
Belo Horizonte ter� neste ano o maior n�mero de candidatos da sua hist�ria disputando a prefeitura e com um fator at�pico: a pandemia do novo coronav�rus. Em meio ao t�o falado “novo normal”, os candidatos se preparam para uma campanha diferente, com m�scara, abra�os e apertos de m�o substitu�dos por toques de cotovelo. O tradicional corpo a corpo ser� impedido pelo distanciamento. Grandes eventos, com potencial de aglomera��o, remotos. Os candidatos v�o lan�ar m�o de outras ferramentas para divulgar suas propostas. Dos 16 que disputam a PBH, 15 informaram suas estrat�gias ao Estado de Minas. O prefeito Alexandre Kalil afirmou, por meio de sua assessoria, que tratar� da campanha apenas quando come�ar a propaganda eleitoral.
Todos citam a internet como plataforma essencial para a campanha. Alguns apostam no r�dio e na TV, a partir de 9 de outubro. A campanha eleitoral come�ar� no domingo que vem. Boa parte dos candidatos pretende confeccionar materiais gr�ficos, como os famosos “santinhos”, para distribuir – com o objetivo, inclusive, de impulsionar a campanha a vereador. Os tradicionais com�cios est�o permitidos a partir de domingo tamb�m, mas sem artistas. Os carros de som podem ser usados apenas em carreatas, caminhadas ou com�cios, sem circula��o isolada. Bandeiras e broches, por exemplo, est�o liberados. Em contrapartida, bon�s, camisetas e outros brindes n�o podem ser distribu�dos. Confira as propostas dos candidatos a seguir, nomeados por ordem alfab�tica.
Criatividade contra pandemia
A pandemia do novo coronav�rus levou o Congresso Nacional a adiar as elei��es municipais deste ano de outubro para novembro. O primeiro turno ser� realizado no dia 15 e o segundo, no dia 29. A campanha come�a no pr�ximo domingo, quando os candidatos j� poder�o apresentar suas propostas aos eleitores. Em Belo Horizonte, al�m do prefeito Alexandre Kalil (PSD), da deputada federal �urea Carolina (Psol) e do deputado estadual Bruno Engler (PRTB), mais 13 candidatos disputam a prefeitura. Confira as estrat�gias de cada um para fazer campanha, que demandar� maior uso de redes sociais, precisar� de criatividade e de muitas alternativas para n�o causar o agravamento da pandemia.
ALEXANDRE KALIL (PSD)
O prefeito Alexandre Kalil, que vai disputar novo mandato, informou, por meio de sua assessoria, que pretende tratar dos temas eleitorais apenas quando come�ar a campanha autorizada pela Justi�a Eleitoral. Desse forma, antes do pr�ximo domingo, quando ser� dada a largada dos candidatos, o prefeito da capital mineira disse que n�o divulgar� suas estrat�gias para conquistar votos.
�UREA CAROLINA (PSOL)
“Vamos priorizar as redes sociais, mas teremos tamb�m muitas formas de mobiliza��o social, distribui��o de materiais e engajamento de grupos. N�o d� para abrir m�o da chegada presencial, inclusive de materiais, pois n�o temos realidade de inclus�o digital para toda a popula��o. Ent�o, al�m das redes, a gente precisa se encontrar com as pessoas. Queremos apostar no pequeno e na for�a de multiplica��o de nossos apoiadores e apoiadoras.”
BRUNO ENGLER (PRTB)
“Pretendemos fazer uma campanha completa, com muita for�a de rede social – que �, at�, uma caracter�stica nossa –, mas, tamb�m, rodar Belo Horizonte e estar junto das pessoas. Vamos fazer uso da estrutura f�sica, com panfletos, adesivos e citrus (tipo de adesivo). Talvez o n�mero de eventos presenciais seja afetado pela pandemia, mas eles v�o ter que ocorrer. N�o d� para fazer uma campanha s� no digital. A rede social j� foi fundamental em 2018 e, agora, mais ainda.”
Cabo Washington Xavier (PMB)
“N�o pretendemos atuar com campanha f�sica, principalmente na distribui��o de material. Sempre fui contra esse tipo de coisa, pois acho que polui muito. Campanha tem que ser feita em cima de ideias, e a distribui��o de ideias, hoje, feita pelas ferramentas tecnol�gicas, tem alcance muito maior, � muito mais econ�mico e torna a campanha mais limpa. Algumas agendas pontuais, para tratativas, exposi��es de ideias e debates, ser�o feitas presencialmente. Outras, ser�o substitu�das por reuni�es virtuais.”
Fabiano Cazeca (Pros)
“O corpo a corpo vai ficar muito dif�cil, embora a gente v� fazer trabalhos em comunidades onde temos assessores. Tem que ser com muita cautela, pois estamos em plena pandemia. Temos pouco tempo de televis�o, o que vai prevalecer bastante, mas h� as redes sociais – e, se bem utilizadas, � poss�vel fazer um bom trabalho. Temos, tamb�m, algumas carreatas, j� que a lei permite alto-falantes em carreatas com, no m�nimo, tr�s carros. O interesse � ganhar. � dif�cil, mas n�o imposs�vel.”
Igor Timo (Podemos)
“Teremos de ser criativos para driblar as adversidades impostas pela pandemia. Mas n�o podemos abrir m�o de algumas pr�ticas, como distribui��o de material de propaganda, bandeira�o e outras atividades tradicionais. N�o penso que as agendas presenciais ser�o afetadas. Acredito que ser�o menores e mais frequentes, mas com todos os devidos cuidados. As redes sociais t�m tomado espa�o importante e ganhou aten��o maior ainda durante o isolamento.”
