
Ap�s receber o diagn�stico positivo para COVID-19, nessa ter�a-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro trocou reuni�es presenciais com ministros e outras autoridades por videoconfer�ncias. Ao dizer ontem, em v�deo nas redes sociais, que estava tomando a terceira dose de hidroxicloroquina, o presidente indicou que, no per�odo de isolamento, deve continuar recomendando o uso do rem�dio. N�o h� comprova��o cient�fica de que o medicamento funciona no tratamento. Ainda assim, a cloroquina � receitada por alguns hospitais.
"Estou tomando a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me sentindo muito bem. Estava mais ou menos no domingo, mal na segunda-feira. Hoje, ter�a, estou muito melhor. Com toda certeza, est� dando certo", disse antes de engolir o comprimido, no v�deo.
Desde o in�cio da pandemia, Bolsonaro tem defendido o uso da cloroquina desde os primeiros sintomas, mesmo sem a efic�cia comprovada e riscos ainda sendo estudados. "Sabemos que hoje em dia existem outros rem�dios que podem ajudar a combater o coronav�rus. Sabemos que nenhum tem efic�cia cientificamente comprovada, mas � mais uma pessoa que est� dando certo. Ent�o, eu confio na hidroxicloroquina.", disse.
De acordo com a Secretaria-Geral da Presid�ncia, Bolsonaro vai receber, por e-mail, do ministro Jorge Oliveira, os assuntos sobre os quais precisa despachar no dia. Em seguida, os dois conversam por v�deo e, por fim, os atos s�o assinados digitalmente, sem contato pessoal. A rotina na sede do Executivo, por�m, seguir� normalmente.
Em comunicado, a Secretaria-Geral da Presid�ncia informou que n�o existe protocolo m�dico que recomende isolamento pelo simples contato com casos positivos. "A orienta��o que damos aos servidores � procurar assist�ncia m�dica quando apresentarem sintomas relacionados COVID-19, para avaliar necessidade de testagem. Nos casos considerados suspeitos, os servidores s�o orientados a ficar em casa at� o resultado do exame", diz a pasta.
Repercuss�o
Ap�s o an�ncio de que Bolsonaro est� com coronav�rus, o ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta (DEM) disse que o presidente foi v�tima da pr�pria narrativa de que a doen�a n�o � t�o grave. "O presidente criou uma narrativa pr�pria desde o in�cio e repetiu tantas vezes que passou a acreditar nela. Quem o assessora deve ser gente sem o h�bito de leitura cient�fica ou que usa informa��o sem filtro da internet", afirmou Mandetta ao Estad�o.
Segundo o ex-ministro, que deixou o governo em abril, o presidente precisa ter cuidado com o temperamento e ficar 14 dias em isolamento total. "� crime quando algu�m tem consci�ncia que est� com doen�a infecciosa e contamina o outro intencionalmente. O presidente precisa tomar cuidado com o protocolo", afirmou Mandetta.
Dois dos principais advers�rios do presidente, os governadores de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), e do Rio, Wilson Witzel (PSC), tamb�m comentaram o diagn�stico de Bolsonaro. O tucano escreveu que espera que o presidente "siga as orienta��es da medicina" para que "em breve, seja restabelecido". "Tamb�m fui atingido pela COVID-19 e, seguindo as recomenda��es m�dicas, estou certo de que ele ir� se recuperar brevemente", disse Witzel.
Bolsonaro tamb�m recebeu ontem mensagens de melhoras dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Alberto Fern�ndez.