
O governo brasileiro tomou um empr�stimo de US$ 1 bilh�o (cerca de R$ 5,7 bilh�es na cota��o atual) com o Banco Mundial. O recurso ser� usado na amplia��o do Bolsa-Fam�lia em 2021, conforme informou ontem o Banco Mundial. “O projeto financiar� a amplia��o do programa, e expandir� a prote��o para ao menos 1,2 milh�o de fam�lias pobres que continuar�o a precisar de apoio ap�s o fim do aux�lio emergencial", informou o Banco Mundial.
A institui��o considera a amplia��o do Bolsa-Fam�lia importante, “uma vez que as medidas de aux�lio emergencial t�m prazo para expirar, e o mercado de trabalho continua devagar”. Al�m disso, o Banco Mundial lembrou que “a recupera��o da crise do novo coronav�rus deve acontecer de maneira gradual e desigual, com milhares de fam�lias a mais precisando de ajuda em 2021”, o que pode aumentar a pobreza no pa�s em 2021.
“Essa parceria com o Banco Mundial nos permitir� incluir fam�lias que se tornaram temporariamente pobres ou que n�o estavam cadastradas no programa anteriormente,” disse o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, ao Banco Mundial. A expectativa � que 3 milh�es de pessoas, incluindo 990 mil crian�as e jovens e 7 mil ind�genas, estejam entre os 1,2 milh�o de fam�lias que poder�o ser inclu�das no Bolsa-Fam�lia por meio desses recursos. Com isso, o n�mero de fam�lias atendidas pelo programa de transfer�ncia de renda deve chegar a 15,2 milh�es.
Essa � a mesma previs�o apresentada pelo governo no Projeto de Lei Or�ament�ria Anual (PLOA) de 2021, que prev� a destina��o de R$ 34,8 bilh�es para o atendimento de 15,2 milh�es de fam�lias pelo Bolsa-Fam�lia no pr�ximo ano, mas n�o destina nada para o Renda Brasil.
''Essa parceria com o Banco Mundial nos permitir� incluir fam�lias que se tornaram temporariamente pobres ou que n�o estavam cadastradas no programa anteriormente''
Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania
O financiamento com o Banco Mundial, por sinal, foi acordado em meio ao impasse sobre a fonte de recursos do Renda Brasil. O governo e o Congresso ainda n�o encontraram uma forma de bancar o programa que o presidente Jair Bolsonaro gostaria de criar para substituir o Bolsa-Fam�lia e o aux�lio emergencial em 2021. Por isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, j� vem avisando que, se n�o houver solu��o dentro do teto de gastos, acha melhor deixar o Renda Brasil para depois e voltar ao Bolsa-Fam�lia em 2021.
Investimento
Ontem, Guedes tamb�m disse, em reuni�o com o setor industrial, que “o que reduz desigualdade social � investimento”. A ideia � que, ao movimentar a economia, os investimentos produtivos gerem emprego e renda e, consequentemente, reduzam a necessidade de programas sociais como o Bolsa- Fam�lia e o aux�lio emergencial.
O ministro indicou ainda que o governo tamb�m estuda usar os recursos de organismos internacionais como o Banco Mundial para estimular os investimentos no pa�s. Afinal, hoje o governo n�o tem caixa para elevar os investimentos p�blicos e os empres�rios brasileiros t�m se queixado das taxas de juros de longo prazo, que subiram diante das incertezas do mercado em rela��o ao rumo das contas p�blicas brasileiras.
Esses organismos internacionais, por outro lado, t�m caixa e ainda costumam oferecer taxas mais baratas. Por isso, al�m da parceria com o Banco Mundial, h� uma expectativa de amplia��o da carteira brasileira no Banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que passou a ser comandado pelo brasileiro Marcos Troyjo, ex-secret�rio de Com�rcio Exterior do Minist�rio da Economia, neste ano.
Guedes garantiu aos empres�rios do setor industrial, contudo, que est� confiante na vinda de investidores estrangeiros para o pa�s no pr�ximo ano. Isso porque o ministro v� uma recupera��o acelerada da economia brasileira ap�s o choque da COVID-19, e acredita que o pa�s vai tirar as reformas econ�micas do papel, passando mais confian�a a esses investidores.