O governador Jo�o Doria (PSDB) determinou nesta segunda-feira que protestos de grupo rivais n�o podem ocorrer na mesma data, hor�rio e local. O objetivo � tentar evitar cenas como a do �ltimo domingo, quando manifestantes a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro fizeram atos na Avenida Paulista.
Torcidas organizadas e coletivos de torcedores de times de futebol pretendem fazer novos atos contra o presidente Jair Bolsonaro, a exemplo da manifesta��o realizada no domingo na Avenida Paulista. Segundo a Associa��o Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg), foram registrados protestos em 14 Estados. Embora n�o haja uma lideran�a �nica, esses coletivos t�m se reunido em torno de uma pauta comum.
Tamb�m ontem, o presidente Jair Bolsonaro recomendou a seus que apoiadores evitem marcar atos na mesma data em que houver protestos contr�rios ao seu governo. "Est�o marcando domingo um movimento, n�? Deixa sozinho o domingo (...) J� que eles marcaram para domingo, deixa domingo l�".
A mobiliza��o de grupos ligados �s organizadas recebeu, em S�o Paulo, o nome de "Somos Democracia". Nos �ltimos dias, outros grupos da sociedade divulgaram manifestos em defesa dos valores democr�ticos, em meio a declara��es de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que pregam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. A maior parte dos integrantes da manifesta��o de domingo na Avenida Paulista era da Gavi�es da Fiel, principal torcida do Corinthians, mas tamb�m compareceram torcedores de Palmeiras, Santos e S�o Paulo. Inicialmente, o movimento tinha como objetivo se contrapor ao protesto favor�vel ao governo federal tamb�m marcado para a Paulista.
Por parte da Gavi�es da Fiel, quem organizou a mobiliza��o foi o estudante de hist�ria e motorista de aplicativo Danilo P�ssaro, de 27 anos. "O movimento nasceu de forma aut�noma, n�o foi algo articulado entre torcidas organizadas, mas de cidad�os que se re�nem em jogos do Corinthians e sentem que existe uma escalada autorit�ria no Brasil", disse. Segundo ele, houve um esfor�o para que outras torcidas participassem. "Temos pessoas que conhecem lideran�as de outras torcidas e que fizeram o contato para selar a participa��o. Se est� pela democracia, pode se soma."
"N�o vamos aguentar calados. O que n�o cabe no Corinthians � um sujeito que apoiou a ditadura. Nosso movimento de domingo abriu a porteira para os pr�ximos", disse um dos fundadores da Gavi�es, o publicit�rio Chico Malfitani, de 70 anos.
Fora os coletivos de torcedores, tamb�m participaram pessoas que n�o pertencem a esses grupos, mas s�o seguidores das equipes e se posicionam contra Bolsonaro. � o caso do designer palmeirense Gabriel Santoro, de 37 anos. "Fiquei sabendo que teria essa manifesta��o e para mim, a ideologia pol�tica est� acima de qualquer clube."
Segundo os torcedores que participaram da manifesta��o, o confronto com a Pol�cia Militar teve como estopim uma provoca��o feita por militantes pr�-Bolsonaro, que estavam em outro ponto da Avenida Paulista e se aproximaram do grupo com faixas, bandeiras e xingamentos. A PM jogou bombas de g�s lacrimog�neo. Manifestantes atearam fogo em latas de lixo e quebraram vidros.
Minas
Em Belo Horizonte, o protesto das organizadas contra Bolsonaro reuniu centenas de manifestantes. A manifesta��o foi convocada a partir da liga��o entre as torcidas de diferentes clubes e a exist�ncia de filiais delas espalhadas pelo Pa�s.
Um membro da Galo Antifa, do Atl�tico-MG disse que a mobiliza��o contou com c�lulas mineiras de torcidas de times cariocas, al�m de movimentos dos times locais que j� tinham se posicionado contra Bolsonaro, como coletivos feministas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA