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Estado de Minas CR�TICAS

Em evento evang�lico, Bolsonaro diz ter sido tolhido pelo Judici�rio

Presidente afirmou tamb�m que o pa�s voltar� � normalidade ainda neste ano


20/09/2020 07:00 - atualizado 20/09/2020 08:32

Bolsonaro discursou na Assembleia Geral da Convenção das Assembleias de Deus do Distrito Federal (foto: CAROLINA ANTUNES/PR)
Bolsonaro discursou na Assembleia Geral da Conven��o das Assembleias de Deus do Distrito Federal (foto: CAROLINA ANTUNES/PR)
Bras�lia – O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste s�bado (20) que tomou decis�es contra a pandemia do novo coronav�rus mesmo “sendo tolhido” pelo Judici�rio. Depois de participar de evento evang�lico no Distrito Federal, ele foi a uma lot�rica na Asa Norte, gerou aglomera��o ao tirar fotos com apoiadores, mas tamb�m ouviu cr�ticas de opositores. Durante discurso na Assembleia Geral da Conven��o Evang�lica das Assembleias de Deus do Distrito Federal e Entorno, Bolsonaro disse que n�o pode “se esconder em um pal�cio".
“Passamos por grande prova��o, ou melhor, estamos no final dela”, disse, referindo-se � pandemia. “Na parte econ�mica, o Brasil foi o que melhor se saiu. Quis o destino tamb�m que na �rea de sa�de, aos poucos, ao se deixar de politizar a �nica alternativa que n�s t�nhamos, come�ou-se a salvar mais vidas”, acrescentou. Bolsonaro disse ainda que agradece a Deus pela coragem para enfrentar “quase tudo, quase o mundo todo” ao tomar posi��es. “Tem uma passagem militar que vale para todos n�s: pior que uma decis�o mal tomada � uma indecis�o”. O presidente disse que tomou decis�es “mesmo sendo tolhido pelo Poder Judici�rio”. “Se Deus quiser, voltaremos � normalidade ainda no corrente ano”, afirmou.

O presidente disse que recebeu cr�ticas por visitar regi�es do Distrito Federal no in�cio da pandemia, mas justificou dizendo que em um momento dif�cil n�o pode se esconder em um pal�cio. “Ou estou na frente e junto ou n�o estou fazendo um bom papel”, declarou.

POPULARIDADE 
Bolsonaro tem visto a sua popularidade crescer e quer garantir que esse bom momento n�o seja passageiro. Para isso, tem tomado o cuidado de tentar desvincular seu nome de propostas que possam ter repercuss�o negativa entre os seus eleitores. Os movimentos de Bolsonaro s�o minimamente calculados, especialmente por causa da sua pretens�o de se reeleger em 2022. O presidente busca manter a boa imagem at� o pr�ximo pleito presidencial, mesmo que para isso ele tenha de desagradar aos seus pr�prios comandados.

Os sinais mais claros disso aconteceram na �ltima semana. Para seguir em alta com os brasileiros mais pobres, que passaram a apoi�-lo por causa do aux�lio emergencial, Bolsonaro criticou o Minist�rio da Economia por sugerir cortar benef�cios da popula��o menos abastada como forma de viabilizar a cria��o do Renda Brasil, programa social que deve substituir o Bolsa-Fam�lia. Al�m disso, para manter mobilizada a sua base de apoio mais fiel, disse ser a favor do afrouxamento �s regras tribut�rias para igrejas e templos, o que tamb�m n�o encontra respaldo na equipe econ�mica.

Contudo, como os temas causaram ru�do dentro do Executivo, o presidente decidiu transferir a responsabilidade para o Congresso. Deu aval para que o senador M�rcio Bittar (MDB-AC), relator do Or�amento para 2021, construa novo programa de transfer�ncia de renda e incitou os parlamentares a dar a palavra final sobre o projeto de lei que permite o perd�o de d�vidas tribut�rias a institui��es religiosas — Bolsonaro at� orientou a derrubada do seu veto � proposta, que s� foi estabelecido para que ele n�o respondesse a um processo de impeachment por crime de responsabilidade fiscal. Para evitar desgaste � sua gest�o, o presidente espera que deputados e senadores levem o tempo que for necess�rio para concluir as propostas e tomem “a decis�o correta” por ele. A ideia do chefe do Executivo � se poupar de epis�dios como o da �ltima ter�a-feira, quando fez desabafo p�blico sobre o Minist�rio da Economia pela proposta de congelar aposentadorias e pens�es como alternativa para abrir espa�o no Or�amento ao Renda Brasil. “Quem, por ventura, vier a propor para mim uma medida como essa, s� posso dar um cart�o vermelho para essa pessoa”, advertiu.

Cautela no Congresso

No Congresso, o comportamento do presidente Jair Bolsonaro � visto com cautela. A avalia��o � de que o presidente est� disposto a fazer tudo para seguir no Pal�cio do Planalto at� 2026, apesar de n�o ter completado nem metade do seu primeiro mandato ainda. Para o deputado F�bio Trad (PSD-MS), a possibilidade de reelei��o � um problema, pois “desencadeia a pervers�o das primeiras finalidades de um governo”. Ele destaca que Bolsonaro j� n�o demonstra mais se preocupar tanto com o “receitu�rio liberal”, de promessa de ajuste fiscal e conten��o da m�quina p�blica, que o elegeu h� dois anos. “Temos um presidente em franca caminhada para a sua tentativa de reelei��o. Portanto, muitas das decis�es que est�o sendo tomadas se devem mais ao candidato � reelei��o do que ao presidente Jair Bolsonaro”, opina.

“Quando o presidente se mostra, agora, desenvolvimentista, tendo um ministro da Economia com perfil nitidamente ultraliberal, n�o d�, evidentemente, para vislumbrar qual � o perfil desse governo. O presidente faz de tudo para a expans�o das contas p�blicas, objetivando a reelei��o, enquanto o ministro da Economia procura reduzir o tamanho do Estado, objetivando o ajuste fiscal. S�o sinais trocados no mesmo governo. Isso � ruim para o pa�s”, acrescenta o deputado.

Trad acredita ser negativa a sinaliza��o que Bolsonaro passa para a sociedade com esse tipo de atitude. Para o deputado, o presidente coloca o pa�s em perigo ao assumir o risco de degradar as contas p�blicas para que, em um eventual segundo mandato, possa minimizar os danos causados “pelo seu desejo infrene de reelei��o”. “Estamos prestes a perder o controle das contas p�blicas, ver a volta da infla��o e a degrada��o total da nossa economia. Bolsonaro tem mais a perder, porque as institui��es, incluindo o mercado, n�o veem com bons olhos esse tipo de comportamento”, oberva o parlamentar.

O fato de Bolsonaro ir contra a pr�pria equipe � visto como ponto bastante negativo, pois a impress�o que fica � de que h� uma descoordena��o nas engrenagens do governo e que o presidente n�o tem autoridade suficiente para ser comunicado sobre as decis�es da sua equipe. Isso precisa ser consertado. “O desentendimento sobre o Renda Brasil evidenciou um ru�do entre a economia e o Executivo. O secret�rio de Fazenda, Waldery Rodrigues, veio a p�blico apresentar uma proposta que depois foi recha�ada por Bolsonaro. Mostra que n�o houve entendimento pr�vio antes de apresent�-la”, constata o professor Paulo Kramer, do Instituto de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia (Ipol/UnB).




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