O discurso de distanciamento das For�as Armadas da pol�tica � prejudicado pela presen�a de militares da ativa na gest�o Bolsonaro. Os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e da Sa�de, Eduardo Pazuello, por exemplo, s�o generais da ativa. O entendimento geral nas tr�s for�as � de que o escolhido, ao assumir o posto de natureza civil, deveria pedir transfer�ncia para a reserva. Ramos disse, recentemente, que pretende aposentar a farda para se dedicar � articula��o pol�tica do governo.
O Estad�o revelou que 2,9 mil militares da ativa ocupam cargos no Executivo. S�o 1.595 integrantes do Ex�rcito, 680 da Marinha e 622 da For�a A�rea. A reportagem levou o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) a decidir contar quantos militares ocupam cargos na administra��o Bolsonaro, al�m de fazer uma tabela comparativa da atual gest�o com as de Michel Temer e Dilma Rousseff.
Ramos
"Respeito a decis�o da maioria do Tribunal. Mas tamb�m n�o seria importante saber quantos m�dicos e engenheiros tem no governo? Quantos homens e mulheres? Quantos ind�genas, negros, pardos e brancos? Digo com propriedade que militares s�o cidad�os fardados que mesmo na reserva continuam servindo ao Pa�s. Diante disso questiono: h� algum problema com os militares?", perguntou Ramos, em postagem nas redes sociais, no dia 18.
De qualquer forma, h� tamb�m inc�modo, na Marinha e na Aeron�utica, com a nomea��o do pessoal da ativa para trabalhar no Planalto e na Esplanada, e com a tentativa de Bolsonaro de colar sua imagem � das For�as Armadas.
Em fevereiro, o presidente convocou o almirante Fl�vio Rocha para assumir uma assessoria especial no seu gabinete. Atualmente, o oficial executa v�rias tarefas para ajudar Bolsonaro a solucionar problemas, principalmente os pol�ticos.
A presen�a de Rocha no gabinete presidencial preocupa a Marinha. Das tr�s for�as, a Aeron�utica � a que tem menos pessoal da ativa no governo. A maior apreens�o, atualmente, � com uma onda de manifestos de militares da reserva a favor de Bolsonaro e contra o Judici�rio e o Congresso. Embora afastados do dia a dia da for�a, os oficiais aposentados da For�a A�rea Brasileira (FAB) acabam sendo vistos como representantes da institui��o.
Na �ltima quinta-feira, saiu o �ltimo deles. O texto 504 Guardi�es da Na��o, que circulou nas redes, contava com 243 militares da reserva, a maioria da FAB, a� inclu�dos seis tenentes-brigadeiros, ex-integrantes do Alto Comando da Aeron�utica.
Hoje, os militares mais conhecidos e barulhentos do Pa�s, que fazem postagens com amea�as veladas �s institui��es, est�o na reserva ou n�o t�m tropas. A lista dos oficiais da caserna com real poder de mando, por outro lado, inclui nomes desconhecidos, distanciados do debate pol�tico. S�o os comandantes do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica e os comandantes do Ex�rcito em oito regi�es militares, todos eles generais de quatro estrelas - � exce��o do chefe do Comando do Planalto, um general tr�s estrelas. Esses sete oficiais integram o seleto grupo dos 16 que formam o Alto Comando do Ex�rcito, subordinados a Pujol.
Na Aeron�utica e na Marinha, for�as com outros modelos de divis�o operacional, os comandantes de �reas tamb�m t�m patentes de tr�s estrelas.
'Defender a democracia'
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, no vel�rio de um paraquedista que morreu em treinamento, que a miss�o das For�as Armadas � defender a democracia. "A nossa miss�o, a miss�o das For�as Armadas, � defender a p�tria, � defender a democracia. E como dizia (aquele) que se tornou um grande amigo, o ex-ministro Le�nidas Pires Gon�alves (ministro do Ex�rcito no governo de Jos� Sarney), n�s estamos a servi�o da vontade da popula��o brasileira." Le�nidas submeteu o ent�o capit�o Bolsonaro a Conselho de Justifica��o, que o condenou, veredicto depois revertido. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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