O vice-presidente Hamilton Mour�o afirmou que as queimadas que est�o ocorrendo na Amaz�nia n�o s�o "padr�o Calif�rnia", referindo-se aos inc�ndios que tamb�m t�m ocorrido no Estado norte-americano. Em entrevista concedida neste s�bado � noite para a rede CNN, Mour�o comentou que a medi��o do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - que faz monitoramento dos focos de inc�ndios na regi�o - acusa "focos de calor" nas imagens de sat�lite, "o que n�o significa inc�ndio". "V�rios focos juntos � que v�o constituir um inc�ndio, dependendo da �rea em que estiverem localizados", disse Mour�o e continuou: "Qualquer �rea acima de 47 graus vira foco de calor; uma fogueira vira foco de calor, mas n�o � inc�ndio. N�o estou desmistificando nada, mas temos de dar a devida propor��o ao que est� acontecendo na Amaz�nia."
Mour�o disse ainda que com o trabalho que tem feito no Conselho da Amaz�nia, em integra��o com v�rios outros �rg�os do governo, como Minist�rios do Meio Ambiente e da Agricultura, o objetivo do governo Jair Bolsonaro, ao fim do seu mandato, � reduzir as taxas de queimadas e desmatamento na Amaz�nia Legal a 10% dos n�veis hist�ricos. "Temos de realizar todas as opera��es necess�rias, no sentido de que haja essa redu��o, lembrando que a repress�o pura e simples n�o contribuir� sozinha para isso. Isso passa pela conscientiza��o das pessoas e tamb�m pela regulariza��o fundi�ria, que � fundamental para a gente combater as ilegalidades, al�m de desenvolver atividades econ�micas na regi�o."
Sobre cortes or�ament�rios no Minist�rio do Meio Ambiente, Mour�o disse "que n�o foi t�o grande, perdeu alguma coisa". Lembrou, por�m, que o trabalho de combate ao desmatamento e �s queimadas na Amaz�nia n�o se resume somente � pasta do Meio Ambiente. "Por exemplo, a regulariza��o fundi�ria est� com o Minist�rio da Agricultura e a quest�o da prote��o de terras ind�genas est� com a Funai; s�o v�rios organismos que tamb�m t�m recursos e esse � o trabalho do Conselho da Amaz�nia, fazer com que os trabalhos tenham sinergia."
Em rela��o a reclama��es do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de que iria perder R$ 60 milh�es do or�amento de sua pasta, o que inviabilizaria, segundo ele, o combate ao desmatamento na Amaz�nia, Mour�o disse que Salles usou seu direito de "jus sperniandi". "Ele defendeu sua pasta e colocou de forma p�blica isso. No fim das contas, foi resolvido e os recursos ficaram com ele; n�o h� stress entre militares e o MME; ali�s, o Salles � o tempo todo acionado pelo Conselho da Amaz�nia." Mour�o acrescentou que "faltou melhor entendimento do ministro (Salles, sobre os recursos, que n�o estavam de fato bloqueados) e ele me acionar", disse. "J� conversei com Salles. Quando ele se sentir pressionado por outras alas, ele tem de recorrer a quem pode lhe auxiliar. E eu posso, por raz�es �bvias em rela��o a esse recurso e o trabalho que o Minist�rio do Meio Ambiente pode fazer."
Sobre a campanha Defund Bolsonaro, que tomou as redes sociais na semana passada, Mour�o disse que se trata de um trabalho "contra o Brasil" e que de "oposi��o pol�tica". "Temos de responder com trabalho, com a��es e trabalhar", disse Mour�o, acrescentando que j� no fim de janeiro o presidente Bolsonaro deu uma resposta "enf�tica e pragm�tica" para lidar com a quest�o do desmatamento na Amaz�nia, ao criar o Conselho da Amaz�nia, que permite a "sinergia" dentro do governo para lidar com a quest�o. "Existem ilegalidades (na Amaz�nia), mas estamos combatendo. Lembrando que a Amaz�nia � uma regi�o de dimens�es cicl�picas e � pouco integrada ao territ�rio brasileiro", disse. "Esses fundos, esses investidores, t�m de entender o que � a Amaz�nia."
Mour�o criticou, ainda, a press�o exclusivamente sobre a Amaz�nia brasileira. "Por que a press�o � s� sobre a parte brasileira? N�o tem desmatamento na Bol�via, na Col�mbia, no Peru? H� um jogo geopol�tico pesado, onde tamb�m participam empresas, que por sua vez, tamb�m s�o pressionadas pela agenda ESG."
Mas o vice-presidente disse que tem recebido apoio de v�rias empresas brasileiras para combater o desflorestamento da Amaz�nia. "Nossos grandes frigor�ficos est�o ajudando, participando de uma pol�tica fundamental que � a rastreabilidade do rebanho criado no Brasil. A partir do momento em que n�o aceitarem mais comprar gado que venha de �rea desmatada estar�o dando um passo enorme para se encaixar nessa agenda e cooperar com o governo."
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POL�TICA
Queimadas atuais na Amaz�nia n�o s�o 'padr�o Calif�rnia', diz Mour�o
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