O procurador-geral da Rep�blica Augusto Aras solicitou dados da Opera��o Lava Jato no Rio de Janeiro, �rea de interesse da fam�lia Bolsonaro, aponta of�cio enviado pelo PGR � for�a-tarefa local. Assim como em Curitiba e S�o Paulo, a justificativa seria "subsidiar o exerc�cio" da Procuradoria.
Apura��es da Lava Jato Rio levaram � Opera��o Furna da On�a, deflagrada em 2018 para apurar esquema sist�mico de corrup��o na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Foi nesta investiga��o que foi produzido o relat�rio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimenta��es financeiras do ex-assessor Fabr�cio Queiroz. O documento levou � abertura do caso das "rachadinhas" contra Fl�vio Bolsonaro no Minist�rio P�blico do Rio.
A Furna da On�a tamb�m � alvo hoje de investiga��o sobre vazamento de informa��es para a campanha dos Bolsonaros. As acusa��es foram feitas pelo empres�rio Paulo Marinho, suplente de Fl�vio no Senado e ex-aliado do Planalto. Em outra frente, a PF Rio � foco de apura��es da pr�pria Pol�cia Federal no inqu�rito que apura acusa��es do ex-ministro S�rgio Moro de supostas interfer�ncias pol�ticas do presidente Jair Bolsonaro na corpora��o.
A solicita��o de Aras cobrou o envio, em at� dez dias, de dados eleitorais, de c�mbio, de movimenta��o internacional, al�m de relat�rios de intelig�ncia financeira, declara��es de impostos de renda e base consolidadas de informa��es. O pedido tamb�m engloba dados recebidos em colabora��es ou fornecidos por outros �rg�os � for�a-tarefa e base de evid�ncias, como m�dias coletadas em apreens�es e quebras telem�ticas.
A mesma requisi��o enviada � Lava Jato Rio embasou a ida da subprocuradora Lindora Ara�jo � sede do Minist�rio P�blico Federal do Paran� nesta semana. Em resposta, a for�a-tarefa paranaense enviou of�cio a Aras e � corregedoria-geral da PGR afirmando que a visita se tratou de uma "dilig�ncia" para recolher informa��es e dados da opera��o "sem prestar informa��es sobre a exist�ncia de um procedimento instaurado, formaliza��o ou escopo definido".
A visita de Lindora levou � debandada de tr�s integrantes do grupo da Lava Jato na PGR na sexta, 26. Procuradores ouvidos reservadamente pela reportagem falaram de quebra de confian�a, pontuando que o mal-estar gerado pela atitude da aliada de Aras fragiliza a atua��o do MPF no Superior Tribunal de Justi�a e no Supremo Tribunal Federal em mat�ria criminal.
Em nota, a PGR negou as acusa��es da Lava Jato Curitiba "N�o houve inspe��o, mas sim uma visita de trabalho que visava a obten��o de informa��es globais sobre o atual est�gio das investiga��es e o acervo da for�a-tarefa para solicitar eventuais passivos. Um dos pap�is dos �rg�os superiores do Minist�rio P�blico Federal � o de organizar as for�as de trabalho", escreveu a Procuradoria (leia a nota completa no final desta not�cia).
O of�cio de Aras � Lava Jato indica que os dados seriam enviados para a Secretaria de Per�cia, Pesquisa e An�lise do gabinete do PGR, que tem, entre suas fun��es "receber, processar, analisar e armazenar dados sigilosos obtidos por meio de decis�es judiciais, de representa��es encaminhadas por �rg�os p�blicos ou de requisi��o direta dos membros do MPF".
LEIA A �NTEGRA DA NOTA DA PGR:
A respeito de not�cias publicadas nesta sexta-feira (26), a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) esclarece que a subprocuradora-geral Lind�ra Ara�jo, na condi��o de coordenadora da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justi�a (STJ), realizou visita de trabalho � For�a-Tarefa Lava Jato em Curitiba (PR). Desde o in�cio das investiga��es, h� um interc�mbio de informa��es entre a PGR e as for�as-tarefas nos estados, que atuam de forma colaborativa e com base no di�logo. Processos que tramitam na Justi�a Federal do Paran� t�m rela��o com a��es e procedimentos em andamento no STJ.
A visita foi previamente agendada, h� cerca de um m�s, com o coordenador da for�a-tarefa de Curitiba - que, inclusive, solicitou que se esperasse seu retorno das f�rias, o que foi feito. O procurador Deltan Dallagnol sugeriu que a reuni�o fosse marcada para entre 15 e 19 de junho, mas acabou ocorrendo nessa quarta-feira (24) e quinta-feira (25).
N�o houve inspe��o, mas uma visita de trabalho que visava a obten��o de informa��es globais sobre o atual est�gio das investiga��es e o acervo da for�a-tarefa, para solucionar eventuais passivos. Um dos pap�is dos �rg�os superiores do Minist�rio P�blico Federal (MPF) � o de organizar as for�as de trabalho. N�o se buscou compartilhamento informal de dados, como aventado nas not�cias da imprensa, mas compartilhamento formal com acompanhamento de um funcion�rio da Secretaria de Per�cia, Pesquisa e An�lise (Sppea), �rg�o vinculado � PGR, conforme ajustado previamente com a equipe da for�a-tarefa em Curitiba.
A solicita��o de compartilhamento de dados foi feita por meio de of�cio datado de 13 de maio. Pedido semelhante foi enviado �s for�as-tarefas de S�o Paulo e do Rio de Janeiro. Diante da demora para a efetiva��o da provid�ncia, a reuni�o de trabalho poderia servir tamb�m para que a Sppea tivesse acesso ao material solicitado. A medida tem respaldo em decis�o judicial que determina o compartilhamento de dados sigilosos com a PGR para utiliza��o em processos no STF e no STJ.
A corregedora-geral do Minist�rio P�blico Federal, Elizeta Paiva, tamb�m iria a Curitiba, mas n�o o fez nesta ocasi�o por motivos de sa�de, conforme oficialmente informado ao gabinete do PGR. A corregedora vem acompanhando os trabalhos da Lava Jato porque determinou uma correi��o extraordin�ria, realizada por dois procuradores designados por ela, em todas as for�as-tarefas em funcionamento no �mbito do MPF no pa�s. Os assuntos da reuni�o de trabalho, como � o normal na Lava Jato, s�o sigilosos. A PGR estranha a rea��o dos procuradores e a divulga��o dos temas, internos e sigilosos, para a imprensa.
POL�TICA