Senador n�o sabe fun��o que exerce mulher de Kassio Marques

O senador Elmano F�rrer (Progressistas-PI) emprega em seu gabinete a mulher de Kassio Nunes Marques, desembargador federal aprovado como novo ministro do Supremo Tribunal federal (STF), mas diz n�o saber quais as fun��es que ela exerce - em troca de sal�rio de R$ 11,4 mil por m�s. "Tenho mais de 30 (funcion�rios) l�. N�o sei o que... Ela � economista, trabalha l�", afirmou F�rrer ao Estad�o. "Voc�s est�o querendo especular umas coisas. Eu n�o trato dessas quest�es administrativas de servidores, de o que fazem."

Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o senador trocou o Podemos pelo Progressistas em setembro. Na mudan�a, perdeu o direito de manter cargos na 2� vice-presid�ncia da Casa, mas ganhou espa�o na 4� Secretaria. Maria do Socorro Mendon�a de Carvalho Marques acompanhou essa dan�a das cadeiras. Acabou, por�m, levada de volta ao gabinete de F�rrer, onde come�ou a trabalhar, no ano passado, como assistente parlamentar j�nior.

"Foi o ajuste feito com Ciro Nogueira (senador e presidente do Progressistas e um dos l�deres do Centr�o). As pessoas que foram liberadas pelo Podemos foram para o partido que estou agora, o Progressistas. E ela foi uma delas", disse F�rrer. Aos 78 anos, o senador tem todos os seus funcion�rios em trabalho remoto desde mar�o. Por ser do grupo de risco da covid-19, ele tamb�m tem evitado viajar para Bras�lia.

Na sabatina que aprovou seu nome ao STF, nesta quarta-feira, Kassio Marques afirmou n�o ter informa��es sobre quais s�o as atribui��es de sua mulher. "Agora, o trabalho que ela desempenha, eu sabia, n�o sei lhe dizer... � altera��o de gabinete toda hora... Mas o que eu sabia que fazia � exatamente� Essas respostas... Porque � vindo de lideran�as, de questionamentos ao gabinete. Eu n�o sei se � o que ela desempenha, absolutamente", disse ele, em frases sem sequ�ncia, ao responder � pergunta do l�der do Cidadania, Alessandro Vieira (SE).

Marques admitiu n�o ter como responder � pergunta. "Eu realmente n�o tenho essa informa��o para lhe dar. Mas, muito provavelmente, eu tamb�m n�o sou a pessoa certa para lhe responder, que � um problema, uma dificuldade de todos os parlamentares egressos de Estados com certa dificuldade econ�mica", afirmou.

Ao Estad�o, F�rrer preferiu n�o responder quais t�m sido as atividades de Maria do Socorro durante a pandemia. "Isso � uma quest�o minha. Sou um senador, isso � uma quest�o nossa. � uma quest�o minha, de senador da Rep�blica. Todos n�s estamos trabalhando muito, inclusive eu", afirmou.

F�rrer tamb�m n�o quis contar como a servidora lhe foi apresentada e despachou o assunto para o chefe de gabinete, Solon Braga. Ele, por sua vez, disse que Maria do Socorro � economista e tem a tarefa de "acompanhar projetos" de interesse do mandato. Braga disse ainda que, mesmo no per�odo em que estava formalmente lotada na estrutura administrativa do Senado, ela dava expediente no gabinete. "A gente � que tem a responsabilidade pelo funcion�rio."

Na sabatina, Marques n�o respondeu se exerceu influ�ncia para a contrata��o de Maria do Socorro pelo senador F�rrer, seu conterr�neo. O desembargador disse acreditar que ela foi admitida porque parlamentares de Estados pequenos t�m dificuldades para levar m�o de obra a Bras�lia, por conta do alto custo de vida na cidade.

Sal�rio

Marques mencionou que um sal�rio de R$ 10 mil � pouco para a vida na capital federal. "� muito dif�cil para um parlamentar importar toda for�a de trabalho do seu Estado. O custo de vida em Bras�lia � muito alto. No Piau�, com uma remunera��o de R$ 10 mil � poss�vel que se viva com muita dignidade sem faltar nada para filhos, em escolas particulares. Em Bras�lia, pagando aluguel e colocando dois filhos na escola, n�o sobra absolutamente nada", disse.

Maria do Socorro atua no Senado desde 2012, contratada pelos ex-senadores petistas Wellington Dias e Regina Sousa. Nesses gabinetes, segundo auxiliares dos ex-parlamentares - hoje, Wellington � governador do Piau� e Regina, vice -, ela desempenhou tarefas como a de "cuidar de correspond�ncias e of�cios" e "preparar minutas de projetos". Procurada, Maria do Socorro atendeu a liga��o, mas desligou em seguida quando a reportagem se apresentou. Um familiar dela, procurado, disse que daria retorno, mas n�o se manifestou. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.