�s v�speras das elei��es municipais, os movimentos "err�ticos" de Jair Bolsonaro t�m sido classificados por partidos e personalidades do centro como mais um sinal de que, passadas as disputas de novembro, ser� necess�rio construir uma frente pol�tica com musculatura para enfrentar o presidente, em 2022, e encontrar um nome que personifique a oposi��o a ele. Enquanto Bolsonaro est� em campanha pelo segundo mandato, por�m, os protagonistas do chamado "centro democr�tico" ainda batem cabe�a.
Personalismo e interesses partid�rios s�o at� agora obst�culos �s articula��es em torno de um nome que possa representar o grupo. Em busca de ades�es, h� at� tentativas de negociar uma frente ecl�tica. As conversas incluem PSDB, DEM, MDB, PSD, Podemos, Cidadania, PCdoB, PV, Rede, PDT e PSB. Os quatro �ltimos j� fazem oposi��o no Congresso.
Nada, por�m, foi adiante. Segundo integrantes desses partidos, um dos motivos � que o PSDB tenta impor o nome do governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, e o PDT, o do ex-ministro Ciro Gomes. "O fortalecimento da democracia para permitir uma composi��o futura mais ampla de campos democr�ticos vai exigir capacidade de di�logo, de discernimento e humildade. Temos de administrar o contradit�rio, com menos radicalismo e mais entendimento", disse Doria ao Estad�o, ao negar ser um entrave para a constru��o de um nome.
O tucano se tornou o principal advers�rio de Bolsonaro. Sob press�o de seguidores nas redes sociais, o presidente afirmou que "a vacina chinesa do Doria" n�o seria comprada. "Deixe a elei��o de 2022 para outro momento, presidente", rebateu o governador. Ontem, Bolsonaro acusou Doria de aumentar impostos; o governador o chamou de "desinformado".
Apesar do estilo conflituoso do presidente, pesquisa da Confedera��o Nacional do Transporte (CNT) com o Instituto MDA - divulgada anteontem - mostrou que a atua��o do governo na pandemia de covid-19 � aprovada por 57%. A concess�o do aux�lio emergencial alavancou a popularidade de Bolsonaro. O aux�lio termina em dezembro e, na tentativa de garantir a continuidade dos repasses, o presidente busca tirar do papel o programa Renda Cidad�.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o marqueteiro Jo�o Santana chamou a aten��o para essa guinada de Bolsonaro, que, segundo ele, "quer deixar de ser o her�i moral para ser o her�i social".
"Precisamos construir um projeto alternativo a essa quadra de desmantelo. Isso exige que os homens p�blicos deixem suas diferen�as de lado", afirmou Ciro Gomes, candidato derrotado na disputa de 2018 ao Planalto e nome anunciado para 2022. Para ele, essa constru��o "n�o � f�cil, mas absolutamente necess�ria para o Brasil".
Nenhuma das conversas para a forma��o dessa frente de centro inclui o ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro, poss�vel candidato em 2022. Mas, na vis�o de pol�ticos que procuram levar adiante o plano contra o presidente, o ex-juiz quer "criminalizar" a pol�tica e faz voo solo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA