Governo pode ter quatro milh�es de comprimidos de cloroquina em estoque

Na contram�o da ci�ncia, o governo Jair Bolsonaro apostou suas fichas no uso da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes infectados pelo novo coronav�rus. Por�m, o presidente n�o ficou apenas na propaganda do rem�dio, conforme mostra documento do Comit� de Opera��es de Emerg�ncia (COE), do Minist�rio da Sa�de, de uma reuni�o feita em 25 de maio. No in�cio de julho, o Brasil j� tinha um estoque de quatro milh�es de comprimidos do medicamento. 

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada na noite desta quinta-feira (23), t�cnicos do COE alertaram o governo sobre a possibilidade de as reservas ficarem paradas. “Devido � atual situa��o n�o � aconselh�vel trazer uma quantidade muito grande, pois caso o protocolo venha a mudar, podemos ficar com um n�mero em estoque parado para prestar contas", diz o documento obtido pela Folha. 

Al�m disso, novas distribui��es da cloroquina estariam previstas entre julho e agosto, mas a ata n�o apontou os locais e quantidades. "Com isso, ficou em estoque para devolu��o 1.456.616, estamos aguardando maiores defini��es para proceder ou n�o o recolhimento", mostra o registro do encontro.

De acordo com a reportagem, algumas mudan�as nas orienta��es para amplia��o da oferta da cloroquina foram apenas comunicadas ao comit� por alguns membros do minist�rio, sem que t�cnicos pudessem decidir sobre as medidas. 

A hidroxicloroquina n�o tem efic�cia comprovada no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronav�rus, conforme estudos cient�ficos publicados em v�rios pa�ses. Sobre o caso, o Minist�rio da Sa�de informou que “o uso de qualquer medicamento compete � autonomia e orienta��o m�dica, em conson�ncia com o esclarecimento e consentimento do paciente”.