Ap�s reagir com ataques contundentes �s cr�ticas de colegas na �ltima sess�o virtual do Conselho Superior do Minist�rio P�blico Federal, o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, baixou o tom em nova reuni�o nesta ter�a-feira, 4.
Na sess�o administrativa, que antecede a sess�o ordin�ria e � realizada a portas fechadas, o chefe da institui��o adotou postura conciliat�ria e pediu aos subprocuradores que evitem 'embates desnecess�rios' uma vez que os ataques ao MPF j� s�o 'muito fortes'.
"Estamos todos no mesmo barco. Se esse avi�o afundar ou cair, todos n�s ca�mos juntos", disse o procurador-geral aos colegas do colegiado.
Por prov�vel falha t�cnica, parte da sess�o administrativa foi transmitida ao vivo e, logo depois, interrompida.
Na noite da �ltima sexta, 31, durante sess�o para votar o or�amento de 2021, os conselheiros decidiram marcar oposi��o �s cr�ticas p�blicas feitas pelo PGR ao funcionamento da entidade e ao trabalho da Opera��o Lava Jato atrav�s da leitura de uma carta aberta. Em resposta, Aras elevou o tom e acusou colegas de 'oposi��o sistem�tica' a ele e de plantar not�cias falsas contra sua gest�o e sua fam�lia, de forma an�nima e 'covarde'.
"Todas as mat�rias que saem na imprensa, � um procurador ou uma procuradora que fala. O anonimato mais do que inconstitucional e ilegal, � covarde. Eu n�o tenho medo de enfrentar nenhum argumento, eu tenho o costume de enfrentar tudo o que fa�o e digo e n�o tenho receio de desagradar", disparou Aras. "Quando tivermos condi��es de conversar com a dignidade, sem a fake news, sem a covardia, sem a trai��o, sem a mentira propiciada por aqueles que est�o aqui na Casa, eu acho que teremos paz", emendou.
O chefe do Minist�rio P�blico Federal disse que tem provas das afirma��es sobre irregularidades internas na institui��o, incluindo supostos 'desvios' da Lava-Jato, e que elas j� foram encaminhadas aos �rg�os competentes para apura��o.
O isolamento de Aras pelos pares aumentou desde que o procurador-geral determinou dilig�ncia para o compartilhamento de informa��es da Lava Jato no Paran�, em S�o Paulo e no Rio. A medida, inicialmente autorizada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, foi derrubada ontem pelo ministro Edson Fachin, relator dos processos oriundos da Opera��o na Corte, mas a PGR j� informou que vai recorrer da decis�o.
Uma eventual remodela��o da for�a-tarefa de Curitiba, vigente at� setembro, tamb�m vem sendo discutido, com a possibilidade de reuni�o dos grupos de trabalho sob comando �nico sediado em Bras�lia. O projeto criaria a Unidade Nacional de Combate � Corrup��o e ao Crime Organizado (Unac), subordinada ao procurador-geral, para atuar no combate � corrup��o, a atos de improbidade administrativa e ao crime organizado. Investigadores resistem � proposta e veem risco de perda de autonomia com a unifica��o.
A proposta, que deve ser analisada antes do recesso do Conselho, em 19 de dezembro, chegou a ser levantada na sess�o de hoje. Em debate sobre a desinstala��o de of�cio entre procuradorias paulistas, o conselheiro Hindemburgo Chateaubriand aproveitou para defender o projeto.
"A Unac foi estruturada a partir de v�rias ideias, como num jogo de xadrez, n�o � uma coisa simples, mas um dos seus requisitos essenciais de funcionamento � exatamente esse: deslocar temporariamente um of�cio. As vantagens s�o todas. A primeira delas � que voc� garante que, nesse novo trabalho que estar� realizando o colega nesse of�cio deslocado, ele contar� com a inamovibilidade desse of�cio e, portanto, n�o poder� ser tirado dali. (�) O que se pretende � que esses of�cios novos que sejam deslocados para formar a Unac constituam of�cios que possam atuar em qualquer lugar do Brasil", sustentou.
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