Por causa de esc�ndalos de corrup��o envolvendo membros do Partido dos Trabalhadores, a legenda viveu uma grave crise e assistiu � retra��o de sua relev�ncia pol�tica nas �ltimas elei��es. O partido chegou a deixar de usar seus tradicionais s�mbolos, como a estrela de cinco pontas e a cor vermelha, mas retomou o uso dessa identidade visual nas Elei��es 2020.
Estado de Minas (clique aqui para ler a �ntegra da entrevista) sobre o momento pelo qual passou o PT, e sobre o crescimento do ‘antepetismo’ e do ‘bolsonarismo’, o candidato da legenda � Prefeitura de Belo Horizonte alegou que os esc�ndalos de corrup��o do PT foram ‘forjados’ para prejudicar o partido.
Questionado pelo “Em primeiro lugar, vamos falar de esc�ndalos. Governamos essa cidade por 16 anos e sempre teve 30% contra. N�o tem nada a ver com esc�ndalos. Esc�ndalos pra mim foram forjados para evitar uma elei��o democr�tica. O s�mbolo foi aquele discurso do A�cio Neves no Senado em 21 de novembro 2014, que chamou um golpe. O av� dele (Tancredo Neves) foi a pessoa que mais combateu golpes no Brasil. E foi um conservador, uma pessoa admir�vel. E logo o neto dele foi quem chamou um golpe, come�ou a romper as regras da democracia. Antes disso, havia elei��es normais”, argumentou o candidato.
Nilm�rio frisou que sempre houve avers�o de parte da popula��o ao PT e a partidos classificados como de ‘esquerda’. Ele tamb�m atacou membros da ‘direita’, citando o racismo e o machismo no Brasil.
“O C�lio de Castro tem uma frase que eu nunca esquecerei: ‘Aqui em Belo Horizonte � assim, 30% � direita. Se eu pintar as ruas de ouro, eles votam contra mim, porque eu sou da esquerda’. E � verdade. Nunca tivemos o voto de todos, mesmo com excelentes administra��es. Isso faz parte da hist�ria de BH, de Minas do pa�s. Um pa�s que teve mais de tr�s s�culos de escravid�o, que as mulheres foram votar pela primeira vez na d�cada de 30, que analfabetos passaram a votar a partir de 1988. Claro que tem uma direita forte neste pa�s! Uma direita que tem saudade da casa grande, que � racista, homof�bica, machista, patriarcalista. Mesmo quando n�o professa o �dio. Aquele �dio agressivo, destrutivo, ela � isso. Um dos pa�ses que mais mata mulheres no mundo! Que mais tem estupro de crian�as dentro de casa. Que mais tem racismo institucionalizado. Esse � o Brasil”, disse.
De acordo com o candidato, o pa�s vive um momento de exce��o, com o crescimento do ‘neofacismo’.
“Agora, o ponto fora da curva � o neofascismo. Precisamos nos livrar dele e voltar a ter um pa�s democr�tico. Com revezamento no poder. Que ganhe a direita, que ganhe a esquerda, mas que aceite o resultado. N�o fa�a como o A�cio fez”, disse.
Mesmo ap�s a crise do partido, Nilm�rio projetou um crescimento da bancada petista na C�mara de BH nestas elei��es, ficando dentro do que ele chama de ‘m�dia’ do partido e seus aliados, com aproximadamente seis vereadores.
“Na �ltima elei��o, elegemos dois do PT e um do PCdoB. Nessa elei��o que foi uma resist�ncia, porque foi um massacre. Aquelas dela��es arranjadas do Palocci (de ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil no governo Dilma), por exemplo, para derrotar o Haddad tiveram efeito sobre o PT no Brasil inteiro. Fizemos dois vereadores do PT, mesmo n�mero que t�nhamos em 1982, mas sempre tivemos uma m�dia de seis. �s vezes um pouco mais que isso, mas com coliga��es com PCdoB, PSB... � poss�vel chegar, com os votos dos eleitores que se declaram petistas, nos pr�ximos dias, provocar um segundo turno e eleger uma boa bancada, chegando o mais pr�ximo poss�vel da m�dia”, afirmou.
Rela��es com Governo Federal e Estadual
Apesar de ser de um partido de oposi��o aos que atualmente ocupam os governos estadual e federal, Nilm�rio afirmou que pretende manter uma rela��o democr�tica com o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“A (rela��o ser�) mesma que n�s tivemos. Eu fui ministro do governo Lula. Tivemos quatro governos, 16 anos, e nunca discriminamos uma cidade por ser do partido A, B ou C. Quando se discrimina uma cidade, se prejudica o povo. O Zema vai ser contra quem votou nele? Vai perseguir porque um prefeito � do PT e � contra as privatiza��es que ele quer fazer, que achamos totalmente absurdas? N�o. Tem que haver uma rela��o republicana. O que tiver que investir, tem que investir. Assim como o Governo Federal”, afirmou.
O candidato disse que se respalda na Lei para garantir que Belo Horizonte n�o seja prejudicada politicamente, caso venha a ser governada por um partido n�o alinhado � ideologia dos que comandam o pa�s e o estado.
“Felizmente, para muitas pol�ticas p�blicas, existe o pacto federativo, que diz que a Uni�o deve entrar com isso e aquilo. Se ele se recusar, voc� judicializa e a cidade ganha. Teremos uma rela��o republicana normal para tratar os governos. Uma coisa � oposi��o pol�tica, que meu partido faz de forma vigorosa ao governo Bolsonaro, que a gente chama de neofacista, de rompimento com a democracia, com a soberania nacional, antipopular. Agora, como prefeito, meu papel n�o � esse. Isso � meu partido quem faz, na C�mara Municipal, na Assembleia, C�mara dos Deputados e no Senado. O prefeito governa para todos. Mesmo quem n�o votou nele e at� quem n�o gosta dele.