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Estado de Minas POL�TICA

�rg�o que investiga crime organizado passa a monitorar opositores de Bolsonaro

A mudan�a das atribui��es da Seopi teve in�cio logo ap�s a nomea��o de Andr� Mendon�a como ministro da Justi�a, no dia 28 de abril deste ano


25/07/2020 21:03 - atualizado 25/07/2020 21:40

A Seopi não submete todos os seus relatórios a um acompanhamento judicial(foto: Marcos Corrêa/PR )
A Seopi n�o submete todos os seus relat�rios a um acompanhamento judicial (foto: Marcos Corr�a/PR )
Criada na gest�o do ex-juiz S�rgio Moro com a miss�o de integrar opera��es policiais contra o crime organizado, redes de pedofilia, homicidas e crimes cibern�ticos, a Secretaria de Opera��es Integradas (Seopi) do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica foi remodelada e, sob comando de Andr� Mendon�a, come�ou a ter como foco a investiga��o e produ��o de relat�rios sigilosos a respeito de opositores pol�ticos do presidente Jair Bolsonaro.

Conforme revelou o Blog do Rubens Valente, do portal UOL, na sexta-feira, a mais recente investida da Seopi foi a produ��o de um dossi� contra 579 servidores federais e estaduais da �rea de seguran�a e professores identificados como integrantes do "movimento antifascismo". Na lista de investigados, cuja exist�ncia foi confirmada pelo Estad�o, constam profissionais da seguran�a e da doc�ncia de todas as regi�es do Pa�s.

A mudan�a das atribui��es da Seopi teve in�cio logo ap�s a nomea��o de Andr� Mendon�a como ministro da Justi�a, no dia 28 de abril deste ano. Ap�s tomar posse, ele nomeou um delegado da Pol�cia Civil do Distrito Federal para comandar a secretaria e, cerca de um m�s depois, teria solicitado uma investiga��o completa de movimentos que poderiam colocar em risco a "estabilidade pol�tica do atual governo".

Um agente que integra o �rg�o desde a sua cria��o, ainda na gest�o de S�rgio Moro, relata que a miss�o da Seopi, antes, era produzir intelig�ncia e realizar opera��es, mas "o foco era outro". Segundo ele, n�o existia, sob o comando de Moro, qualquer orienta��o para produ��o de relat�rios contra inimigos pol�ticos.

O funcion�rio p�blico, que � oriundo da carreira militar, relata ainda que uma das grandes opera��es da Seopi foi coordenar a transfer�ncia dos l�deres do PCC para pres�dios federais ao longo do ano passado. Na atual gest�o, com Mendon�a na chefia da pasta da Justi�a, h� orienta��o "expressa", segundo esse profissional, para produ��o de relat�rios com dados detalhados das pessoas monitoradas.

Conforme mostrou o UOL, a Seopi n�o submete todos os seus relat�rios a um acompanhamento judicial. Assim, vem agindo nos mesmos moldes dos outros �rg�os que realizam normalmente h� anos o trabalho de intelig�ncia no governo, como o Centro de Intelig�ncia do Ex�rcito e o Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI).

O relat�rio foi confeccionado poucos dias depois da divulga��o, no dia 5 de junho, de um manifesto intitulado "Policiais antifascismo em defesa da democracia popular", assinado por 503 servidores da �rea de seguran�a de todo o Brasil. O documento ficou pronto na primeira quinzena de junho.

Em p�ginas nas redes sociais, grupos de professores e policiais condenaram a informa��o de que grupos cr�ticos ao governo viraram alvo de investiga��o sigilosa. A p�gina Policiais Antifascismo, por exemplo, tem 19 mil seguidores no Facebook.

'A��es especializadas'

Na noite desta sexta-feira, o Minist�rio da Justi�a informou ao Estad�o que a atividade de Intelig�ncia de Seguran�a P�blica � realizada por meio do exerc�cio "permanente e sistem�tico de a��es especializadas". Segundo a assessoria do minist�rio, o objetivo das a��es � "identificar, avaliar e acompanhar amea�as potenciais ou reais".

"O objetivo � subsidiar decis�es que visem a a��es de preven��o, neutraliza��o e repress�o de atos criminosos de qualquer natureza que atentem contra a ordem p�blica, a incolumidade das pessoas e o patrim�nio", diz, em nota, o Minist�rio da Justi�a.

Ao ser questionada sobre o dossi� contra professores e policiais, a pasta disse que n�o comentaria, especificamente, o caso, mas destacou que as atividades de investiga��o, por parte da Seopi, s�o uma atribui��o de "rotina".

"Cabe � Diretoria de Intelig�ncia da Secretaria de Opera��es Integradas do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, como atividade de rotina, obter e analisar dados para a produ��o de conhecimento de intelig�ncia em seguran�a p�blica e compartilhar informa��es com os demais �rg�os componentes do Sistema Brasileiro de Intelig�ncia."

O minist�rio tamb�m confirmou que a Seopi faz parte do Sistema Brasileiro de Intelig�ncia, institu�do pela Lei nº 9.883/1999, que � respons�vel pelo processo de obten��o, an�lise e dissemina��o da informa��o necess�ria ao processo decis�rio do Poder Executivo.


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