
O ministro Benedito Gon�alves, do Superior Tribunal de Justi�a (STJ), decidiu na sexta-feira (4) converter a pris�o do presidente do PSC, Pastor Everaldo, de tempor�ria para preventiva (que n�o tem prazo para acabar). A determina��o do ministro atende a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR).
Pastor Everaldo � apontado pela PGR como um dos l�deres dos tr�s grupos instalados no governo fluminense para desvio de recursos e contrata��es irregulares. Influente na pol�tica local, o pastor foi preso no dia 28 de agosto, no �mbito da mesma opera��o que afastou Wilson Witzel (PSC) do Pal�cio Guanabara. Na �ltima quarta-feira, por 14 a 1, a Corte Especial do STJ confirmou o afastamento de Witzel do cargo.
Segundo as investiga��es, Pastor Everaldo � suspeito de liderar "um dos grupos criminosos" que atuavam no Executivo e no Legislativo do Rio. Esse grupo, de acordo com o Minist�rio P�blico, cobrava propina para direcionar contratos em v�rias �reas da administra��o p�blica.
"Everaldo instituiu uma 'caixinha �nica' para pagamentos de vantagens indevidas a agentes p�blicos da organiza��o criminosa sob investiga��o, a partir do direcionamento de contrata��es de organiza��es sociais e na cobran�a de um 'ped�gio' sobre a destina��o de 'restos a pagar' aos fornecedores", diz representa��o da subprocuradora-geral Lind�ra Ara�jo ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ).
Para "administrar a caixinha", ainda conforme os investigadores, Everaldo teria criado uma "t�pica estrutura ramificada de organiza��o criminosa, com divis�o de tarefas entre integrantes do grupo", entre eles Witzel e o ex-secret�rio de Sa�de do Rio Edmar Santos, que fez acordo de dela��o premiada.
Em nota, o PSC informou que "considera desnecess�ria a pris�o do Pastor Everaldo, um cidad�o que sempre esteve � disposi��o das autoridades". "O PSC confia na Justi�a, entretanto alerta que a criminaliza��o da pol�tica fragiliza a democracia. O ex-senador Marcondes Gadelha segue na presid�ncia do partido e o calend�rio eleitoral da legenda permanece inalterado", disse o partido.
Perfil.
Da candidatura nanica ao Planalto em 2014 at� a pris�o pela Pol�cia Federal, a trajet�ria pol�tica de Pastor Everaldo ficou marcada pelo "batismo" do presidente Jair Bolsonaro no Rio Jord�o, em maio de 2016. Cat�lico, Bolsonaro, ent�o deputado federal, fez, na ocasi�o, um aceno aos evang�licos, hoje parte importante do seu eleitorado.
Dois anos depois, o pastor ganhou poderes na pol�tica do Rio. Presidente do partido de Witzel, Everaldo foi o respons�vel por estimular a candidatura do ex-juiz ao governo do Estado. Era visto com frequ�ncia no Pal�cio Guanabara, embora n�o tivesse cargo p�blico. Al�m da Secretaria de Sa�de, foco da investiga��o sobre desvios durante a pandemia do novo coronav�rus, o pastor da Assembleia de Deus mantinha influ�ncia tamb�m na Cedae, empresa p�blica de �gua e esgoto.