

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) divulgou, ontem, o tempo de r�dio e televis�o que cada candidato a prefeito de Belo Horizonte ter� durante a campanha. Dos 15 postulantes, 11 ter�o direito �s inser��es. Jo�o V�tor Xavier (Cidadania) e o chefe do Executivo da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), ter�o mais tempo no ar, sendo, juntos, donos de mais de 50% de cada bloco, que ser�o veiculados a partir do dia 9, em duas inser��es di�rias de 10 minutos. Jo�o V�tor ter� 3min16 de cada edi��o; Kalil, 2min46. O terceiro � Nilm�rio Miranda (PT), com 1min04.
Cientistas pol�ticos ouvidos pelo Estado de Minas acreditam que, embora tenham perdido for�a com o passar dos anos – sobretudo em virtude do boom das redes sociais –, as propagandas em r�dio e TV t�m a fun��o de apresentar candidatos e propostas ao eleitorado, principalmente �s classes de menor poder aquisitivo. “Belo Horizonte vai ter muitas candidaturas jovens, de gente que nunca tentou cargos executivos. A TV vai apresentar essas candidaturas � cidade, mas a decis�o de votar est� cada vez menos relacionada ao fato de aparecer, ou n�o, na televis�o. As pessoas est�o buscando fontes alternativas de informa��o, como as redes sociais, as conversas com amigos e os grupos de WhatsApp”, opina Felipe Nunes, cientista pol�tico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A propaganda eleitoral ir� ao ar �s 13h e �s 20h30 na televis�o, e �s 7h e �s 12h no r�dio. � exce��o de Jo�o V�tor, Kalil e Nilm�rio, os outros candidatos com tempo de exibi��o gratuita ter�o menos de um minuto para expor suas ideias. Lafayette Andrada (Republicanos), vai dispor de 38 segundos — um a mais que Luisa Barreto (PSDB). Em seguida, v�m Professor Wendel Mesquita (Solidariedade), com 19 segundos; �urea Carolina (Psol), com 16 segundos; Marcelo de Souza e Silva (Patriota), com 15 segundos. Rodrigo Paiva (Novo) e Fabiano Cazeca (Pros) ter�o 14 segundos.
Na vis�o de Carlos Ranulfo, tamb�m cientista pol�tico e docente da UFMG, ter muitos minutos de propaganda gratuita pode ser ben�fico, principalmente aos que tentar�o a reelei��o — caso de Kalil na capital mineira. “O tempo de televis�o n�o � mais o que decide a elei��o em lugar nenhum do mundo, por causa das redes sociais, mas ajuda. Se voc� n�o tem nenhum tempo de TV, � sempre ruim. O tempo de televis�o � bom quando h� o que mostrar. Se a mensagem for muito ruim, o tempo n�o ajuda”, sustenta.
A base de c�lculos usada para definir o tempo leva em conta, de forma majorit�ria — 90% — o n�mero de deputados federais que cada partido tem na C�mara dos Deputados. Os outros 10% s�o divididos igualmente entre os outros partidos com postulantes � chefia do Executivo municipal. Justamente por isso, os dois candidatos com maior per�odo de exibi��o s�o donos dos maiores leques de alian�a do pleito deste ano: Jo�o V�tor tem, al�m do Cidadania, os apoios de DEM, PTB, PMN, Podemos, PSC, PL, PSB e PSL. Kalil, por sua vez, encabe�a grupo formado por PSD, MDB, Democracia Crist�, PP, PV, Rede, Avante e PDT. Se houver segundo turno, o tempo de 10 minutos ser� dividido de forma igualit�ria entre os dois candidatos, iniciando por aquele que teve o maior n�mero de votos.
Ranulfo, contudo, lembra que o presidente Jair Bolsonaro e o governador Romeu Zema (Novo) foram eleitos com pouco tempo de TV. Ele recorda ainda casos ocorridos em solo belo-horizontino: em 2016, Kalil chegou ao segundo turno com apenas 23 segundos de exposi��o em cada bloco do turno inicial. Em 1996, C�lio de Castro (PSB), que venceu o pleito daquela edi��o, tamb�m teve pouco espa�o na propaganda eleitoral obrigat�ria.
SEM R�DIO E TV
A partir deste ano, legendas com baixo desempenho na elei��o anterior ficam, segundo a legisla��o, sem direito ao tempo de r�dio e televis�o. Em BH, a regra atinge Bruno Engler (PRTB), Cabo Washington Xavier (PMB), Mar�lia Domingues (PCO) e Wanderson Rocha (PSTU). Para Felipe Nunes, o quarteto precisar� intensificar a campanha em outros meios, como a internet. “Eles v�o ter que compensar a aus�ncia do tempo de TV com o trabalho de redes. Um candidato pode n�o ter tempo de TV, mas vai aparecer na cobertura das emissoras e dos jornais”.
Carlos Ranulfo tem opini�o semelhante. Ele cr� que a aus�ncia pode trazer preju�zos aos candidatos. “N�o ter nenhum tempo de televis�o � muito ruim. O eleitor bate o olho e pensa ‘o candidato nem est� aqui’”, diz. Na audi�ncia de ontem, o TRE-MG sorteou a ordem de exibi��o para o primeiro dia de campanha eleitoral no r�dio e televis�o. O primeiro a aparecer ser� Jo�o V�tor Xavier, seguido por Professor Wendel Mesquita (Solidariedade). Alexandre Kalil, por sua vez, ser� o quarto da lista, que � fechada por Nilm�rio Miranda (veja a lista ao lado). Nos outros dias, haver� rod�zio na ordem de exibi��o.
Al�m de ser a segunda campanha com blocos de 10 minutos, esta ser� tamb�m a segunda sem hor�rios destinados especificamente aos candidatos a vereador. Eles ter�o 28 minutos di�rios, que podem ser veiculados pelas emissoras, inclusive aos domingos, em tr�s faixas de hor�rio: das 5h �s 11h; das 11h �s 18h; e das 18h �s 24h. Os postulantes � prefeitura tamb�m ter�o direito a inser��es nos intervalos das programa��es: ser�o 42 minutos a cada dia.
TEMPO DE CADA UM
Jo�o V�tor Xavier (Cidadania) 3min16
Alexandre Kalil (PSD) 2min46
Nilm�rio Miranda (PT) 1min04
Lafayette Andrada (Republicanos) 38s
Lu�sa Barreto (PSDB) 37s
Prof. Wendel Mesquita (Solidariedade) 19s
�urea Carolina (Psol) 16s
Wadson Ribeiro (PCdoB) 16s
Marcelo de Souza e Silva (Patriota) 15s
Rodrigo Paiva (Novo) 14s
Fabiano Cazeca (Pros) 14s
* Bruno Engler (PRTB), Cabo Washington Xavier (PMB), Mar�lia Domingues (PCO) e Wanderson Rocha (PSTU) n�o ter�o tempo dispon�vel
ORDEM DE EXIBI��O EM 9/10
Jo�o V�tor Xavier (Cidadania)
Professor Wendel Mesquita (Solidariedade)
Marcelo de Souza e Silva (Patriota)
Alexandre Kalil (PSD)
Lafayette de Andrada (Republicanos)
Wadson Ribeiro (PC do B)
�urea Carolina (Psol)
Rodrigo Paiva (Novo)
Lu�sa Barreto (PSDB)
Fabiano Cazeca (Pros)
Nilm�rio Miranda (PT)