Entrevista com Alexandre Kalil, prefeito de BH
“Vou escolher o vice e ponto final”

As elei��es municipais foram adiadas para novembro. Em sua avalia��o, a pandemia prejudica prefeitos que se candidatarem � reelei��o?
Acho que � igual para todo mundo. No futebol tem uma t�nica boa. O time que perde fala que o gramado est� muito ruim. Parece que o time que ganha tinha um gramado e o que perde tinha outro. Ent�o, � igual para todo mundo. Acerto ou erro vem da consci�ncia de cada um. Eu n�o consigo (discutir isso agora), e isso n�o � demagogia, pois, se fosse, faria o que todos querem que eu fa�a, que � botar todo mundo na rua e eu n�o estaria recebendo essa press�o. Eu te digo que a gente tem de fazer o que deve ser feito, e o que acha que deve ser feito. E a Terra � redonda.
O senhor preferiria que as elei��es n�o fossem adiadas?
Quem deve resolver � a ci�ncia, a medicina. N�o � achismo, n�o � astrologia. H� um erro de quem manda nisso. N�o � prefeito; � o Congresso, � o STF, o TSE. E chamar os m�dicos e perguntar como vamos fazer, qual � data. Tudo o que est�o defendendo, na hora de escolher uma data, negam. O Congresso n�o falou em medicina e ci�ncia o tempo todo? Ent�o, t�m de tratar o assunto n�o � dando dinheiro para prefeito, para dar tempo de televis�o para pol�tica. � chamar os m�dicos. E tem de chamar de outro lugar, porque no minist�rio n�o tem mais. Arruma um lugar que tem m�dico. � chamar os m�dicos e perguntar: “Quando vamos fazer, qual � a conta mais razo�vel?”.
Em BH, alguns empres�rios trabalham para financiar outros candidatos para enfrent�-lo. O senhor identifica na cidade focos de oposi��o mais dura?
Ainda n�o parei para pensar nisso. Mas temos trabalho feito. Pobre n�o � burro. � s� pobre.
O seu leque de alian�as, como est�?
Grande, vou ter muitos partidos.
Na extrema-direita, temos Bolsonaro, que deve apoiar um candidato, tem Rodrigo Paiva com apoio do governador, um candidato de direita. H� outros candidatos no campo da direita, como o Jo�o V�tor Xavier (Cidadania), com apoio do senador Rodrigo Pacheco (Dem). De tal forma que de sua posi��o, ao centro, o campo pol�tico em aberto tende tamb�m para a esquerda. Como est� o seu di�logo com os partidos de esquerda?
Olha, n�o come�amos ainda. � �bvio que qualquer apoio � bem-vindo, mas n�o consigo conversar esse assunto agora, na base de Lexotan. N�o consigo conversar sobre esse assunto, ainda n�o tem a data da elei��o. Fizemos o diret�rio municipal do PSD, nem conhe�o, n�o fui l� ainda. N�o d� para falar de pol�tica agora. N�o, meu esp�rito n�o d�. E na hora em que for para falar, vou falar, sei brigar, eu sei ir para o campo de batalha, isso n�o me preocupa. Porque sei fazer. O que n�o sei � como segurar essa pandemia. E ningu�m sabe. E isso me desespera.
Em n�vel local, o senhor acredita que o debate eleitoral ter� n�vel muito baixo?
O que tinham de falar de mim, que eu devia IPTU, continuo devendo. E na PBH tem tr�s anos e meio que nunca ningu�m piou um esc�ndalo aqui dentro. E levo para o n�vel que quiserem. Se quiserem debater em bom tempo, vou debater. Mas se quiserem ir para o esgoto, eu vou tamb�m.
Quais s�o os partidos com os quais o senhor est� conversando mais ao centro? O MDB sai com o senhor?
Sai. O pr�prio PP sai, o PSD, que � meu partido. Tenho o PDT. Deve sair porque apoiei o Ciro em BH, j� conversei com ele sobre isso. H� um leque de partidos que saem.
Como est� a sua rela��o com o vice, Paulo Lamac?
�tima.
Voc�s voltar�o a compor a chapa?
Isso ainda estamos estudando, n�o h� nada resolvido. Mas o Paulo vai fazer parte da minha campanha.
O senhor repetiria essa composi��o ou h� tend�ncia em chamar algu�m do MDB?
N�o negocio o meu vice, mesmo que isso custe a minha elei��o. Todos est�o em pauta. Paulo Lamac est� em pauta. Fuad Noman (ex-secret�rio da Fazenda) est� em pauta. Qualquer secret�rio meu est� em pauta. Ent�o, n�o negocio vice. Vice vou escolher e ponto-final. (BM)