Antagonistas na pol�tica nacional at� a elei��o de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018, o PT e o PSDB ainda polarizam as elei��es nas principais cidades da Grande S�o Paulo. O chamado "cintur�o vermelho" implodiu em 2016 no primeiro teste das urnas ap�s o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Naquele ano, o PT tinha 9 prefeituras dos 39 munic�pios da regi�o, mas ficou com apenas uma: Franco da Rocha. Al�m de S�o Paulo, onde o prefeito Fernando Haddad perdeu para Jo�o Doria (PSDB), os petistas foram derrotados em Santo Andr�, S�o Bernardo do Campo e Mau�, na regi�o do ABC, al�m de Guarulhos e Osasco.
No sentido oposto, o PSDB obteve a maior vit�ria na regi�o no que chamou de "onda azul", que tenta repetir em 2020, apesar do desgaste da sigla nos �ltimos anos. O principal palco da disputa entre petistas e tucanos � S�o Bernardo do Campos, ber�o do PT e base do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Candidato � reelei��o, o prefeito de S�o Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), que integra a executiva nacional tucana, recebeu o segundo maior repasse do Fundo Eleitoral do PSDB no Estado - R$ 750 mil. Esse valor s� � menor do que o investimento na campanha � reelei��o de Bruno Covas, que j� recebeu R$ 5 milh�es e ainda vai receber mais R$ 3 milh�es.
Assim como nas demais cidade do Grande ABC, o antipetismo � a marca no discurso dos tucanos. "A sociedade tem muito medo de que o PT volte a governar a cidade. Se eles ganharem, S�o Bernardo corre o risco de se tornar abrigo dos petistas sem cargo: d� para imaginar Dilma Rousseff na Secretaria de Habita��o, Jos� Dirceu na de Governo e Antonio Palocci nas Finan�as", disse Morando.
Uma das vitrine de sua gest�o � a F�brica de Cultura que foi constru�da onde seria o Museu do Trabalho e do Trabalhador, mais conhecido como Museu do Lula. Nas pesquisas na cidade (e registradas no TSE) Morando aparece em 1� lugar � frente do ex-prefeito Luiz Marinho, que � dirigente estadual do PT.
"Meu advers�rio � um desqualificado. Ele falar que vou trazer o Palocci � t�o absurdo quanto eu dizer que ele vai trazer o A�cio (Neves) ou o Paulo Preto. Ele n�o quer � discutir a cidade, o desastre que foi a administra��o dele. Em 2016 ele surfou a onda do �dio ao PT mas agora n�o tem mais esse mar para nadar", respondeu Marinho, que s� recebeu do PT R$ 165 mil do Fundo Eleitoral at� agora.
O ex-prefeito usou contra os tucanos o fechamento da f�brica da Ford na cidade. "Eles agiram como corretores de im�veis, ficaram oferecendo a �rea e em nenhum momento se preocuparam de fato em manter a Ford." Segundo Morando, investidores confirmaram a compra do im�vel da Ford. "Quatro grandes empresas v�o para o local."
Depois de ter sido varrido nas elei��es de 2016, o PT avalia que tem boas chances de vencer as elei��es em v�rias cidades importantes da Grande S�o Paulo como Guarulhos, Diadema, S�o Bernardo, Mau�, Osasco e Carapicu�ba. A estimativa de Marinho, que � tamb�m presidente estadual do partido, � que o PT eleja cerca de 30 prefeitos no Estado. Em 2016 foram sete.
"N�o ser� o resultado fabuloso de 2012 nem o desastre de 2016", disse ele. Segundo o candidato/dirigente petista, a polariza��o � natural nas cidades hoje governadas pelo PSDB como S�o Bernardo e Santo Andr�.
Em Santo Andr�, Carlos Grana (PT) perdeu para Paulo Serra (PSDB) em 2016. Candidato � reelei��o, Serra assiste a uma disputa na esquerda por uma vaga no segundo turno. Irm�o do ex-prefeito petista Celso Daniel, assassinado em 2002, Bruno Daniel entrou na disputa pelo PSOL e tem como advers�ria Beth Siraque (PT). O tucano adotou como mote o lema "Um futuro seguro para Santo Andr�" que remete ao "perigo" de a esquerda voltar a governar a cidade.
Antipetismo
"Existe um sentimento antipetista muito forte na cidade dentro da pr�pria esquerda, mas ainda assim o PT deve crescer", prev� Serra. J� em Guarulhos, as pesquisas registradas no TSE apontam para o favoritismo do ex-prefeito petista El�i Piet�, um quadro hist�rico do PT. A cidade, segundo maior col�gio eleitoral do Estado, com 814.342 eleitores, vive uma disputa entre Piet�, o atual prefeito Gustavo Guti (PSD) e Fran Corr�a (PSDB). "O antipetismo continua forte, mas a popula��o tamb�m se ressente da atual gest�o. Piet� tem o recall de ter sido prefeito", disse Fran Corr�a.
Ela vai receber R$ 280 mil do PSDB para a campanha. Diadema � a outra cidade que em 2016 registrou derrota para o PT. Para tentar voltar ao poder, o partido escalou Jos� de Filippi J�nior, que governou a cidade, foi secret�rio da Sa�de de Fernando Haddad e tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Seu advers�rio tucano � o vereador Ricardo Yoshio.
Para o cientista pol�tico Carlos Melo, professor do Insper, a marca do PT n�o est� hoje t�o desgastada como em 2016, mas est� longe do auge da popularidade de 2012. "A inexist�ncia de novos nomes abriu caminho para antigos prefeitos do PT, que s�o refer�ncia nas cidades", avaliou.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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