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Estado de Minas POL�TICA

Apoiados por Bolsonaro derrapam em pesquisas


01/11/2020 16:00

Passados dois anos da onda que elegeu governadores, senadores e deputados, a associa��o ao nome do presidente Jair Bolsonaro deixou de ser uma vantagem eleitoral na disputa pelas prefeituras das principais cidades do Brasil. Nas dez maiores capitais do Pa�s a maior parte dos candidatos ligados ao bolsonarismo est� no p� da tabela das inten��es de voto ou tem escondido a figura do presidente para evitar a queda nas pesquisas.

Em Manaus, Porto Alegre, Belo Horizonte, Bel�m, Curitiba e Salvador os candidatos associados ao presidente n�o chegam aos dois d�gitos nas sondagens mais recentes. Em S�o Paulo, Bolsonaro foi retirado do jingle da campanha de Celso Russomanno (Republicanos), embora, anteontem, tenha se encontrado com o candidato. No Recife, o presidente sumiu da campanha de seus aliados. Em Fortaleza, o l�der das pesquisas, Capit�o Wagner (PROS), agradece ao aceno feito pelo presidente, mas se define como "independente".

No ber�o pol�tico de Bolsonaro, o Rio, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) colou sua imagem � do presidente e foi recebido para um caf� da manh� anteontem. Mas enfrenta dificuldades na campanha e corre o risco de ficar fora de um eventual segundo turno. Al�m do mau desempenho da maior parte de seus aliados, Bolsonaro procurou intensificar sua participa��o nas campanhas municipais e gravou v�deos para aliados como Crivella e Russomanno.

Pesquisas do Ibope mostram que a taxa de reprova��o do presidente � maior que a de aprova��o em oito das dez maiores capitais brasileiras.

Para o cientista pol�tico Jos� �lvaro Mois�s, da Universidade de S�o Paulo (USP), o poss�vel arrefecimento da onda bolsonarista pode ser reflexo de uma insatisfa��o com o presidente que n�o � t�o n�tida nas pesquisas nacionais sobre a avalia��o do governo. "O que est� ocorrendo � um movimento cl�ssico: quando o eleitor tem a oportunidade de avaliar o governo, menos no sentido imediato, do dia a dia, e mais no m�dio e longo prazo, ele aproveita essa ocasi�o, se n�o est� satisfeito, para mudar o governo."

Mois�s compara esse movimento ao que ocorreu com o PT em 2016, ap�s a Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff. "Na primeira oportunidade que teve, o eleitor varreu o PT do mapa", disse o professor.

A soci�loga Esther Solano, professora da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) e da Universidade Complutense de Madri, que tem entrevistado desde 2015 o eleitorado de direita, ressalta que, apesar da rejei��o � figura de Bolsonaro, a agenda bolsonarista continua forte. "Tem uma diferen�a entre a personagem e a pauta. E a pauta continua muito forte."

Liga��o

Depois de limar o presidente da propaganda de TV nesta semana, o marqueteiro Elsinho Mouco decidiu seguir o roteiro do Pal�cio do Planalto. A ideia, segundo ele, � refor�ar a liga��o com o chefe do Executivo federal na reta final da campanha. "A presen�a do presidente estanca a queda, independentes da rejei��o", disse o marqueteiro. A pesquisa Ibope mais recente mostrou uma queda de cinco pontos nos �ltimos 15 dias, mas Russomanno continua empatado tecnicamente com Bruno Covas (PSDB) no limite da margem de erro - de tr�s pontos porcentuais para mais ou para menos.

No Rio, Crivella est� estagnado nas pesquisas de inten��o de votos em segundo lugar e tecnicamente empatado com a deputada estadual Martha Rocha (PDT) - ele oscilou positivamente dentro da margem de erro, segundo o Ibope de anteontem. Nos comerciais e santinhos, a imagem de Bolsonaro � presen�a constante ao lado de Crivella.

