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Estado de Minas BOLSONARO NA ONU

'Cristofobia'? Entenda o conceito do termo utilizado por Bolsonaro no discurso na ONU

Presidente pediu uni�o mundial na luta contra a intoler�ncia religiosa; Brasil n�o est� no top-50 de pa�ses com mais casos de intoler�ncia contra crist�os


22/09/2020 17:21 - atualizado 23/09/2020 08:00

De modo remoto, Bolsonaro fez o discurso que abriu as intervenções nacionais no encontro da ONU.(foto: Marcos Corrêa/PR)
De modo remoto, Bolsonaro fez o discurso que abriu as interven��es nacionais no encontro da ONU. (foto: Marcos Corr�a/PR)
Voc� j� havia ouvido falar em “cristofobia” at� o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizar o termo em seu discurso na Assembleia Geral das Na��es Unidas (ONU)? Por meio do que chamou de “apelo”, o chefe do Executivo federal pediu que as na��es se unam para lutar contra o preconceito �s religi�es crist�s.

Dados da organiza��o n�o governamental Portas Abertas, que apoia crist�os perseguidos em pa�ses onde n�o h� liberdade para professar a f� em Jesus Cristo, o Brasil n�o est� entre as 50 na��es onde os crist�os s�o alvos de intoler�ncia.

Mestre em Estudos Culturais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a jornalista Rafaela Marques se dedica a entender quest�es sobre religi�o, cultura e Direitos Humanos. Ao Estado de Minas, ela explicou que, ao utilizar a express�o “cristofobia”, Bolsonaro faz men��o, sobretudo, aos evang�licos.

“H�, sem d�vida alguma, um preconceito direcionado aos evang�licos no Brasil. Mas esse preconceito n�o �, de maneira alguma, algo que venha tolhendo a participa��o pol�tica dos evang�licos, a participa��o na vida p�blica brasileira, a implementa��o e a expans�o de valores e bens culturais pr�prios dos evang�licos”, diz.

Segundo Rafaela, a no��o de “cristofobia”, embora j� apare�a h� alguns anos, apareceu pela primeira vez em um discurso presidencial. “� um discurso que tem rela��o com a ideia de marxismo cultural e de que h� um preconceito do campo intelectual brasileiro com os evang�licos, e que esse preconceito est� relacionado a uma ideia de pa�s genu�no, atrelado �s religi�es de matrizes africanas”, pontua.

O tal “marxismo cultural”, citado por Rafaela, � uma teoria da conspira��o disseminada por figuras de extrema-direita. Adeptos da corrente dizem lutar contra supostas tentativas de domina��o da esquerda atrav�s de h�bitos e ritos cotidianos.

Hist�rico

Segundo os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), os crist�os representam 86,8% da popula��o brasileira. De acordo com o censo de dez anos atr�s, mais de 43 milh�es habitantes do pa�s se definiam como evang�licos. 

Para Rafaela, os seguidores de correntes evang�licas e pentecostais n�o costumam sofrer repres�lias somente pelo caminho espiritual que escolheram seguir. “Sem d�vida alguma, n�o h� uma tentativa de reduzir ou minar as atividades de exerc�cio pol�tico e conviv�ncia social do segmento evang�lico. Pelo contr�rio: historicamente, o estado brasileiro se comportou dessa maneira com religi�es de matrizes africanas”, recorda.

Vale lembrar, por exemplo, que a Ministra da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves, � pastora. Marcelo Bretas, juiz fluminense conhecido pelas pris�es do ex-governador do Rio de Janeiro, S�rgio Cabral, e do empres�rio Eike Batista, tamb�m � evang�lico.

Ainda conforme a especialista, as ideias encampadas por Bolsonaro refletem simpatia do governo ao que defende Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

De acordo com a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), citando pesquisa da entidade estadunidense Pew Research Center, de 2017, dos cerca de 7 bilh�es de pessoas no mundo, aproximadamente 2,18 bilh�es de pessoas dizem professar a f� crist�.

Colaborou Philipe Santos, do Correio Braziliense


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