Na quinta-feira, 18, poucas horas depois de Fabr�cio Queiroz ser preso na casa do ex-advogado da fam�lia Bolsonaro Frederick Wassef, em Atibaia, a defesa do ex-assessor parlamentar nomeou outro advogado, Edevaldo de Oliveira, como "correspondente" na cidade do interior. Ex-policial rodovi�rio, Oliveira � visto como uma esp�cie de bra�o direito de Wassef em Atibaia.
Ele recebeu procura��o para atuar especificamente junto � Santa Casa de Bragan�a Paulista, onde Queiroz realizou duas cirurgias alguns meses atr�s. Oliveira deveria conseguir os laudos que comprovam as passagens de Queiroz pelo hospital.
Os laudos s�o fundamentais para corroborar a narrativa apresentada por Wassef nos �ltimos dias segundo a qual permitiu a presen�a de Queiroz em sua casa em Atibaia por raz�es humanit�rias j� que o ex-assessor do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, estava sem dinheiro, doente e precisava de um lugar para ficar durante o tratamento.
A Santa Casa, segundo Oliveira, se recusou a fornecer os documentos e informou que s� o faria mediante decis�o judicial.
De acordo com pessoas pr�ximas a Wassef, Oliveira � uma esp�cie de bra�o direito do advogado em Atibaia. Ao jornal O Estado de S. Paulo, ele negou ter qualquer tipo de sociedade ou parceria com o ex-advogado dos Bolsonaro, mas admitiu que s�o amigos.
"N�o posso dizer que n�o conhe�o. Tamb�m, quem n�o conhece o Fred? Amigo � amigo, mas n�o tenho nenhum processo com ele", disse Oliveira.
O advogado afirmou tamb�m n�o ter tido contato com Queiroz enquanto o ex-assessor esteve em Atibaia. Oliveira j� havia acompanhado Agostinho Moraes da Silva, que foi lotado no gabinete do ent�o deputado estadual Fl�vio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e est� envolvido no processo que apura pr�tica de "rachadinha", em depoimento no Minist�rio P�blico.
No documento do Minist�rio P�blico que embasou o pedido de pris�o preventiva de Queiroz, os investigadores afirmam que o depoimento de Agostinho - o �nico assessor a depor presencialmente - foi fantasioso e combinado com o suposto operador de Fl�vio.
Queiroz havia acabado de dar entrevista ao SBT, na qual disse que movimentava dinheiro vendendo carros. A tese, segundo o MP, "foi posteriormente desmascarada pela informa��o do Detran de que teve pouqu�ssimos ve�culos registrados em seu nome ou de familiares na �ltima d�cada".
Ao depor no MP, no in�cio de 2019, Agostinho classificou Queiroz como um habilidoso vendedor de carros. Por isso, disse, chegou a dar mensalmente at� 60% dos R$ 6,7 mil que recebia na Alerj para o operador investir no ramo. O retorno seria de pouco menos de 20%.
Tamb�m ex-policial militar, Agostinho afirmou ainda que havia um esquema de rod�zio informal no gabinete, que n�o precisava frequentar todos os dias da semana. Tamb�m n�o precisaria bater ponto, j� que realizava mais trabalhos externos - como o envio de documenta��o e atividades de seguran�a de Fl�vio, por exemplo. Desde o in�cio, a vers�o do ex-assessor foi considerada fr�gil pelos investigadores.
Os advogados Paulo Em�lio Catta Preta, que lidera a defesa de Queiroz, e Frederick Wassef, que at� a semana passada defendia Fl�vio Bolsonaro, foram procurados, mas n�o responderam aos contatos.
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