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Estado de Minas ENTREVISTA/CABO WASHINGTON XAVIER (PMB) CANDIDATO � PBH

Cabo Xavier diz que criar� banco municipal de desenvolvimento em BH

Policial militar, candidato a prefeito da capital, diz que, se eleito, tamb�m retomar� o di�logo com a popula��o


31/10/2020 04:00 - atualizado 31/10/2020 00:06

"Iremos implementar o banco municipal de desenvolvimento econ�mico, buscando recursos na esfera federal, estadual e internacionais" (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


Em todas as entrevistas das quais participou desde que se tornou candidato � Prefeitura e Belo Horizonte, o policial militar Edmar Washington Xavier teve que responder � mesma pergunta, sobre uma aparente incoer�ncia: Por que um homem foi escolhido para ser o representante do Partido da Mulher Brasileira (PMB) na corrida eleitoral da capital? Segundo Cabo Xavier, n�o houve interesse de nenhuma mulher de seu partido – nem da sua vice, a gestora de tecnologia da informa��o e graduanda em gest�o ambiental Paula Maia, de 36 anos – de encabe�ar a chapa. Questionado sobre qual a plataforma do PMB, o candidato respondeu: “Homenagear a mulher. Incentivar a participa��o da mulher na vida pol�tica, que � pequena. N�o por falta de espa�o. Muitas vezes por falta de interesse”. Cr�tico ferrenho da administra��o do prefeito Alexandre Kalil (PSD), a quem chama de “tirano” e “arbitr�rio”, Cabo Xavier diz que sua prioridade, se eleito, ser� recuperar o di�logo com a comunidade. “O atual governo se fechou no mundo dele e fechou as portas ao di�logo com segmentos da sociedade”.


Qual a sua prioridade para BH caso seja eleito?
O primeiro passo � restabelecer o di�logo, que n�o existe na gest�o atual. O atual governo � tirano, arbitr�rio e se fechou no mundo dele. Temos um programa chamado ‘Eu, Prefeito’. � convidar o cidad�o, para ser prefeito da sua rua, do seu bairro, estabelecendo conselhos consultivos para participar das tomadas de decis�es da PBH. O prefeito � um servidor do povo e tem que servir as pessoas com humildade, sem estere�tipos de vaidade. As decis�es ser�o tomadas por meio de um aplicativo, em que as pessoas v�o votar as prioridades do bairro, classificando de acordo com a capacidade econ�mica do munic�pio.

Qual o principal e mais urgente problema da cidade?
BH tem muitos problemas, foi abandonada com pretexto de um discurso (do prefeito) de que n�o era pol�tico, n�o iria fazer nada. Realmente n�o fez e deixou piorar o que funcionava. Vamos come�ar pela mobilidade urbana. Precisamos implementar a rede do metr� com o monotrilho, integra��o nas esta��es, com ciclovias onde a topografia permitir. Um cart�o �nico integrado, para que a pessoa possa ter transporte de qualidade, moderno, usando energia limpa e econ�mico. Outro problema urgente s�o as enchentes. Tenho um projeto chamado ‘BH Esponja’, que � incentivar os moradores a criar dentro do seu im�vel, orientados por projetos t�cnicos da PBH, uma caixa de capta��o de �gua. Isso vai reduzir as enchentes e resolver o problema do per�odo das secas. E vamos incentivar quem fizer isso com abatimento no IPTU.

O senhor falou em metr�, monotrilho, integra��o. Qual o custo estimado e de onde vir�o recursos para concretiza��o desses projetos?
O prefeito n�o sabe tudo, por isso ele tem assessorias t�cnicas. Nossos t�cnicos � que v�o cuidar de dados de como ser�o os percentuais. O que temos � vontade de fazer a coisa certa. Isso se faz com parcerias. Estamos saindo de um momento de pandemia para nova realidade, que ser�o as parcerias p�blico-privadas.

Mas qual � o custo estimado?
Mais uma vez, digo que essas quest�es t�cnicas � a secretaria t�cnica que far� o levantamento. Hoje n�o estou na prefeitura e n�o tenho como mensurar dados t�cnicos para apresentar.