Jo�o V�tor Xavier (Cidadania)
“Acredito muito na comunica��o de massa e nas redes sociais. R�dio e televis�o ser�o muito importantes nesta elei��o, al�m de reuni�es e encontros virtuais por aplicativos como o Zoom, que estamos aprendendo a usar. Vai ser uma maneira muito interessante de se relacionar com as pessoas. As campanhas est�o cada vez mais baratas. Vamos ter menos volume de coisa nas ruas e muito mais volume nas redes sociais.”
Lafayette Andrada (Republicanos)
“V�o ser muito reduzidos os eventos como com�cios. Acho que isso praticamente n�o vai haver. V�o ter reuni�es presenciais com menos pessoas, com lideran�as, e respeitando as regras de distanciamento. Vai diminuir muito o estilo tradicional, cl�ssico, das elei��es, como com�cios e bandeira�os por causa da pandemia, pois aglomera��es n�o s�o indicadas. As redes sociais ter�o uma import�ncia grande, al�m do contato com as lideran�as. A tecnologia vai ter uma presen�a forte, sobretudo pelas reuni�es remotas.”
Luisa Barreto (PSDB)
“Neste momento, o desafio que grande parte dos pr�-candidatos t�m � o desconhecimento que tem que ser superado em tempos at�picos da vida mundial, de pandemia. A gente n�o vai conseguir fazer uma campanha como estamos tradicionalmente acostumados, nas ruas, com muitas agendas de mais aglomera��o. Nossa principal aposta � uma campanha bastante focada nas redes sociais.”
Marcelo de Souza e Silva (Patriota)
“N�o tem jeito de fazer as tradicionais caminhadas, com aglomera��es. Vamos fazer reuni�es menores, com v�rios segmentos e lideran�as, deixando eles participarem da elabora��o de nosso plano de governo, mas sempre com muito cuidado, uso de m�scaras e espa�amento. As redes sociais v�o ser fundamentais. A gente vai ter material impresso, principalmente para os candidatos a vereador. Bandeira�os, a gente (pretende) fazer de forma bem tranquila, espa�ada e ordenada.”
Mar�lia Domingues (PCO)
“A gente vai continuar fazendo nossa campanha pela internet. Temos redes sociais e a organiza��o de nossa imprensa na internet. Vamos impulsionar essa imprensa para fazer a campanha e tamb�m atividades militantes. Teremos mobiliza��es, n�o s� de rua, mas em liga��es e visitas a pessoas – com os devidos cuidados. Ser� uma campanha militante. As agendas presenciais ter�o certa modifica��o, at� porque a agita��o nas ruas � diferente com a pandemia, mas elas s�o fundamentais para a campanha.”
Nilm�rio Miranda (PT)
“Vamos observar cuidados para evitar aglomera��o, manter o distanciamento, utilizar m�scaras cir�rgicas, lavar as m�os e utilizar �lcool gel. A cidade ainda n�o est� em clima de elei��o por causa da COVID-19. As redes sociais , por mais importantes que sejam – e s�o –, atingem uma ‘bolha’, mesmo que uma ‘bolha’ grande. Com os programas e inser��es (em r�dio e TV), vamos atingir praticamente a totalidade da cidade.”
Professor Wendel (Solidariedade)
“Minha campanha vai ser focada na rede virtual. N�o vamos ter mobilizadores de rua, vamos focar nas redes sociais. Contaremos com uma equipe de visual, aqueles que ficam no sinal distribuindo decalques, sem contato direto com as pessoas. Vamos contar com lives, transmitidas no YouTube. Faremos em nosso comit�, que � um espa�o muito grande e livre. Chamaremos lideran�as para falar sobre diversos assuntos. Respeitando sempre o distanciamento social, com, no m�ximo, 10 pessoas.”
Rodrigo Paiva (Novo)
“As redes sociais v�o ter papel muito importante para que a popula��o possa conhecer as nossas propostas, a minha hist�ria e a minha experi�ncia como gestor. O Novo n�o usa dinheiro p�blico na campanha eleitoral e, desde sua funda��o, conta com volunt�rios para arrecadar recursos, mobilizar os eleitores e apoiar a campanha. Vamos para a rua, obedecendo rigorosamente todas as normas sanit�rias de seguran�a, em carreatas e encontros. E vamos apostar muito em tecnologia para alcan�ar o m�ximo de pessoas.”
Wadson Ribeiro (PCdoB)
“A campanha vai ser um meio termo: algumas agendas presenciais, respeitando a seguran�a e o distanciamento, mas vamos utilizar outros mecanismos, como as redes sociais, carros de som, caravanas e caminhadas. Algo que permita fazer chegar a mensagem, mas sem, necessariamente, promover o contato f�sico. A TV e o r�dio tendem a ter um papel mais importante. O PCdoB sempre teve campanhas militantes: sempre fizemos muitas visitas e plen�rias, de muito contato.”
Wanderson Rocha (PSTU)
“Teremos (antes de tomar decis�es da campanha) um semin�rio program�tico para ter uma avalia��o melhor, mas deveremos trabalhar com meios digitais para divulga��o do nosso programa, e, como estamos no campo da luta di�ria e n�o h� de fato uma quarentena geral – e nunca houve uma quarentena que garantisse um isolamento de fato, visto que o setor produtivo funcionou –, iremos, respeitando todas as medidas sanit�rias sobre isolamento social, conversar com os trabalhadores nas portas das f�bricas, nas ocupa��es urbanas, sobre o nosso programa.”
* Estagi�rios sob supervis�o do subeditor Paulo Nogueira