Lula critica atua��o de Bolsonaro na pandemia: 'n�o d� valor � vida e banaliza a morte'

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) foi �s redes sociais nesta segunda-feira, dia da Independ�ncia, para tecer cr�ticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Fazendo refer�ncia aos 126.650 mortos e aos 4.137.521 contaminados pelo novo coronav�rus, o petista disse que o Brasil atravessa crise “social, econ�mica e ambiental nunca vista”.

“Estamos entregues a um governo que n�o d� valor � vida e banaliza a morte. Um governo insens�vel, irrespons�vel e incompetente, que desrespeitou as normas da Organiza��o Mundial de Sa�de e converteu o coronav�rus em uma arma de destrui��o em massa”, disparou.



Segundo o ex-presidente, as mortes em decorr�ncia da COVID-19 escancaram as desigualdades. “Mais de 200 milh�es de brasileiras e brasileiros acordam, todos os dias, sem saber se seus parentes, amigos ou eles pr�prios estar�o saud�veis e vivos � noite. A esmagadora maioria dos mortos pelo coronav�rus � de pobres, pretos, pessoas vulner�veis que o Estado abandonou”, afirmou.

Lula criticou a gest�o dos recursos para a sa�de p�blica por parte de Michel Temer (MDB) e Bolsonaro. De acordo com ele, verbas que poderiam impulsionar o combate � pandemia t�m sido destinadas a outras fontes, com o pagamento de juros aos bancos.

“O colapso s� n�o foi ainda maior gra�as aos her�is an�nimos: as trabalhadoras e os trabalhadores do sistema de sa�de”, analisou.

“Pesadelo”

Preso em abril de 2018, Lula deixou a cadeia em novembro do ano passado. A deten��o impediu, inclusive, a concretiza��o de sua candidatura ao Pal�cio do Planalto.

Na vis�o do ex-presidente, a elei��o de 2018 � um “pesadelo” sem fim.

“O mais grave de tudo isso � que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente, cometer um crime de lesa-p�tria. Um crime politicamente imprescrit�vel, o maior crime que um governante pode cometer contra seu pa�s e seu povo: abrir m�o da soberania nacional”, disse, em men��o, sobretudo, � forma como o governo federal tem tratado quest�es ambientais — como a Amaz�nia.

“Escalada autorit�ria”

Para o petista, o pa�s enfrenta uma “escalada autorit�ria”, com a ascens�o de integrantes das For�as Armadas a cargos estrat�gicos, como a chefia do Minist�rio da Sa�de.

A pasta, vale lembrar, � dirigida desde maio pelo general Eduardo Pazuello. Ele substituiu o m�dico Nelson Teich, escolhido ap�s a sa�da de Luiz Henrique Mandetta.

“A substitui��o da dire��o do Minist�rio da Sa�de por militares sem experi�ncia m�dica ou sanit�ria � apenas a ponta de um iceberg. Em uma escalada autorit�ria, o governo transferiu centenas de militares da ativa e da reserva para a administra��o federal, inclusive em muitos postos-chave, fazendo lembrar os tempos sombrios da ditadura”, sustentou.

Hist�rico

Em julho de 2017, o ex-presidente foi condenado em primeira inst�ncia pelo ent�o juiz S�rgio Moro, respons�vel pela Opera��o Lava Jato, por ter recebido um triplex no Guaruj� como propina da construtora OAS, em troca de favores para a empresa no relacionamento com a Petrobras.

Por�m, o Tribunal Regional da 4ª Regi�o (TRF-4) aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e um m�s.

Em abril do ano passado, a senten�a foi reduzida para 8 anos, 10 meses e 20 dias pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ).

Mesmo em liberdade, ele continua ineleg�vel.