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Estado de Minas POL�TICA

Germ�n Efromovich forjou multa a si pr�prio para ocultar propina de Machado


19/08/2020 18:28

O empres�rio Germ�n Efromovich, preso preventivamente em nova fase da Opera��o Lava Jato deflagrada nesta quarta-feira, 19, esteve 140 vezes na sede da Transpetro entre os anos de 2004 e 2015 - per�odo em que, segundo a for�a-tarefa, ele negociou contratos e pagou R$40 milh�es em propinas ao ex-presidente da estatal, S�rgio Machado, em troca de benef�cios na venda de navios � subsidi�ria da Petrobr�s.

Em mar�o, a Lava Jato apresentou � Justi�a um pedido de pris�o contra o empres�rio e seu irm�o e s�cio, Jos� Efromovich, autorizado pela ju�za Gabriela Hardt, da 13� Vara Criminal Federal de Curitiba, e cumprido pela Pol�cia Federal na manh� de hoje. Aos dois, s�o atribu�dos os crimes de corrup��o passiva e ativa e lavagem de dinheiro.

No documento de 87 p�ginas, os investigadores detalham os supostos pagamentos referentes ao direcionamento de duas licita��es lan�adas no �mbito do Programa de Moderniza��o e Expans�o da Frota da Transpetro (Promef), desenvolvido pelo governo federal para reestruturar a ind�stria naval do Pa�s. A primeira, no valor de mais de R$857 milh�es, foi anunciada em 2004 e contratou o estaleiro dos Efromovich, o Eisa - Estaleiro Ilha S.A., para construir quatro navios petroleiros do tipo Panamax. A segunda, lan�ada em 2010, escolheu os irm�os como fornecedores de oito embarca��es de transporte de petr�leo e derivados comprados pela Transpetro por mais de R$1,2 bilh�o.

De acordo com S�rgio Machado, que admitiu o recebimento das propinas em sua dela��o premiada, foi ele pr�prio quem procurou Germ�n pela primeira vez para pedir uma 'comiss�o' em troca da oficializa��o da compra dos navios Paranamax.

Inicialmente, segundo o relator, o empres�rio teria dito que 'n�o dava apoio pol�tico', mas apresentou, na ocasi�o, uma alternativa para dissimular o pagamento: a celebra��o de um acordo de investimento em campos de petr�leo explorados por uma de suas empresas no Equador. No documento, Germ�n incluiu uma cl�usula prevendo multa de R$28 milh�es que seria imposta a ele pr�prio em caso de desist�ncia, o que ocorreu posteriormente para que o montante fosse transferido a Machado.

"A fim de viabilizar o ato il�cito de modo dissimulado e distanciado da apar�ncia de qualquer irregularidade Germ�n Efromovich aceitou incluir no contrato de investimento multa contratual no importe de R$ 28 milh�es caso optasse por cancelar o investimento a ser realizado por S�rgio Machado. Ap�s exercer a op��o de cancelamento, efetuou o pagamento integral da vantagem indevida acordada com S�rgio Machado por meio de diversos atos aut�nomos de lavagem de dinheiro ao longo de 4 anos", diz a for�a-tarefa.

Os pagamentos teriam sido depositados entre os anos de 2009 e 2013 em contas banc�rias na Su��a controladas por Expedito Machado, filho do ex-executivo da estatal.

A segunda contrata��o do estaleiro dos Efromovich teria rendido R$12 milh�es em propinas a S�rgio Machado, cujo suposto pagamento foi operacionalizado atrav�s de um novo contrato falso firmado em 2013. Desta vez, a modalidade escolhida foi um empr�stimo. A ajuda financeira foi solicitada por Germ�n junto a uma offshore de Expedito.

"Germ�n Efromovich prop�s mais um neg�cio extremamente favor�vel a S�rgio Machado, assim denominado apenas para ocultar o seu real prop�sito de pagar vantagens indevidas ao agente p�blico, a fim de assegurar o bom andamento e a manuten��o da nova contrata��o dos navios de produtos. Dessa vez, prop�s ao ex-Presidente da estatal a realiza��o de empr�stimo de R$ 10 milh�es, a partir do qual S�rgio Machado teria retornos financeiros extremamente vantajosos ou, em caso de inadimplemento de Germ�n Efromovich, obteria o controle acion�rio de uma das principais empresas do grupo econ�mico do empres�rio", explicam os investigadores.

Al�m da pris�o preventiva, que est� sendo cumprida em regime domiciliar em raz�o da pandemia, os irm�os Efromovich tiveram os bens bloqueados na ordem de R$ 611 milh�es.

A fase ostensiva da investiga��o, batizada de 'Navegar � Preciso', tamb�m cumpriu mandados de busca em endere�os ligados aos empres�rios em Alagoas, Rio de Janeiro, Niter�i e S�o Paulo.

COM A PALAVRA, GERM�N EFROMOVICH

Ap�s tomar conhecimento da opera��o, o empres�rio concedeu entrevista coletiva � imprensa, em que negou ter pago propinas em troca dos contratos.

"N�s ganhamos aquele contrato em uma licita��o. Inclusive tem uma a��o contra a Transpetro, porque n�o cumpriram o contrato. Eu vi a dela��o premiada do senhor S�rgio Machado, h� uns anos atr�s, onde diz que o �nico que n�o d� dinheiro para pol�tico � o Germ�n Efromovich. Eu nunca dei dinheiro em troca de contrato para pol�tico nenhum, nem para executivo da Transpetro. Ali�s, minhas contas s�o transparentes, podem olhar tudo", disse.

COM A PALAVRA, JOS� EFROMOVICH

A reportagem busca contato com a defesa do empres�rio Jos� Edromovich. O espa�o est� aberto para manifesta��es ([email protected])

COM A PALAVRA, A PETROBRAS

"Petrobras e Transpetro s�o reconhecidas pelo pr�prio Minist�rio P�blico Federal e pelo Supremo Tribunal como v�timas dos crimes desvendados. A Petrobras vem colaborando com as investiga��es desde 2014, e atua como coautora do Minist�rio P�blico Federal e da Uni�o em 18 a��es de improbidade administrativa em andamento, al�m de ser assistente de acusa��o em 71 a��es penais

Cabe salientar que a Petrobras j� recebeu mais de R$ 4,6 bilh�es, a t�tulo de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Su��a por autoridades p�blicas brasileiras."


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