Candidato a prefeito de Belo Horizonte, o deputado Bruno Engler (PRTB) adotou Bolsonaro como s�mbolo de sua campanha e declarou diversas vezes que pensa "absolutamente igual" ao presidente. Nas redes sociais, o presidente anunciou na semana passada que apoiar� a candidatura de Engler e disse que, se eleito, o candidato ter� uma "linha direta com a Presid�ncia. Nas mais recentes pesquisas de inten��o de voto em Belo Horizonte, Engler apareceu com 3%, ante 58% do atual prefeito, Alexandre Kalil (PSD).

Em Porto Alegre, uma das capitais onde Bolsonaro tem maior rejei��o, os candidatos que tentam explorar a liga��o com o presidente, Gustavo Paim (PP) e Valter Nagelstein (PSD), patinam na casa dos 2% das inten��es de voto, segundo o Ibope. "Tenho um alinhamento, claro que gostaria de receber o apoio dele. Com 28% de aprova��o j� � o suficiente para ir ao segundo turno", disse Paim.

Aprova��o

Entre as dez capitais mais populosas, Bolsonaro tem mais aprova��o que reprova��o apenas em Manaus e Curitiba. Mas, mesmo nestas cidades, candidatos ligados ao bolsonarismo apresentam desempenho ruim nas pesquisas. Em Manaus, Coronel Menezes (Patriota), que tem apoio expl�cito do presidente, oscilou de 6% para 5% nas duas pesquisas feitas pelo Ibope na cidade, no dia 14 e na quarta-feira passada. � apenas o sexto colocado na disputa, liderada por Amazonino Mendes (Podemos), com 24%. J� em Curitiba, Fernando Francischini (PSL) tem 6% das inten��es de voto e Marisa Lobo (Avante), 1%. A disputa � liderada pelo candidato a reelei��o, Rafael Greca (DEM), com 46%.

Em Fortaleza, aliado se define como independente

A maior exce��o entre as grandes capitais � Fortaleza. Ao Estad�o, o candidato do PROS, Capit�o Wagner, agradeceu o aceno feito pelo presidente � sua candidatura em uma transmiss�o pelas redes sociais.

Apesar disso, disse ter uma hist�ria pr�pria na pol�tica e ser independente de padrinhos. "Recebemos com alegria o aceno de apoio do presidente � minha candidatura. E n�o acreditamos que haja preju�zo neste apoio. Nossa trajet�ria na pol�tica sempre foi feita sem apadrinhamentos pol�ticos", afirmou. Segundo o Ibope do dia 14 de outubro, Wagner tem 28%, ante 23% de Luizianne Lins (PT) e 16% de Jos� Sarto (PDT).

Candidato do DEM � prefeitura do Recife, o ex-ministro da Educa��o Mendon�a Filho come�ou a campanha indicando que colaria sua imagem em Bolsonaro. O nome escolhido para a coliga��o foi "Recife acima de tudo", muito parecido com o slogan de Bolsonaro em 2018. Mas, ao longo da campanha, o ex-ministro n�o associou sua imagem � do presidente.

"O nome da coliga��o sinaliza que a cidade deve estar acima das fam�lias Campos e Arraes, mas de qualquer forma a grande maioria dos eleitores bolsonaristas est� alinhado com minha candidatura", disse Mendon�a. Nas �ltimas pesquisas, Mendon�a passou a ter a terceira coloca��o amea�ada pela candidata do Podemos, Delegada Patr�cia, associada ao lavajatismo - que j� disse ser simp�tica ao presidente, mas tamb�m nega o r�tulo de candidata do Planalto. A uma r�dio local, ela disse que candidatos que querem a paternidade de Bolsonaro ter�o "DNA negativo".
O candidato Jo�o Campos (PSB) lidera com 31% das inten��es, segundo o Ibope divulgado na quinta-feira passada. Sua prima, Mar�lia Arraes (PT), tem com 18%; Patr�cia, 16%; e Mendon�a, 13%.

Em Salvador, capital onde o Ibope registra a maior desaprova��o ao presidente, apenas Cezar Leite (PRTB) empunha a bandeira do bolsonarismo explicitamente. Vereador, ele tem 1% das inten��es de voto.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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