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Estado de Minas Elei��o 2020

'Campanha n�o ferveu e vive uma calmaria perigosa', diz publicit�rio mineiro

Paulo Vasconcellos j� atuou em v�rias campanhas em Minas e em outros estados


26/10/2020 07:09 - atualizado 26/10/2020 11:53


Contratado por Andrea Matarazzo (PSD) para comandar sua comunica��o na disputa pela Prefeitura, o publicit�rio Paulo Vasconcellos faz suas contas na atual corrida, marcada por uma pandemia que limitou muito as a��es: desta vez, diz ele, a campanha "n�o ferveu". Ele v� no cen�rio paulistano o crescimento do candidato Guilherme Boulos, do PSOL, com "sintomas de uma calmaria perigosa". E lembra a virada de Romeu Zema na disputa mineira de 2018.

Vasconcelos faz parte da gera��o de marqueteiros que fez campanhas milion�rias at� 2018 e � alvo de investiga��o da Lava-Jato - mas permaneceu no mercado eleitoral nos tempos de "vacas magras" imposto pelo fim do financiamento empresarial.

Aos 60 anos, ele ostenta em seu curr�culo duas corridas presidenciais - uma por A�cio Neves (PSDB) em 2014 e outra por Henrique Meirelles (MDB) em 2018. Nos dois casos dinheiro n�o era problema: foram R$ 40 milh�es para tentar eleger o tucano e R$ 26 milh�es para o ex-ministro da Economia, que pagou tudo do pr�prio bolso e teve pouco mais de 1% dos votos v�lidos.

"Havia desperd�cio e uma sensa��o de que tudo tinha que ser grandioso", contou Vasconcelos ao Estad�o. "Houve um grande reaprendizado. Eu vivi os dois momentos. Fiz campanhas com contratos fartos, como as de Meirelles e A�cio, e outras simples e baratas, como a de Mar�lia Campos pelo PT em Contagem".

Estacionado, hoje, com 1% das inten��es de voto na disputa paulistana, Andrea Matarazzo fechou com ele um contrato de R$ 1,7 milh�o. "At� 2014 e mesmo em 2016 tinha muita m�scara publicit�ria, com vinhetinha para c� e para l�. Fiz com o (Alexandre) Kalil (PSD) em 2016 uma campanha espartana, sem muita alegoria. Mas ela custou na �poca tr�s vezes mais do que a do Andrea."

Segundo ele, todos os candidatos hoje com grande tempo de TV v�o apresentar na presta��o de contas valores acima dos R$ 6 ou R$ 7 milh�es. "� imposs�vel fazer 3 ou 4 minutos de TV com o or�amento dispon�vel. Temos menos tempo de TV na campanha do Andrea, mas mesmo assim o recurso � ex�guo. Temos feito mais grava��es em est�dio e n�o fizemos jingle. � uma campanha de rela��o mais direta com eleitor, o que barateia bastante".

Trauma


O marqueteiro mineiro ficou conhecido no mercado publicit�rio por ter comandado todas as campanhas majorit�rias de A�cio, que se elegeu governador de Minas pela primeira vez em 2002. Em 2017, ele era senador quando foi gravado pelo empres�rio Joesley Batista, dono da JBS, acertando um pagamento de R$ 2 milh�es para seus advogados.

Apesar da trajet�ria profissional ligada a A�cio, Vasconcellos n�o chegou a construir rela��o de grande amizade com o hoje deputado federal, que ele ajudou a eleger duas vezes governador e a senador.

"Vi com muita, muita tristeza, esse processo todo que aconteceu com ele. O que mais machucou foi a grava��o. Den�ncias aconteceram em profus�o com v�rios pol�ticos, mas a grava��o trincou o �dolo", disse Vasconcellos.

Em dezembro de 2018, o marqueteiro foi surpreendido quando dois endere�os seus foram alvos da opera��o Ross, da Pol�cia Federal, que realizou busca e apreens�o de documentos em sua resid�ncia e sua empresa, em Brumadinho e Belo Horizonte, respectivamente.

Investigado


O publicit�rio � investigado por repasses de R$ 1,8 milh�o e de R$ 5,47 milh�es que teriam sido feitos pela Odebrecht, a pedido de A�cio, para a campanha do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas em 2010. Os processos est�o na Justi�a Eleitoral.

"N�o tem nenhuma acusa��o contra mim de mala de dinheiro e nenhuma movimenta��o banc�ria suspeita. Fui devassado pela Receita Federal. O que h� s�o dela��es que me acusam de ter feito contrato fict�cio sem ter prestado servi�o. O delator fica no lado mais confort�vel. O cara rouba a vida inteira. A� paga uma grana e vai para a casa. � assustador sofrer busca e apreens�o dez anos depois de o fato ocorrido. Isso interfere na fam�lia, na sa�de mental, no equil�brio."

Vasconcellos conta que em 2018 seu filho perdeu o emprego no mercado financeiro em fun��o do epis�dio. "Hoje est� tudo bem, mas essa � uma dor que n�o tem conserto. Mas no campo profissional n�o me afetou."

Sobre o processo eleitoral de 2020, em plena pandemia, o marqueteiro avalia que a campanha "n�o ferveu". Faltando pouco mais de duas semanas para o primeiro turno, ele tenta manter o otimismo ante o desafio de alavancar Matarazzo num processo eleitoral mais curto, sem debates com advers�rios.

Ele cita o caso de Romeu Zema (Novo), que em 2018 surpreendeu na reta final. "� poss�vel acontecer isso aqui? Talvez sim. O crescimento do Boulos e a estagna��o de Bruno e Russomanno podem ser o sintoma de uma calmaria perigosa".


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