�s v�speras de se aposentar no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello decidiu prorrogar por mais 30 dias o inqu�rito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro interferiu politicamente na Pol�cia Federal, como acusou o ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro. Em seu despacho, Mello autorizou o pedido feito pela PF, que teve parecer favor�vel da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
� poss�vel que o novo ministro do Supremo Tribunal Federal venha a assumir a relatoria do caso. O presidente Jair Bolsonaro indicou o desembargador Kassio Nunes Marques para ocupar a vaga de Celso de Mello, que � o decano da Corte e se aposenta no pr�ximo dia 13. � praxe no STF que novos ministros herdem os processos de seus antecessores.
H�, por�m, a possibilidade de haver uma redistribui��o de relatoria, para que o caso que amea�a Bolsonaro n�o fique nas m�os de seu indicado. O nome de Marques foi enviado pelo presidente ao Senado, com apoio do Centr�o, grupo que re�ne partidos do centro e da centro-direita. Nas redes sociais, por�m, militantes bolsonaristas se op�em � indica��o, sob o argumento de que Marques n�o � defende a agenda conservadora. Caber� aos senadores sabatinar o desembargador para confirmar ou rejeitar a nomea��o.
Celso de Mello tamb�m pediu nesta segunda-feira, 5, que o presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, inclua na pauta de julgamentos do tribunal o recurso de Bolsonaro, que busca autoriza��o para depor por escrito no inqu�rito em que � investigado.
A expectativa � de que Fux indique o processo para julgamento j� nesta quarta-feira, 07, em raz�o da proximidade da aposentadoria de Mello. Auxiliares de Fux afirmam que seria dif�cil o presidente recusar este "�ltimo pedido" do decano do STF.
Mello havia determinado que Bolsonaro prestasse depoimento presencialmente � Pol�cia Federal, que chegou a enviar of�cio ao Planalto para fazer o agendamento. Mas a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), que defende Bolsonaro no inqu�rito, solicitou que o presidente tivesse o mesmo direito antes concedido a Michel Temer, seu antecessor no cargo.
Dois ministros do Supremo, Lu�s Roberto Barroso e Edson Fachin, permitiram que Temer prestasse depoimento por escrito em inqu�ritos nos quais ele era investigado. A Procuradoria-Geral da Rep�blica concordou com o pedido da defesa de Bolsonaro.
Durante um per�odo de licen�a m�dica de Celso de Mello, o ministro Marco Aur�lio Mello, atuando em substitui��o ao decano, tomou a decis�o de suspender o inqu�rito, at� que o plen�rio do tribunal decidisse sobre o pedido da AGU.
A apura��o busca identificar se o Bolsonaro agiu ilegalmente ao determinar mudan�as no comando da Pol�cia Federal. A suspeita foi levantada por Moro, que decidiu deixar o governo ap�s o presidente demitir o diretor-geral da PF, Maur�cio Valeixo. Moro havia indicado Valeixo ao cargo e tinha nele um homem de confian�a.
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