A extens�o do metr� est� na pauta de v�rios candidatos h� anos. Mas parece que o monotrilho se tornou o novo metr�, pois � citado pelo senhor e outros candidatos. A que o belo-horizontino pode se apegar para acreditar que essa promessa n�o ser� apenas mais um sonho?
� s� olhar quem est� prometendo. Eu n�o sou mandat�rio. Muitos dos candidatos que est�o prometendo isso est�o no mandato h� anos e nunca apresentaram essa proposta como parlamentar. Essa � a grande diferen�a do que quero ser. Cito o exemplo do prefeito de Colatina (ES), S�rgio (Meneguelli, Republicanos), que abriu m�o das regalias. Capina lote, ajuda a pintar marquises das ruas, viadutos, cuida dos jardins, com simplicidade. Esse � meu referencial. � o que quero ser para BH. Sem muita firula, sem muita coisa t�cnica. Com simplicidade. Colatina hoje � refer�ncia no mundo.

Sem dem�rito a essas atividades, o senhor acha o prefeito tem tempo para sair capinando, varrendo? A complexidade dos problemas de BH pode ser comparada aos de uma cidade como Colatina?
E por que n�o? O que me proponho n�o � sair capinando Belo Horizonte, mas ser simples e economizar a m�quina p�blica. Quando eu me referencio nele, falo da sua transpar�ncia, honestidade e vontade de fazer. E a coisa deu certo.

Como recuperar o tempo perdido na educa��o por causa da pandemia?
Se a pandemia persistir, precisaremos de medidas como cria��o de uma junta permanente de assist�ncia social, psicol�gica e pedag�gica para alunos, pais e professores. Fomos pegos de surpresa por uma situa��o adversa com a qual muitos pais e professores n�o est�o sabendo lidar. � necess�ria a concess�o de internet para acesso remoto �s aulas, com parcerias p�blico-privadas. BH � polo de startups de tecnologia e a PBH n�o utiliza essas parcerias. Vamos procurar parcerias tamb�m com redes de TV, a exemplo de alguns pa�ses, em que canais criaram programas de acordo com a faixa et�ria. Programas l�dicos, atrativos que prendem a aten��o das crian�as e passam ensinamentos para crian�as.

A pandemia prejudicou, al�m da educa��o, a economia de BH. Qual o seu projeto para recuper�-la?
Iremos implementar o banco municipal de desenvolvimento econ�mico, buscando recursos na esfera federal, estadual e internacionais. Vamos liberar linha de cr�dito para pequenos e microempreendedores, grandes respons�veis pela circula��o de servi�os, com juros irris�rios e prazo bem dilatado. A outra (medida) ser� a parceria p�blico-privada com entidades que oferecem cursos profissionalizantes para que quem fechou seu neg�cio tenha nova forma��o e possa ser recolocado no mercado de trabalho. Tamb�m propomos incentivos fiscais, como abatimento no IPTU. Vamos colocar a fiscaliza��o n�o para ir l� ferrar o comerciante que j� est� sufocado. Vamos ter um corpo t�cnico. Conversei com a Fecom�rcio, com o CREA e todos eles reclamaram de falta de di�logo do atual governo.

Qual o seu diagn�stico da Sa�de em BH? Quais os n�meros, gargalos e o que fazer para resolv�-los?
Sa�de tamb�m passa pelo di�logo e pela parceria p�blico-privada. Temos pr�dios ociosos no munic�pio, que podem ser usados em parceria com m�dicos. A PBH pode fazer concess�o de comodato por 30, 40, 100 anos para um grupo de m�dicos, ajudar na estrutura, compra de equipamentos mais baratos e os m�dicos da rede privada atenderem ali com uma concess�o de 50% das vagas para a rede p�blica. Vamos disponibilizar um aplicativo para que consultas mais b�sicas possam ser realizadas por teleconfer�ncia. Isso impacta tamb�m na mobilidade urbana. Imagine que se 10% da popula��o de BH sai todos os dias para fazer uma consulta b�sica. Se fizerem isso de casa, pelo aplicativo, vamos desafogar o tr�nsito. H� tamb�m quest�es urgentes para a mulher. Temos que ter acompanhamento, sobretudo para gestantes. Nasci dentro de um carro, porque o primeiro hospital n�o quis receber minha m�e, que estava em trabalho de parto. Tentando achar outro hospital, nasci por volta de 23h15 em frente ao Pal�cio das Artes. Queremos priorizar pol�ticas p�blicas em defesa da mulher.
 
Falando em mulher, o senhor � candidato pelo Partido da Mulher Brasileira. N�o � uma incoer�ncia?
Diversas vezes fui perguntado sobre isso. Algu�m comentou no Facebook: “Ser� que o cabo virou mulher?” Vamos parar com essa palha�ada, com esse preconceito. Estamos lutando tanto contra essas diferen�as, desigualdades. N�o estamos aqui lutando se sou homem, se sou mulher. Queremos fazer o melhor para todos, indiferente de ra�a, cor, g�nero, classe social. O que tem que ser proposto � que homens e mulheres s�o iguais em deveres e obriga��es, e t�m que ser respeitados, seja qual for o partido. Se n�o tivesse o Partido da Mulher, a mulher n�o poderia ser candidata por nenhum outro?

