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Estado de Minas POL�TICA

PF quer ouvir Bolsonaro no inqu�rito sobre interfer�ncias pol�ticas na corpora��o


postado em 30/05/2020 16:00

A Pol�cia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal que pretende tomar o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inqu�rito sobre supostas interfer�ncias na corpora��o. A informa��o consta no despacho da delegada Christiane Correa Machado, chefe do Servi�o de Inqu�ritos Especiais no STF, em que pede mais trinta dias para a realiza��o de novas dilig�ncias e conclus�o das investiga��es.

O ministro Celso de Mello encaminhou o pedido para manifesta��o do Procurador-Geral da Rep�blica, Augusto Aras.

Como presidente, Bolsonaro pode optar pelo depoimento por escrito, como foi autorizado a Michel Temer em 2017 no inqu�rito sobre a grava��o de Joesley Batista. Neste cen�rio, as perguntas s�o formuladas pela Pol�cia Federal e enviadas ao presidente. No caso do emedebista, ministro Edson Fachin, relator do caso, deu prazo de 24 horas para resposta.

O inqu�rito apura as declara��es do ex-ministro S�rgio Moro sobre �interfer�ncias pol�ticas� do presidente no comando da PF. O ex-juiz foi o primeiro a prestar depoimento no caso, na qual revelou as declara��es de Bolsonaro na reuni�o ministerial do dia 22 de abril. A grava��o se tornou pe�a-chave do caso e foi divulgada na semana passada por ordem do ministro Celso de Mello.

Entre palavr�es e amea�as, as imagens mostram o presidente afirmando que n�o vai esperar algu�m �foder a minha fam�lia toda� e que j� havia tentado �trocar gente da seguran�a no Rio�. A vers�o do Planalto � que Bolsonaro se referia a sua seguran�a pessoal enquanto Moro alega que se tratava da Superintend�ncia da PF fluminense, foco de interesse do governo.

"Mas � a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha fam�lia. J� tentei trocar gente da seguran�a nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e n�o consegui! E isso acabou. Eu n�o vou esperar foder a minha fam�lia toda, de sacanagem, ou amigos meu (sic), porque eu n�o posso trocar algu�m da seguran�a na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se n�o puder trocar, troca o chefe dele! N�o pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! N�o estamos aqui pra brincadeira", disse Bolsonaro.

Tr�s ministros palacianos listados por Moro como testemunhas foram ouvidos pela PF: Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). No caso de Heleno, a PF solicitou provas do Gabinete de Seguran�a Institucional que provariam a vers�o do presidente sobre �insatisfa��o� com a sua seguran�a pessoal.

A PF quer que o ministro apresente todas as eventuais trocas de comando na chefia do Escrit�rio Regional do GSI no Rio de Janeiro entre 2019 e 2020, o detalhamento de eventuais �bices ou embara�os a nomes escolhidos para a seguran�a pessoal de Bolsonaro e seus familiares no per�odo e informa��es sobre eventual extens�o desde o ano passado da seguran�a pessoal do presidente.

Investiga��es

A PF tamb�m ouviu seus pr�prios pares no inqu�rito. O primeiro foi o ex-diretor-geral Maur�cio Valeixo, cuja exonera��o foi piv� da sa�da de Moro do governo. O ex-juiz alegou que o presidente buscava emplacar um nome de sua confian�a no lugar do chefe da PF com objetivo de obter informa��es sobre investiga��es da corpora��o. � PF, Valeixo afirmou que Bolsonaro disse buscar �um nome com mais afinidade comigo�.

O diretor da Abin Alexandre Ramagem tamb�m entrou na lista de depoimentos ap�s ser indicado pelo presidente para a vaga de Valeixo. A nomea��o foi suspensa pelo Supremo e anulada pelo Planalto. Pr�ximo dos filhos do presidente, Ramagem negou ter �intimidade pessoal� com a fam�lia Bolsonaro.

O depoimento de Ramagem tamb�m foi na contra-m�o do seu novo �n�mero dois�, o delegado Carlos Henrique Oliveira, que prestou duas oitivas no caso.

Ex-superintendente no Rio, Oliveira deixou o posto para assumir a dire��o executiva da PF em Bras�lia - abrindo espa�o para a troca de comando na corpora��o fluminense. Em depoimento, afirmou que foi procurado por Ramagem para aceitar o cargo na capital federal - a conversa n�o foi abordada pelo diretor da Abin.

Ao ser questionado se estava nos planos a troca de comando no Rio caso tivesse assumido a dire��o-geral da PF, Ramagem afirmou que �poderia manter� Carlos Henrique Oliveira no comando da corpora��o no Rio ou �elev�-lo para uma posi��o superior�.

Venda

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada de primeira hora do Planalto, tamb�m j� foi ouvida no inqu�rito por causa de conversa revelada por Moro em que ela oferece influ�ncia sob Bolsonaro para indic�-lo a uma vaga no STF. Em troca, o ex-ministro aceitaria Alexandre Ramagem na chefia da PF. Moro respondeu que n�o estava �� venda�.

Questionada, a deputada negou que tenha conversado com Bolsonaro ou interlocutores sobre a proposta feita a Moro. Ela disse que, �como ativista�, j� atuou junto ao ex-presidente Michel Temer para indicar o jurista Ives Gandra Martins Filho para a vaga na Corte aberta ap�s a morte do ministro Teori Zavascki, em 2017.

"Por isso, achava que poderia �trabalhar junto ao presidente Jair Bolsonaro� no sentido de o ex-ministro Sergio Moro vir a ocupar a futura vaga". A pr�xima indica��o para o Supremo dever� ocorrer em novembro, quando o decano, ministro Celso de Mello, se aposentar ao completar 75 anos.


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