
O presidente Jair Bolsonaro quer jogar pesado contra os manifestantes que prometem sair �s ruas de Bras�lia no pr�ximo domingo para um ato contra o governo. Ele vai pedir ao Distrito Federal a permiss�o para usar a For�a Nacional no protesto, previsto para ocorrer na Esplanada dos Minist�rios.
Nessa quinta-feira (5), o chefe do Executivo foi ao gabinete do secret�rio de Seguran�a P�blica do DF, Anderson Torres, para externar a preocupa��o com o movimento, e a pasta do governador Ibaneis Rocha (MDB) vai bater o martelo ap�s reuni�es hoje.
O GDF j� avalia um esquema de seguran�a para as manifesta��es deste fim de semana. Dois encontros, hoje, definir�o a estrat�gia. “Isso ainda est� sendo alinhado aqui. Haver� duas reuni�es amanh� (hoje). A�, sim, deve ser fechado um plano para o fim de semana”, afirmou uma fonte da secretaria.
No Planalto, uma fonte comentou que relat�rios produzidos pelo Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) apontam que as manifesta��es de domingo podem resultar em depreda��es semelhantes �s que ocorreram no governo Michel Temer, quando houve protesto contra a reforma da Previd�ncia. Dessa forma, o Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica j� est� de sobreaviso, e vai deixar as tropas de prontid�o para deslocamento.
A inten��o, de acordo com informa��es repassadas ao minist�rio, � proteger o patrim�nio e evitar o corpo a corpo contra os manifestantes. O plano de seguran�a, contudo, ser� definido pelo GDF, ao qual cabe a seguran�a da Esplanada. De qualquer forma, o alto escal�o de Bolsonaro teme que a Pol�cia Militar tenha dificuldades em conter atos mais radicais. Por isso, defende a necessidade de refor�o para a corpora��o.
“Querem tumulto”
Ontem, durante a live da semana, Bolsonaro antecipou que “os governadores, que t�m compromisso com a democracia de verdade, com a Constitui��o, com as leis, com o bem-estar da popula��o, est�o se preparando para reagir, caso o pessoal ultrapasse o limite da racionalidade”. O presidente ainda disse que os manifestantes “querem tumulto, confronto” e os classificou como uma nova vers�o dos black blocs, que, em 2013, promoveram a��es virulentas em S�o Paulo ao protestar contra o aumento da tarifa do transporte p�blico.
“Eu n�o estou torcendo para ter quebra-quebra, n�o. Mas a hist�ria nos diz que esses marginais de preto, que v�o com soco ingl�s, com punhal, barra de ferro, coquetel molotov, geralmente apedrejam, queimam bancos, esta��es de trem e outras coisas. N�o � porque eles est�o com faixa de democracia que est�o defendendo a democracia. Para mim, � terrorismo. Acusam os outros do que eles s�o”, criticou.
Bolsonaro tamb�m pediu que os seus apoiadores evitem promover atos pr�-governo no domingo, para que n�o haja nenhum tipo de confronto. Al�m disso, classificou o grupo contr�rio � sua gest�o, que acabou recebendo a alcunha de “antifas” — devido ao apelo contra o fascismo durante as manifesta��es — como um bando de “idiotas”, “viciados” e que “n�o servem para nada”.
“A maioria � estudante. Se voc� pegar e aplicar a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino M�dio) neles, acho que ningu�m tira 5. N�o sabem interpretar um texto, n�o sabem nada. S�o uns idiotas que n�o servem para nada”, disparou. “N�o compare�am a esse movimento, que esse pessoal n�o tem nada a oferecer para n�s. Muitos s�o viciados. Eles querem o tumulto. � um pedido meu. Os antifas, novo nome dos black blocs, querem roubar sua liberdade.”
Manifesta��es em v�rias cidades
Manifesta��es est�o sendo chamadas em outras cidades por grupos ligados a torcidas de futebol, agora engrossados pela Frente Povo sem Medo, organiza��o que re�ne movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda.
Em S�o Paulo, os atos est�o agendados para o in�cio da tarde, na Avenida Paulista. O governo estadual proibiu atos rivais (contra e a favor de Bolsonaro) simult�neos na capital. H� manifesta��es j� agendadas tamb�m no Rio de Janeiro, em Salvador, em Belo Horizonte e em outras cidades.
Al�m de o presidente Jair Bolsonaro ter usado termos duros para se referir a integrantes de grupos autointitulados antifascistas que passaram a promover atos contra o governo, o vice-presidente Hamilton Mour�o tamb�m classificou os participantes desses protestos como “baderneiros”.
