MP-SP denuncia seis vereadores de Mogi das Cruzes por organiza��o criminosa

O Minist�rio P�blico de S�o Paulo denunciou seis dos 23 vereadores de Mogi das Cruzes, cidade da regi�o metropolitana da capital, pelos crimes de corrup��o passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Empres�rios, servidores e familiares ligados aos parlamentares tamb�m foram denunciados.

No documento de 63 p�ginas, o promotor Kleber Henrique Basso detalha as suspeitas sobre a suposta din�mica de desvio de recursos atrav�s do direcionamento de licita��es e contrata��es em troca de propinas. O caso veio � tona quando cinco parlamentares foram presos preventivamente na Opera��o Legis Easy, no in�cio do m�s.

Os vereadores denunciados pelo Minist�rio P�blico s�o: Ant�nio Lino da Silva (PSD); Carlos Evaristo da Silva (PSB), o Pastor Carlos Evaristo; Diego de Amorim Martins (MDB), conhecido como Dieg�o; Jean Carlos Soares Lopes (PL); Mauro Ara�jo (MDB); e
Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB), conhecido com Chico Bezerra.

O vereador Mauro Ara�jo � apontado como o "principal articulador" do esquema e seria respons�vel, segundo a Promotoria, pela rela��o com empres�rios interessados em contratos com a administra��o p�blica, controle das finan�as da organiza��o criminosa e distribui��o das propinas aos demais parlamentares denunciados.

A investiga��o teve in�cio em 2019 depois que o empres�rio Joel Leonel Zeferino, que atua no ramo da constru��o civil e tamb�m foi denunciado, tentou comprar nove carros para Ara�jo, mas caiu em golpe e precisou registrar Boletim de Ocorr�ncia (BO). O documento acendeu o alerta sobre a rela��o entre a dupla.

At� o momento, a Promotoria apontou ind�cios de irregularidades em tr�s esquemas envolvendo a Secretaria Municipal de Sa�de, o Servi�o Municipal de �guas e Esgotos (Semae) e a aprova��o de uma lei para beneficiar o empres�rio. Mensagens obtidas pelos investigadores apontam que o pr�prio Zeferino rascunhou o projeto.

As conversas de WhatsApp trocadas entre o grupo aparecem em diversos trechos da den�ncia. Os celulares foram apreendidos na Opera��o Lagis Easy. As mensagens tratam, al�m da instru��o do projeto de lei, de pagamentos, aviso de contratos a serem abertos pela prefeitura e at� de pedido de vaga em creche. Com a quebra de sigilo banc�rio, o Minist�rio P�blico tamb�m verificou transa��es banc�rias suspeitas em contas jur�dicas supostamente controladas pelos parlamentares.

Defesas

O advogado Leonardo Pinheiro, que defende o vereador Jean Lopes, divulgou a seguinte nota: "o vereador Jean Lopes n�o tem qualquer liga��o com os fatos narrados na den�ncia do minist�rio p�blico. N�o existe um �nico elemento que o ligue a qualquer pr�tica criminosa. A den�ncia faz uma incorreta interpreta��o de dados banc�rios, pra criar suposi��es absolutamente infundadas e descoladas de qualquer prova constante dos autos. O vereador Jean jamais respondeu por qualquer crime em toda a sua vida, e � absolutamente inocente das acusa��es absurdas que lhe dirigem, sendo a sua pris�o preventiva absolutamente infundada e injusta. Todas as medidas est�o sendo tomadas para reestabelecer (SIC) a sua liberdade e elucidar o mais breve poss�vel a verdade dos fatos."

O vereador Mauro Ara�jo tamb�m se manifestou.
"N�s estamos a disposi��o da justi�a para que os fatos sejam apurados o mais breve poss�vel. Aguardamos informa��es para os pr�ximos passos, mas estamos tranquilos e confiantes de que a verdade em breve ser� estabelecida. Confiamos nas institui��es, principalmente no poder judici�rio."

Em nota, o empres�rio Joel Leonel Zeferino disse que "o enredo do Minist�rio P�blico, com o reconhecimento do papel da institui��o e da eleva��o de prop�sitos de seus membros, � absurda. Nenhuma das empresas que conta com participa��o de Joel Leonel Zeferino, � �poca compreendida pelas investiga��es e tamb�m agora, possui qualquer contrato com a administra��o p�blica direta ou indireta, aut�rquica ou fundacional, municipal, estadual ou federal, no Executivo, Legislativo ou Judici�rio. Nada. Absolutamente nada. Tampouco teve qualquer projeto de lei que fosse ao encontro de algum seu interesse na C�mara Municipal. Ao contr�rio. Todas as sugest�es que fez para altera��o no zoneamento da cidade foram desacolhidas. Sem exce��o. Transmudado de v�tima em vil�o porque se prestou a participar de um leil�o de ve�culos junto com coinvestigado que tem mandato na C�mara Municipal e, enganados, levaram o caso � pol�cia e � justi�a, padece agora em um inomin�vel erro, em enorme injusti�a que, em breve, ser� reconhecida. No caso foi criminalizada a atividade empres�ria, que funciona como mola propulsora de desenvolvimento, gera empregos e renda, transforma as cidades em lugares melhor de se viver. Enxergaram malfeito onde s� tinha virtude. Agora s� resta aguardar, com serenidade e confian�a, a an�lise dos esclarecimentos prestados ao Poder Judici�rio, seguro de que, mais do que restabelecer a liberdade, ter� essa apura��o como destino seus arquivos."

A reportagem entrou em contato com os gabinetes dos vereadores Ant�nio Lino, Chico Bezerra, Pastor Carlos Evaristo e Dieg�o e aguarda respostas.