
A rixa entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ganhou mais um cap�tulo nesta quarta-feira (30/9). Isso porque Guedes disse que h� boatos de que Maia fez um acordo com a esquerda para interditar o debate sobre as privatiza��es. E avisou que est� esperando a tramita��o dessas propostas, bem como das reformas econ�micas.
"Estamos esperando. N�o h� raz�es para interditar as privatiza��es. H� boatos de que haveria um acordo do presidente da C�mara com a esquerda para n�o pautar as privatiza��es", disparou Guedes, em declara��o n�o prevista na agenda oficial do ministro, durante a apresenta��o dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Guedes apareceu na coletiva para a anunciar a gera��o de 250 mil vagas de emprego formal em agosto, o melhor resultado para o m�s desde 2010. E disse que esse dado comprova a retomada em V da economia brasileira, ap�s o choque da pandemia de covid-19. Por�m, lembrou que � preciso avan�ar na agenda de reformas para garantir a retomada do crescimento. Ele cobrou, ent�o, o avan�o dessas reformas no Congresso, sugerindo que o governo tem feito a sua parte nesse sentido.
"Estamos avan�ando com o pacto federativo no Senado. Na comiss�o mista, mandamos a primeira fase da reforma tribut�ria e vamos prosseguir. Na C�mara, j� entramos com a reforma administrativa. Da mesma forma, temos l� o setor el�trico, o veto ao saneamento, as privatiza��es. Estamos esperando", alfinetou, emendando com a cr�tica a Maia.
Guedes prosseguiu: "Precisamos retomar as privatiza��es, temos que seguir com as reformas, temos que pautar. A transforma��o, a retomada do crescimento vem pela acelera��o dos investimentos em cabotagem, infraestrutura, log�stica, setor el�trico, privatiza��es, Eletrobras, Correio. Estamos esperando. Temos tamb�m l� o Banco Central independente, temos uma s�rie de reformas".
Apesar da cobran�a, o ministro disse que o v� o Congresso "�vido por avan�ar com as reformas". Por isso, disse que est� otimista com a retomada dos investimentos e do crescimento econ�mico nos pr�ximos anos. Ele ainda garantiu que a agenda tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro, dizendo que o governo, passado o choque da covid-19, est� retomando a agenda reformista. "Reafirmamos o compromisso com as reformas", cravou.
Por conta dos recentes impasses em rela��o a pautas como o pacto federativo e o Renda Cidad�, Guedes disse, por sua vez, que o governo ainda est� conversando com os parlamentares. "Tem muita articula��o pol�tica ainda em andamento", frisou.
O ministro ainda fez um afago ao novo l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (PP-PR), que assumiu as r�deas da negocia��o depois dos impasses criados pela falta de trato pol�tico da equipe econ�mica e tem trazido o Centr�o para a base do governo. Guedes avaliou que o governo encontrou um "eixo pol�tico" e disse que "o l�der do governo avisou que h� consenso em ir avan�ando no pacto federativo".
O presidente da C�mara, Rodrigo Maia, j� entrou em rota de colis�o com o ministro Paulo Guedes diversas vezes na pandemia de covid-19. E, nessa ter�a-feira (29/9), acusou Guedes de ter interditado a reforma administrativa pelas redes sociais.
A declara��o de Maia foi publicada depois que a apresenta��o das pr�ximas etapas da reforma tribut�ria foi adiada pelo governo, por falta de consenso com os parlamentares. E o que pesa nesse descompasso � a insist�ncia de Guedes de criar um imposto similar � antiga CPMF, que, segundo o ministro, poderia bancar a desonera��o da folha, mas sofre resist�ncia de boa parte do Congresso.
Maia � um dos maiores cr�ticos � CPMF e j� disse v�rias vezes que n�o vai pautar essa proposta enquanto for presidente da C�mara. Tanto que, logo depois da resposta de Guedes, voltou a rebater o ministro. O deputado disse ao Estad�o/Broadcast que "Paulo Guedes est� desequilibrado".