa, incluindo o Estado de S�o Paulo, criada para desmentir boatos.

"Exclu�mos o site em quest�o que est� sendo acusado publicamente de propagar inverdades", informou o Mercado Livre ao Estad�o. A empresa foi uma das alertadas pelo Sleeping Giants Brasil. "O Mercado Livre esclarece que mant�m filtros para bloqueio autom�tico de sites que propagam conte�do impr�prio. No que se refere � veicula��o de not�cias falsas, �s quais repudiamos veementemente, os bloqueios podem tamb�m ocorrer de maneira reativa a partir de den�ncias, analisadas caso a caso", afirma a nota da empresa.

O Sleeping Giants Brasil tamb�m retuitou a resposta oficial - confirmando a desmonetiza��o do Jornal da Cidade Online - das empresas McDonald’s, Decathlon, Serasa, Philips, Fast Shop, Claro, Insper, FGV, Dell, Submarino, entre outras. O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul fez o mesmo.

O Jornal da Cidade Online classificou a a��o do Sleeping Giants Brasil de "cal�nia" e disse que "imprecis�es" em not�cias foram, posteriormente, corrigidas. "O crime de cal�nia tem que ser a atribui��o falsa de algo que seja crime a uma pessoa f�sica especificada, com a inten��o de ofender a reputa��o dessa pessoa", disse ao Estad�o o criminalista Rog�rio Taffarello. "Narrar um fato com a mera inten��o de informar n�o constitui crime, e isso � algo totalmente pac�fico nos tribunais."

Cr�ticas


Os grandes defensores do portal de fake news foram Carlos Bolsonaro e Wajngarten. Ambos t�m v�nculos com o "gabinete do �dio", n�cleo de assessores respons�veis pelas redes sociais da Presid�ncia que defendem a pauta de costumes e incentivam a ado��o de um estilo beligerante.

Carlos e Wajngarten reclamaram quando o Banco do Brasil retirou seus an�ncios do Jornal da Cidade Online, a ponto de conseguir reverter a decis�o. O filho de Bolsonaro escreveu em suas redes sociais que a institui��o "pisoteia em m�dia alternativa que traz verdades omitidas."


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