Qual � a plataforma do seu Partido da Mulher Brasileira?
Homenagear a mulher. Incentivar a participa��o da mulher na vida pol�tica, que � pequena. N�o por falta de espa�o. Muitas vezes por falta de interesse.

Por que a sua vice n�o � a candidata?
Ela n�o quis. � uma quest�o de vontade e de respeito � vontade. A�, come�a o respeito � mulher, quando a gente respeita o posicionamento das pessoas.

Estamos longe de ser iguais em direitos. Mulheres, negros, popula��o LGBT, pessoas com defici�ncia sofrem por falta de igualdade de direitos em BH. Qual a sua plataforma de governo para diminuir a desigualdade?
Governar para todos. Temos que ter pol�tica de estado, n�o de governo. Pol�tica de governo visa um posicionamento pol�tico-partid�rio dentro de um contexto. Vou dar um exemplo. Temos uma rua sem asfalto, com esgoto a c�u aberto, sem ilumina��o adequada, sem seguran�a. Venho como prefeito e melhoro aquela rua, coloco uma base de pol�cia cidad� comunit�ria. A�, vou atender todo mundo daquela rua, onde mora negro, branco, crente, ateu, h�tero, homo, pessoas de todos os jeitos.

Como o poder p�blico pode ajudar pessoas que n�o t�m as mesmas oportunidades a terem uma vida mais digna?
Temos pol�ticas para o desenvolvimento econ�mico, como a cria��o do banco municipal, isen��o de taxas. Isso vai gerar emprego e renda. Oportunidade de a pessoa ter uma renda m�nima, com acesso � forma��o gratuita e recoloca��o no mercado de trabalho. Quando se gera renda, se tira uma pessoa da situa��o de necessidade e de depend�ncia do poder p�blico. D� a ela dignidade e oportunidade.

O senhor fala em isen��o de impostos, que diminuir� a renda do munic�pio e em cria��o de um banco. De onde v�o sair recursos para a cria��o do banco? E a isen��o de impostos n�o vai agravar ainda mais a situa��o financeira do munic�pio?
N�o, porque os impostos no Brasil est�o sempre acima da m�dia. H� um gasto p�blico excessivo e a gente vai ter condi��o de fazer esse enxugamento. Sobre o banco, vamos buscar parcerias nos governos federal e estadual e em mecanismos internacionais de ajuda humanit�ria.

Qual foi o or�amento de BH para 2020?
N�o sei responder. Essas quest�es v�o ficar a cargo da minha equipe t�cnica. N�o sou t�cnico em administra��o. Sou te�logo e graduando em direito. Mas acredito que com uma boa equipe, vamos estar a par de todas essas coisas para fazer uma boa gest�o. Esses dados muitas vezes s�o para deixar o candidato numa situa��o dif�cil.

Como o senhor quer governar sem saber a receita da cidade?
Com honestidade, boa vontade pol�tica, simplicidade, amor. Muitos candidatos que vieram com dados t�cnicos, programa de governo, n�o realizaram nada, roubaram a cidade. Colocaram BH no rumo do atraso e n�o resolveram nada disso. Precisamos de gente com boa vontade pol�tica, honestidade, e eu tenho essas caracter�sticas.

O senhor fez v�rias cr�ticas ao governo Kalil. Qual o pior erro da administra��o atual? E o que o senhor tira de positivo?
De positivo n�o tiro nada. E o ponto crucial negativo � o sufocamento do com�rcio com o pretexto de defesa da vida. Foi um posicionamento pol�tico-ideol�gico para confrontar o governo estadual, para o qual ele pretende concorrer nas elei��es daqui a dois anos.

Na pandemia o senhor acha que n�o seria adequado promover o isolamento social, conforme recomendado pelas autoridades de sa�de?
A vida est� acima de qualquer outro bem. � o nosso maior patrim�nio. Mas existiam outras formas de fazer isso. Deveria ter feito um conselho participativo, deveria ter medidas de isolamento. Mas come�ou cedo demais, estendeu demais e sufocou o com�rcio.
 

PERFIL

Edmar Washington Xavier
  • Idade: 48 anos
  • Naturalidade: Belo Horizonte
  • Estado Civil: casado
  • Filhos: dois
  • Forma��o: te�logo e estudante de direito
  • Carreira: candidato a vereador em Governador Valadares em 2008 e 2012 e a deputado estadual em 2014 e 2018


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