Mendon�a diz que tamb�m monitorou grupo bolsonarista

Al�m de 579 servidores p�blicos "antifascistas", a Secretaria de Opera��es Integradas (Seopi), do Minist�rio da Justi�a e da Seguran�a P�blica, monitorou o grupo extremista "300 do Brasil", formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Um relat�rio de intelig�ncia foi produzido sobre os integrantes que acamparam na Esplanada dos Minist�rios e amea�aram bombardear o Supremo Tribunal Federal (STF). A informa��o foi revelada a parlamentares pelo pr�prio ministro da Justi�a, Andr� Mendon�a, em reuni�o sigilosa na sexta-feira passada, como uma tentativa de dar um tom de normalidade ao dossi� produzido contra opositores ao governo.

Mas, diferentemente dos servidores p�blicos monitorados pela pasta, o grupo bolsonarista j� era alvo de investiga��es do Minist�rio P�blico do Distrito Federal e da Procuradoria-Geral da Rep�blica ap�s amea�as feitas durante manifesta��es em Bras�lia. A l�der, Sara Fernanda Giromini, que adotou a alcunha de "Sara Winter", foi presa por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em junho.

Na reuni�o com parlamentares, Mendon�a tamb�m citou outros relat�rios de intelig�ncia produzidos pelo Minist�rio da Justi�a em governos anteriores, como na �poca da Copa do Mundo de 2014, da Olimp�ada de 2016 e do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo o ministro, o monitoramento de grupos que representem alguma amea�a � seguran�a p�blica � atividade rotineira.

Em conversas reservadas, o ministro tem mencionado um epis�dio espec�fico de depreda��o em Curitiba, atribu�do a manifestantes antifascistas, para justificar que h�, sim, motivos para monitorar integrantes ligados a estes grupos.

Apesar dos argumentos, Mendon�a abriu uma sindic�ncia para apurar se houve irregularidades no trabalho feito pela Seopi. Em seu primeiro ato ap�s o in�cio da investiga��o interna, demitiu o chefe da Diretoria de Intelig�ncia, o coronel Gilson Lib�rio de Oliveira Mendes.

Segundo Mendon�a, foi uma "medida de integridade", para garantir a imparcialidade da sindic�ncia. "Eu procuro preservar, em primeiro lugar, as institui��es", disse o ministro ao Estad�o. "A sa�da do Lib�rio demonstra o compromisso com o bom funcionamento das atividades, de que sejam exercidas dentro dos princ�pios �ticos e normativos, sem margens para desconfian�as", afirmou.

Diferen�a

Para o soci�logo Renato S�rgio de Lima, do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, h� uma clara diferen�a entre monitorar o "300 do Brasil" e servidores p�blicos "antifascistas". "Os policiais antifascismo fizeram um manifesto p�blico em defesa da democracia, enquanto o �300� � um grupo que tinha treinamento militar, armas no acampamento e propostas de atacar o STF. � uma falsa equival�ncia para mostrar que n�o persegue-se grupo A, B ou C. Mas tem erro t�cnico a�, porque � Seopi n�o cabe produzir relat�rio em nenhum dos casos. As pol�cias deveriam fazer isso e, caso fossem encontrados elementos, enviar para a Seopi, para que a pasta encaminhasse aos outros Estados, dentro do seu papel de integra��o."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.