Novo l�der do governo na C�mara, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR) defendeu a distribui��o de cargos no governo para fortalecer a articula��o no Congresso. Em entrevista � R�dio Eldorado, disse ainda que � preciso "enfrentar a corpora��o dos servidores p�blicos" para aprovar a reforma administrativa.
Barros assumiu o lugar do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), em um gesto do presidente Jair Bolsonaro que consolida a alian�a com o Centr�o. O cargo de l�der do governo na C�mara dos Deputados � importante por ser a ponte entre o Pal�cio do Planalto e os parlamentares.
� R�dio Eldorado, Barros afirmou que "� absolutamente justo" que os partidos que deem governabilidade ao presidente tenham participa��o program�tica no governo.
Questionado se a negocia��o passaria por cargos, o deputado afirmou que a articula��o inclui a "coaliz�o de governo", uma vez que o presidente e seu partido t�m apenas uma parcela de representantes no Congresso, precisando formar maiorias simples e qualificada para a aprova��o de suas mat�rias de interesse. "A nossa Constitui��o tem o presidencialismo de coaliz�o e � absolutamente justo que os partidos que v�o dar governabilidade, que v�o permitir o governo aprovar mat�rias que ele prometeu na campanha, tenham elementos de seu partido no governo, fazendo o programa de cada partido, � assim que funciona o Brasil", disse.
Inicialmente, segundo Barros, Bolsonaro tentou negociar diretamente com as frentes parlamentares. "Neste ano, desde fevereiro, iniciou uma tratativa com partidos pol�ticos, com presidentes e l�deres de partidos pol�ticos, porque percebeu que as frentes parlamentares n�o tinham a condi��o de entregar a aprova��o das mat�rias que o Brasil precisa."
O novo l�der do governo na C�mara assume agora com a miss�o de melhorar a comunica��o o Planalto e o Congresso, em um momento em que as tratativas para as principais reformas - a administrativa e a tribut�ria - est�o paradas.
Segundo o deputado, para a reforma administrativa, o principal desafio ser� enfrentar os servidores de carreira. "Claro que h� sim uma grande resist�ncia da corpora��o de servidores p�blicos que abduziu o Or�amento da Uni�o. Mas vamos enfrentar essa corpora��o, vamos enfrentar as dificuldades que aparecerem para que os brasileiros, em especial os contribuintes e aqueles que precisam do auxilio do Estado, sejam prioridade, e n�o a corpora��o dos servidores que levaram a grande vantagem nas discuss�es or�ament�rias."
De acordo com Barros, a estrat�gia ser� direcionar a reforma administrativa para os servidores futuros, retirando os efeitos dos que j� est�o nomeados e s�o necess�rios para os procedimentos nas Casas Legislativas. "Quem escreve o documento para ser entregue ao Congresso? Servidores p�blicos. Nenhum papel tramita no governo sem o parecer t�cnico de um funcion�rio de carreira e sem o parecer jur�dico de um funcion�rio de carreira. Os cargos comissionados n�o podem emitir esses pareceres. Ent�o � natural que haja resist�ncia desses funcion�rios em escrever algo que vai de encontro aos seus interesses", disse.
Defesa de Pazuello e cr�ticas a Teich e Mandetta
Ex-ministro da Sa�de de Michel Temer, Barros tamb�m foi questionado sobre o interino na pasta, Eduardo Pazuello, e o gerenciamento da pandemia.
O l�der do governo na C�mara elogiou o trabalho do general e criticou os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o governo ap�s diverg�ncias com Bolsonaro, entre outros pontos, sobre o uso da cloroquina no tratamento da covid-19. "O general Pazzuelo tem sido eficient�ssimo no minist�rio, tem trabalhado muito e tem feito as entregas necess�rias: tem os respiradores, tem os equipamentos de prote��o individual, que o ministro Mandetta n�o comprou nenhum, e nem o Teich. E, especialmente, temos um comando novo: aos primeiros sintomas, procure um m�dico. E n�o 'fique em casa at� ter falta de ar'. Esse novo comando de tratar a partir dos primeiros sintomas vai salvar muitas vidas", disse.
Alinhado ao que defende Bolsonaro, Barros tamb�m criticou o isolamento horizontal, afirmando que a pandemia j� teria sido superada se o Pa�s tivesse optado pela imunidade de rebanho anteriormente. "S� o Brasil tem o SUS. S� o Brasil tem 50 mil postos de atendimento gratuito para a popula��o. O Brasil n�o precisava ter feito isolamento horizontal. poderia ter feito isolamento vertical e j� ter�amos adquirido imunidade de rebanho e superado essa epidemia."
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