Bolsonaro nega que Pazuello sofra press�o de ala militar

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 22, que n�o h� press�o da ala militar do governo para que o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, v� para a reserva. O general da ativa foi alvo de cr�ticas ap�s anunciar a compra de 46 milh�es de doses da vacina chinesa, contrariando o discurso de Bolsonaro, que depois mandou cancelar o protocolo. "N�o tem ala militar (no governo)", afirmou o mandat�rio em transmiss�o ao vivo. "Todos os ministros que trabalham comigo s�o pessoas que t�m um compromisso com Brasil. Algum desentendimento acontece."

Mais cedo, em entrevista � r�dio Jovem Pan, o mandat�rio disse que, por serem militares, ele e Pazuello sabem que "quando o chefe decide, o subordinado cumpre". Ele apontou "precipita��o" do ministro em assinar o protocolo e falou da necessidade de ser informado sobre uma decis�o "t�o importante". Apesar disso, o presidente garantiu a continuidade do ministro cargo.

Na live desta quinta, Bolsonaro justificou que a vacina ainda n�o foi reconhecida pelo Minist�rio da Sa�de e nem certificada pela Anvisa. "Queriam que comprasse 100 milh�es de doses da vacina da China e a vacina n�o est� pronta ainda."

Desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butant�, a Coronavac contrap�s Bolsonaro e o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), que anunciou a obrigatoriedade da vacina��o no Estado.

Segundo o instituto, a Coronavac demonstrou ser o imunizante em desenvolvimento no mundo com o menor �ndice de efeitos colaterais. Os resultados de efic�cia devem sair no fim do ano, conforme revelou reportagem do Estad�o.

Obrigatoriedade

Durante a transmiss�o ao vivo, Bolsonaro refor�ou ser contr�rio � vacina��o obrigat�ria e questionou o posicionamento dos ministros da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, e da Ci�ncia e Tecnologia, Marcos Pontes, que geralmente n�o participam das lives do presidente. Pontes, que na quarta-feira, 21, disse concordar com a obrigatoriedade de vacina��o em casos "testados e comprovados", mudou de opini�o ao lado de Bolsonaro e disse que a vacina deveria ser "facultativa".

Segundo o presidente, a Anvisa "n�o vai correr" para aprovar uma vacina contra a covid-19. "N�o vai autorizar vacina em 72 horas."

Embora tenha citado a��es impetradas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tornar a vacina��o obrigat�ria, Bolsonaro disse n�o acreditar em uma decis�o nesse sentido e voltou a dizer que o Programa Nacional de Imuniza��o � compet�ncia do Minist�rio da Sa�de. "� do Pazuello, que est� muito bem. Estavam mal pra caramba, rapidamente tomou cloroquina e escapou da covid-19", afirmou o presidente. Diagnosticado com o novo coronav�rus, Pazuello participou de live mais cedo junto ao chefe do Executivo.

O presidente chamou pol�ticos que defendem a vacina��o obrigat�ria de "aprendizes de ditadores" e de "figuras hip�critas e bo�ais". "Coca-Cola, Tuba�na. Cada um toma o que bem entender."