No Rio, candidatos apelam a 'padrinhos'

Uma disputa pela segunda vaga no segundo turno marca os �ltimos dias da corrida pela Prefeitura do Rio. Enquanto o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e a deputada federal Benedita da Silva (PT) nacionalizam as campanhas e apelam aos respectivos "padrinhos" - o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva -, a deputada estadual Martha Rocha (PDT) concentra ataques em Crivella, com quem disputa eleitores, e faz acenos � esquerda, destaca o Estad�o.

Segundo a mais recente pesquisa Ibope, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) lidera a corrida eleitoral no Rio, com 32% das inten��es de voto. Em seguida aparecem Crivella e Martha Rocha, com 14%. Benedita tem 9%. Como a margem de erro da pesquisa � de tr�s pontos porcentuais, os tr�s est�o tecnicamente empatados.

Depois de uma campanha que n�o empolgou e de uma gest�o marcada por suspeitas de corrup��o, Crivella ganhou apoio expl�cito de Bolsonaro nesta reta final. O presidente gravou um v�deo que tem sido veiculado pelo candidato do Republicanos repetidamente no hor�rio eleitoral gratuito.

Para o estrategista da campanha do prefeito, Rodrigo Bethlem, muitos eleitores ainda n�o sabem quem � o candidato de Bolsonaro na cidade. O presidente teve dois ter�os dos votos v�lidos na capital fluminense no segundo turno de 2018. "H� um eleitorado conservador que precisa ser comunicado", disse Bethlem. Segundo o Ibope, a rejei��o a Crivella � de 55%.

A aproxima��o com o presidente tamb�m ocorreu em meio a movimentos de Crivella para agradar bolsonaristas. Na semana passada, a prefeitura liberou praticamente todas as atividades na cidade que tinham sido suspensas por causa da pandemia do coronav�rus. A medida incluiu praias, restaurantes self-service e pistas de dan�a. Bolsonaro questiona o isolamento social como forma de conter a dissemina��o do v�rus.

Assim como Crivella, Benedita tamb�m aposta em um "padrinho". Lula tem aparecido em grava��es e em v�deos nas redes sociais pedindo votos para a candidata, que j� foi sua ministra. Na sexta-feira e no s�bado, Benedita tamb�m participou de eventos com o ex-presidenci�vel do PT Fernando Haddad. A ida do ex-prefeito ao Rio foi uma forma de suprir a aus�ncia de Lula, que tem evitado viajar por causa da pandemia do novo coronav�rus.

J� a estrat�gia de Martha Rocha, que passou de 8% para 14% na pesquisa Ibope e registra a rejei��o mais baixa entre os quatro primeiros colocados na disputa, mira Crivella. "Somos a candidatura que vai tirar Crivella do segundo turno. O pior prefeito da hist�ria do Rio merece uma resposta j� dos cariocas", escreveu a pedetista nas redes sociais na sexta-feira passada.

Em outra mensagem de aceno a um poss�vel voto da esquerda, Martha afirmou ser uma "candidata progressista". "Eu entendo que a maior quest�o que a gente tem que enfrentar agora � a desigualdade social." Al�m de Benedita, concorre neste campo pol�tico Renata Souza (PSOL), que tem 2% de inten��es de voto, segundo o Ibope. Ao Estad�o, Martha e Benedita defenderam uma alian�a da esquerda caso uma delas avance na disputa municipal.

L�der

A campanha de Paes deve continuar a destacar sua gest�o (2009-2016), quando o Rio sediou eventos internacionais, como a Olimp�ada, e a comparar sua administra��o com a de Crivella. O principal bord�o do ex-prefeito diz que "o Rio vai voltar a dar certo".

Em outra linha, Paes tenta minar o crescimento de Martha Rocha. A campanha do DEM tem veiculado v�deos que mostram dados negativos da gest�o dela na Pol�cia Civil. Tamb�m associam a ex-delegada ao ex-governador S�rgio Cabral (MDB), que comandava o Estado quando ela chefiou a corpora��o. Preso, Cabral j� foi condenado a mais de 300 anos de pris�o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.