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Estado de Minas POL�TICA

A tr�s meses das elei��es, SP tem cen�rio embolado e 12 pr�-candidatos


02/08/2020 16:00

A tr�s meses e meio do primeiro turno, a corrida pela Prefeitura de S�o Paulo j� tem 11 pr�-candidatos declarados. A disputa projeta neste momento o rompimento com a tradicional polariza��o PSDB x PT na cidade - os dois partidos disputaram o segundo turno tr�s vezes entre 2004 e 2016. Indica tamb�m que n�o dever� haver, na capital paulista, a repeti��o do embate entre bolsonarismo e petismo que marcou a �ltima elei��o presidencial. Enquanto a direita conservadora busca os votos bolsonaristas, mas evita se associar ao presidente Jair Bolsonaro, a esquerda v� o PT isolado.

Para o cientista pol�tico Carlos Melo, professor do Insper, a campanha em S�o Paulo deve ser marcada pelo que ele chama de "antipolaridade": o antipetismo de um lado e o antibolsonarismo de outro. "A direita quer o eleitor conservador anti-PT, mas sem se estigmatizar como eleitor anti-bolsonarista. J� na esquerda muita gente aposta no p�s-Lula", afirmou Melo. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva deixou a pris�o, onde cumpria pena por corrup��o e lavagem de dinheiro, em novembro e chegou a ser questionado por sindicalistas e aliados por n�o ter retomado o mesmo ritmo de atua��o pol�tica, como mostrou o Estad�o em janeiro.

Entre os postulantes, o pr�-candidato do PRTB, Levy Fidelix, que comanda o partido do vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, � um dos que se definem como bolsonarista. Ex-aliado do governador Jo�o Doria (PSDB), Filipe Sabar�, do Novo, tamb�m elogia o governo federal, mas evita o r�tulo de apoiador do presidente. "Vou defender as coisas boas e criticar as ruins do governo dele (Bolsonaro). Vou buscar os votos da direita raiz."

Aliada de Bolsonaro at� o ano passado, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) deve buscar o voto da direita que tem cr�ticas ao presidente. A mesma postura deve ser adotada por Andrea Matarazzo, embora seu partido, o PSD, tenha indicado o ministro das Comunica��es no m�s passado. "Costumo dizer que buraco de rua n�o � de direita, de esquerda nem de centro, mas precisa ser tapado."

No campo da esquerda, o PT escolheu o ex-secret�rio municipal de Transportes Jilmar Tatto como pr�-candidato e deve caminhar para a disputa mais isolada da hist�ria do partido. At� o PCdoB, sat�lite petista desde 1989, pela primeira vez vai ter candidatura na capital, com o deputado Orlando Silva.

Tatto � visto como um nome de pouca proje��o - obteve apenas 6% dos votos na disputa por uma vaga no Senado em 2018. Apesar disso, o PT aposta em Lula para garantir votos. "O PT ainda tem a hegemonia da esquerda e Lula ser� o nosso grande cabo eleitoral", disse o deputado estadual Enio Tatto, irm�o do pr�-candidato.

Guilherme Boulos, pr�-candidato do PSOL, tamb�m acredita na influ�ncia de Lula, mas duvida de sua atua��o na campanha. "Justamente pela dimens�o da sua figura, n�o creio que ele vai entrar de cabe�a nas disputas municipais, ainda mais onde a esquerda est� dividida."

Al�m de ser uma resposta � polariza��o pol�tica dos �ltimos anos, a dispers�o de candidaturas pode ser explicada pelo fim das coliga��es, na avalia��o do cientista pol�tico Marco Antonio Teixeira, da FGV. A regra permitia que partidos se unissem para ter mais chances de atingir o quociente eleitoral - n�mero formado pelo total de votos v�lidos dividido pela quantidade de cadeiras na C�mara. Apenas legendas que atingem essa cota conseguem eleger vereadores. A partir da elei��o de novembro, n�o haver� mais coliga��es. Por isso, partidos menores veem na possibilidade de lan�ar um candidato a prefeito a chance de puxar votos na C�mara Municipal.

"� at� recomend�vel que partidos pequenos lancem um candidato pr�prio na disputa pela prefeitura, para atrair eleitores", disse Teixeira.

A defini��o das candidaturas para comandar a maior cidade da Am�rica Latina ainda depende da realiza��o das conven��es partid�rias. De acordo com o calend�rio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alterado devido � pandemia do novo coronav�rus, os partidos devem definir suas chapas entre 31 de agosto e 26 de setembro.

Escolha de vice pode tirar Covas do �centro radical�

A escolha do candidato a vice-prefeito na chapa de Bruno Covas (PSDB), candidato � reelei��o, pode mudar o equil�brio de for�as nas elei��es da capital paulistana. Embora Covas j� tenha defendido que seu partido deva ser "radical de centro", sua campanha pode pender para um dos lados do espectro pol�tico a depender de quem for confirmado como vice.

Alguns aliados acreditam que as propostas de Covas o colocam na centro-esquerda. Essa narrativa pode ganhar for�a se o tucano escolher como vice a ex-prefeita Marta Suplicy (SD). Depois da fracassada reaproxima��o com o PT, Marta mant�m conversas com Covas e com o ex-governador M�rcio Fran�a (PSB), tamb�m pr�-candidato � Prefeitura. O Solidariedade n�o descarta lan�ar Marta na cabe�a de chapa, caso n�o consiga a alian�a.

Outro poss�vel candidato a vice � o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), candidato derrotado � Prefeitura em 2012 e 2016. O entorno de Covas tamb�m discute compor chapa com a senadora Mara Gabrilli ou o ex-deputado Ricardo Tripoli, ambos do PSDB.

A escolha do vice de Covas pode ter impacto em outras candidaturas, segundo o cientista pol�tico Carlos Melo, do Insper. Segundo ele, Marta tiraria votos da esquerda ao reivindicar avan�os sociais do seu governo, como o Bilhete �nico e os CEUs, enquanto Russomanno roubaria eleitores de candidaturas de direita que tentam se deslocar do presidente Jair Bolsonaro.

Por ser o atual prefeito, Covas � o alvo natural na campanha. Al�m da m�quina municipal e o apoio do governador Jo�o Doria (PSDB), ele tenta consolidar um amplo tempo de TV. At� o momento, o prefeito tem a maior coaliz�o, com PSC, Podemos, Cidadania, DEM e PL.

Ex-governador

A proximidade entre Covas e Doria deve ser atacada pelo ex-governador M�rcio Fran�a, pr�-candidato pelo PSB. Nas elei��es para o governo do Estado h� dois anos, Fran�a perdeu o segundo turno para Doria. Contando-se apenas eleitores da capital, por�m, Fran�a teve 58,1% dos votos, contra 41,9% do tucano.

Com apoio do PDT, Fran�a deve mirar o eleitor pragm�tico de esquerda e manter uma porta aberta para a direita anti-Doria. Ele deve repetir a estrat�gia j� usada em 2018 de se aproximar de policiais militares. Quando foi governador, ap�s Geraldo Alckmin (PSDB) deixar o Pal�cio dos Bandeirantes para concorrer � Presid�ncia, Fran�a criou condecora��es para policiais e escolheu uma ex-comandante da PM como sua candidata a vice.

Ao falar sobre o cen�rio eleitoral, Fran�a diz que a decis�o de Marta Suplicy � um dos "principais componentes" de indefini��o na campanha.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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