Mulher que cobrou Bolsonaro sobre mortes � do MBL e trabalha para Holiday

Expulsa da frente do Pal�cio da Alvorada ap�s cobrar o presidente Jair Bolsonaro sobre as mortes pela covid-19, Cristiane Bernart � militante do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que faz atualmente oposi��o ao governo. Em conversa com o Broadcast Pol�tico (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado), ela disse que a a��o foi proposital e que est�o previstas novas iniciativas como as desta quarta-feira para fazer press�o pelo impeachment de Bolsonaro. O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos l�deres do movimento, confirmou tratar-se de um ato pol�tico.

"A ideia do MBL � continuar questionando o presidente e fazer outras a��es, como o panela�o que ser� feito hoje, �s 19h", disse Bernart. "Eu quis puxar um ato para que as pessoas n�o tenham medo de cobrar o presidente por ser o presidente. Ele � nosso funcion�rio e tem obriga��o de dar explica��es", justificou.

Formada em Letras, Bernart trabalha como assessora do gabinete do vereador em S�o Paulo Fernando Holiday (Patriota), tamb�m integrante do movimento, mas disse que pediu licen�a n�o remunerada para ir at� Bras�lia e que pagou pelos custos da viagem. Ela tamb�m diz ser atriz.

No Twitter, Cristiane compartilhou foto do documento com o pedido de desconto do pagamento referente a quarta-feira, com a justificativa de que iria se ausentar para fazer "manifesta��o p�blica de car�ter pol�tico".

Segundo ela, "todo cidad�o deveria ter o direito de questionar o presidente". "At� porque aquele cercadinho (do Alvorada) n�o � para ser s� de apoiadores. Eu quero que as pessoas enxerguem em mim, na minha a��o, um exemplo de coragem para tamb�m irem. Eu fui como cidad� e iria mais 500 vezes se fosse o caso", acrescentou.

Holiday

"J� faz tr�s meses que eu presto uma assessoria para o Fernando Holiday, porque eu fiz Letras, ent�o eu fa�o parte da corre��o dos artigos, das postagens, dou apoio para ele na quest�o dos textos. � isso", disse Cristiane Bernart ao Broadcast sobre o trabalho que presta ao vereador.

Segundo a assessora, no entanto, "� um trabalho completamente paralelo". "Muita gente acha que o MBL me comprou, mas se fosse para eu me vender eu teria me vendido para a ala bolsonarista que tamb�m me ofereceu cargo. N�o � uma quest�o de vender, � uma coisa que juntou um trabalho que eu j� fazia com a minha admira��o pelo MBL", afirmou.

O protesto

Em frente ao Alvorada, pela manh�, Bernart disse a Bolsonaro que 38 mil fam�lias choram pelas mortes e que o presidente traiu a popula��o. Apoiadores de Bolsonaro tentaram abafar a fala dela e a mandaram calar a boca.

Diante da insist�ncia, o presidente disse para Bernart parar de falar ou, ent�o, sair do local. "Se voc� quiser falar, sai daqui, j� foi ouvido. Cobre do seu governador. Sai daqui."

Ao Broadcast, ela contou que foi "bastante hostilizada" pelos apoiadores do presidente e, por isso, pediu para sair antes que o presidente terminasse de falar.

Sobre a postura de Bolsonaro, Bernart afirmou que imaginou que poderia levar uma "patada" ou ser "ignorada". "Apesar disso, esperava que ele tivesse uma postura de homem e pelo menos me respondido", declarou.

Ato foi combinado com MBL

Kataguiri confirmou que a a��o da integrante do MBL foi combinado previamente. "Foi um ato do MBL. A Cris Bernart faz parte do movimento. A ideia foi cobrar o presidente justamente nesse momento em que temos o ministro da Sa�de ou secret�rio (Eduardo Pazuello), o que quer que seja, dizendo que a pandemia precisa ser controlada de uma maneira diferente no Norte e no Nordeste porque as regi�es fazem parte do Hemisf�rio Norte e t�m um inverno diferente", disse Kataguiri ao Broadcast Pol�tico.

A declara��o foi dada por Pazuello em reuni�o ministerial na ter�a, 9.

O parlamentar comparou o tratamento dado por Bolsonaro � Bernart com a resposta dada pelo presidente � uma apoiadora que, na segunda-feira, 8, disse ter a cura para o coronav�rus, mastigar alho cru, e pediu para ser infectada para comprovar sua ideia tamb�m na entrada do Pal�cio da Alvorada. "� ir�nico. Na segunda, ele escutou e levou a s�rio a mo�a que dizia que a grande solu��o do coronav�rus era mastigar alho cru", disse. "O presidente disse que vai agendar uma reuni�o para ela no Minist�rio da Sa�de. Espera a�, o presidente leva a s�rio isso e diz que vai marcar uma audi�ncia?", questionou.