O subprocurador Hindemburgo Chateaubriand Filho enviou of�cio ao procurador-geral Augusto Aras rebatendo as acusa��es do bra�o direito do PGR, o secret�rio-geral Eitel Santigo, de que for�as-tarefa da Procuradoria funcionam, por vezes, de forma ilegal. Corregedor-geral do Minist�rio P�blico Federal por quatro anos, Hindemburgo classificou a declara��o como absolutamente equivocada.
"Entendo que a iniciativa, al�m de impr�pria a ocupante de cargo da alta administra��o da Casa, poderia sugerir a anu�ncia dos demais participantes da atual gest�o, o que n�o ocorre", afirmou Hindemburgo Filho. "� meu dever, al�m disso, esclarecer que, durante o per�odo em que exerci a fun��o de Corregedor-Geral do MPF, entre os anos de 2013 a 2017, jamais identifiquei nenhuma das supostas irregularidades a que se refere o Sr. Secret�rio-Geral".
O of�cio de Hindemburgo, que hoje ocupa a Secretaria de Coopera��o Internacional, ligada ao gabinete de Aras, eleva a tens�o dentro da Procuradoria, que se encontra em crise interna por causa da Lava Jato. Na ter�a-feira, 7, quatro integrantes do Conselho Superior do MPF pediram a Aras que reconsiderasse a oportunidade e conveni�ncia da perman�ncia de Eitel Santiago no cargo de secret�rio-geral.
"Faz-se absolutamente imperativo assinalar a discord�ncia e o profundo desconforto que tais coloca��es do Secret�rio-Geral Eitel Santiago de Brito Pereira - verbalizadas ao arrepio de suas fun��es administrativas - est�o causando no seio da institui��o, implicando, em muitos aspectos, indevida inger�ncia na esfera de atua��o de outros �rg�os que comp�em o Minist�rio P�blico Federal", afirmam os subprocuradores Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, N�vio de Freitas Silva Filho, Jos� Adonis Callou de Ara�jo S� e Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
Segundo eles, a fala de Brito sobre atua��o ilegal das for�as-tarefa, incluindo a Lava Jato, alimenta, de maneira perigosa e indevida, d�vidas quanto � legalidade da atua��o do Minist�rio P�blico Federal e afeta seriamente a imagem da institui��o.
Crise
A entrevista de Brito foi realizada em meio � crise interna dentro da Procuradoria envolvendo a for�a-tarefa da Lava Jato, que acusa a aliada de Aras, a subprocuradora Lind�ra Ara�jo, de conduzir uma dilig�ncia para obter informa��es sigilosas da opera��o. A PGR nega.
Aras j� declarou que continuar� em busca dos dados sigilosos, apontando que decis�es passadas do ex-ministro S�rgio Moro na Lava Jato e da ju�za substituta Gabriela Hardt, da 13� Vara Federal de Curitiba, autorizam o compartilhamento dessas informa��es. Em of�cio enviado em maio, o PGR pediu �s for�as-tarefa da Lava Jato enviaram c�pias de dados eleitorais, de c�mbio, de movimenta��o internacional, al�m de relat�rios de intelig�ncia financeira, declara��es de impostos de renda e base consolidadas de informa��es.
Em resposta, a Lava Jato Paran� afirmou que as decis�es de Moro e Hardt n�o permitem que o compartilhamento ou acesso aconte�a sem objeto espec�fico ou indica��o das provas e procedimentos cujo compartilhamento � pretendido.
A briga ganhou novo cap�tulo ap�s projeto apresentado ao Conselho Superior do Minist�rio P�blico Federal propor a unifica��o das for�as-tarefas em uma �nica Unidade Nacional Anticorrup��o (Unac). Uma das medidas previstas no texto em discuss�o � a centraliza��o das bases de dados da Lava Jato por uma secretaria ligada � PGR.
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