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Estado de Minas POL�TICA

Por 69 votos a 0, Assembleia do Rio aprova prosseguimento do impeachment de Witzel

Governador est� temporariamente afastado do cargo por decis�o do Superior Tribunal de Justi�a


23/09/2020 21:55 - atualizado 23/09/2020 22:44

O governador afastado do Rio, Wilson Witzel(foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
O governador afastado do Rio, Wilson Witzel (foto: Fernando Fraz�o/Ag�ncia Brasil)
Por unanimidade, 69 votos a 0, a Assembleia Legislativa do Rio encaminhou o afastamento do governador Wilson Witzel (PSC) nesta quarta-feira, 23, e deu abertura ao processo de impeachment contra ele por crime de responsabilidade. Caso agora vai para um Tribunal Misto. 

Atualmente, Witzel est� temporariamente afastado do cargo por decis�o do Superior Tribunal de Justi�a. Ele j� foi denunciado duas vezes pelo Minist�rio P�blico Federal por suspeitas de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.

A vota��o desta tarde se deu ap�s a comiss�o especial que analisava o caso aprovar, por unanimidade, na semana passada, o parecer do deputado Rodrigo Bacellar (SD), relator do processo. Nesta quarta-feira, 23, a derrota de Witzel voltou a ser "de goleada". Na tribuna, os discursos foram duros contra o governador.

Agora, o Tribunal de Justi�a ser� comunicado oficialmente da decis�o da Casa e, em gesto de mera formalidade, vai atestar o afastamento promovido pela Alerj. Depois, cinco desembargadores e cinco deputados v�o compor um tribunal misto para analisar a cassa��o em si do mandato. Se sete dos 10 votos forem pr�-condena��o, Witzel perde o cargo de vez. Conclus�o do processo pode durar meses.

O governador, que tinha anunciado que participaria presencialmente da sess�o, acabou se defendendo por v�deo, em transmiss�o ao vivo. "O que tem acontecido � algo absolutamente injusto, n�o tive o direito de falar nem na Assembleia e nem nos tribunais. Estou sendo linchado politicamente, sem direito de defesa. Agrade�o pela oportunidade, presidente Andr� Ceciliano, de exercer o meu sagrado direito de defesa nessa hist�rica tribuna", come�ou o governador.

Depois, Witzel disse que jamais apoiou a extrema direita que est� no poder no Pa�s, mesmo tendo sido eleito na esteira do bolsonarismo. Suas cr�ticas se voltaram tamb�m para o Minist�rio P�blico e o Judici�rio. "Por essas raz�es, estamos matando nossa democracia. O valor maior � o voto e cada mais o respeito e a for�a do voto est�o sendo solapados. Decis�es judiciais de natureza preliminares... Eu fui afastado do direito de falar, do meu direito de defesa sem poder me pronunciar", alegou.

O mandat�rio afastado subiu o tom quando se dirigiu diretamente aos deputados, que sempre o acusaram de ser fraco na atua��o pol�tica. Witzel alegou que sempre deu espa�o para conversar com os parlamentares, que teriam participado de sua gest�o. "Se eu fui omisso, todos os senhores e as senhoras foram omissos", disse, numa tentativa de relacion�-los aos esquemas apontados pelos investigadores. "E agora v�o me acusar de crime de responsabilidade?", questionou.

Em outra tentativa de jogar alguma culpa para os deputados, lembrou que a Alerj j� homenageou o ex-secret�rio de Sa�de Edmar Santos, que virou delator, com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria do Legislativo fluminense.

Durante todo o discurso, de cerca de uma hora, o governador deixou claro que j� sabia do resultado que sairia da vota��o. N�o tentou, em quase nenhum momento, reverter um jogo que j� estava fadado a perder. Preferiu dizer que a Hist�ria julgar� este momento. Lembrou, nesse contexto, o ex-presidente Fernando Collor, tamb�m alvo de processo de impeachment. "Ele disse: ‘Quem poder� me devolver aquilo que me retiraram?’ Essa � a frase hist�rica de quem sofre linchamento", alegou Witzel.

No parecer do relator, que se transformou no projeto de resolu��o votado hoje, Bacellar fala em "descaso com a vida e oportunismo com a desgra�a", j� que Witzel � acusado, entre outros desvios, de aproveitar a pandemia para praticar atos de corrup��o. Nas 77 p�ginas, o relator destaca principalmente os momentos em que o governador afastado teria atuado para firmar contratos com as organiza��es sociais Unir Sa�de e Iabas, acusadas de terem como s�cio o empres�rio M�rio Peixoto, piv� dos recentes esc�ndalos de corrup��o na Sa�de.

No caso da Unir, Witzel assinou, em mar�o, a requalifica��o da empresa. Em outubro de 2019, ap�s pareceres, as secretarias de Casa Civil e de Sa�de a haviam desqualificado, dados os ind�cios de irregularidades.

Isolado, Witzel cai sem aliados ou apoiadores

As etapas do processo de impeachment contra o governador t�m sido marcadas por derrotas de "goleada". Quando a Casa abriu o processo, foram 69 votos a favor e nenhum contra; na semana passada, 24 a 0 pr�-relat�rio da comiss�o especial. E, hoje, novo resultado acachapante. Nem no Judici�rio, o ber�o do ex-juiz, o sofrimento foi menor: ele perdeu de 14 a 1 no STJ.

Nenhum deputado saiu em defesa do mandat�rio, eleito na esteira do bolsonarismo e do discurso antipol�tica de 2018. Tamb�m n�o havia, na porta do Pal�cio Tiradentes, grupos em apoio ao governador, como � comum nesse tipo de vota��o. E as galerias da Casa estavam fechadas por causa da pandemia.

Antigos aliados, os bolsonaristas aproveitaram as ru�nas de Witzel para culp�-lo pelas mortes durante a pandemia. Ele teria, segundo esses parlamentares, "as m�os sujas de sangue". J� a esquerda, principalmente o PSOL, disse que sempre alertou para o que considera uma "pol�tica de morte" colocada em curso pelo governador desde o in�cio de seu mandato.


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