A Pol�cia Federal concluiu uma das investiga��es contra senador Renan Calheiros e afirmou que h� 'ind�cios suficientes' de que o parlamentar cometeu crime de caixa 2 ao receber e omitir de suas presta��es de contas eleitorais doa��es de R$ 500 mil feitas pela Odebrecht em 2010 atrav�s de seu Setor de Opera��es Estruturadas. O relat�rio do inqu�rito, datado do �ltimo dia 18 de agosto, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pela delegada Rejane Marlise Nowicki e imputa a Renan crime de falsidade ideol�gica eleitoral.
"Observa-se a exist�ncia, nos autos, de robustas evid�ncias da destina��o pela empresa Odebrecht do valor de R$ 500 mil para a campanha eleitoral de Renan Calheiros, no ano de 2010, o qual foi pago em duas parcelas de R$ 250 mil em 20/08/10 e 16/09/10 , via caixa 2, atrav�s ao setor de Opera��es Estruturadas da empresa com lan�amento no sistema Drousys e Maywebday, pagamentos viabilizados por 'Paulistinha' (o doleiro Alvaro Novis), o qual, segundo o colaborador, teria sido solicitado e destinado a este por ter havido um entendimento na empresa que seria importante tal destina��o por se tratar de um pol�tico que poderia ser utilizado em uma eventual necessidade da empresa. N�o sendo acertada, nem exigida, contrapartida para a referida destina��o. Com isso, � poss�vel afirmar que o Senador Renan Calheiros solicitou, recebeu e omitiu de sua presta��o de contas eleitoral doa��o eleitoral n�o-oficial, no valor de R$ 500 mil provenientes do Grupo Odebrecht recebida via caixa 2, atrav�s do Setor de Opera��es Estruturadas da empresa", registra o documento.
O inqu�rito que foi conclu�do pela PF foi aberto em 2017 a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica e por ordem do ministro Edson Fachin. A investiga��o teve como base dela��o de executivos da Odebrecht que tratavam sobre o suposto pagamento de propinas a Fernando Bezerra Coelho, Renan Calheiros e Renan Filho, al�m de outros servidores p�blicos da administra��o estadual de Alagoas, em raz�o de obra canal do sert�o alagoano.
O caso passou para a relatoria do Marco Aur�lio Mello e foi desmembrado, pagando a abarcar somente os R$ 500 mil pagos pela Odebrecht a Renan em 2010.
Em dela��o, os executivos da Odebrecht destacaram que a empreiteira resolveu destinar o montante ao ent�o candidato ao Senado 'principalmente, por estar em
andamento o contrato do Canal do Sert�es'. No entanto, a Pol�cia Federal entendeu que n�o � poss�vel verificar o conhecimento ou a contrapartida de Renan quanto a tal poss�vel interesse da empresa - 'ficando a comprova��o da pratica dos poss�veis crimes de corrup��o passiva e ativa prejudicada'.
Por outro lado, a PF entendeu que foi poss�vel organizar os fatos em apura��o sobre crimes em tese cometidos por Renan perpetrados por meio do recebimento de pagamentos via contabilidade paralela. Segundo os delatores da Odebrecht, os detalhes da propina paga a Renan foram acertados no hall do hotel Radisson. J� os pagamentos ao senador constaram nas planilhas do Setor de Opera��es Estruturadas sob o codinome de 'Justi�a' e foram pagas pelo doleiro Alvaro Novis, identificado como 'Paulistinha' nos documentos da empreiteira.
COM A PALAVRA, A DEFESA DO SENADOR RENAN CALHEIROS
At� a publica��o desta mat�ria, a reportagem havia tentado contato com os advogados do senador, mas sem sucesso. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.
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