
“Estou estou bastante frustrado por n�o conseguir vender uma estatal nesses quase dois anos de governo. � bastante frustrante”, disse Guedes, nesta ter�a-feira (10/11), durante a abertura do evento "Boas pr�ticas e desafios para a implementa��o de pol�tica de desestatiza��o do governo federal", realizado pela Controladoria-Geral da Uni�o (CGU).
Ao refor�ar a defesa das privatiza��es, Guedes disse que ela “est� acima da pol�tica partid�ria”, mas reafirmou que reduzir o peso do estado � fundamental para o pa�s se transformar em uma economia de mercado. “Precisamos recompor o nosso eixo pol�tico para fazer as privatiza��es prometidas na campanha”, defendeu, sem dar novos prazos ou citar quantas estatais pretende vender. “Temos que avan�ar nosso programa aqui”, frisou.
De acordo com o ministro, a falta de avan�o na agenda de privatiza��es foi o motivo por ele ter perdido a colabora��o do empres�rio Salim Mattar na Secret�rio Especial de Desestatiza��o. E acrescentou que o substituto de Salim, Diego MacCord, s� tem que fazer “um gol para ganhar” – ou seja, vender uma estatal.
O ministro demonstrou otimismo com o novo marco regulat�rio do saneamento b�sico, que deve ajudar, por exemplo, na venda da Cedae, empresa de �gua e esgoto do Rio de Janeiro. Contudo, parou de prometer vender quatro estatais “nos pr�ximos 90 dias”, como fazia nas falas constantes com operadores de mercado. Ele sempre salienta a recupera��o r�pida da economia com curva em V, algo que os mais otimistas evitam arriscar devido �s incertezas da retomada diante de uma nova onda de cont�gio da covid-19, como ocorre na Europa. Entretanto, n�o tratou disso no evento da CGU.
Guedes ainda refor�ou que o governo carrega "estatais e im�veis ineficientes" e reconheceu que seus dados estavam muito otimistas. Salientou que, antes de assumir o cargo, achava que o governo tinha R$ 1 trilh�o de estatais e R$ 1 trilh�o de im�veis, devido �s estimativas de dois bancos feitas para ele. Mas reconheceu que o n�mero � um pouco menor e que “superestimou", principalmente, "o valor de im�veis”.
O chefe da equipe econ�mica destacou, ainda, que a privatiza��o vai ser uma consequ�ncia do processo de transforma��o e de abertura da economia que pretende continuar implementando. “N�s devemos � democracia essa transforma��o do Estado. Isso est� acima da pol�tica partid�ria”, destacou. Ele criticou o Congresso por n�o conseguir avan�ar com as promessas de desestatiza��o e voltou a dizer que o “timing da pol�tica” n�o � o mesmo que ele gostaria.
Fen�meno chin�s
Guedes reconheceu que a privatiza��o no Brasil ser� mais complexa. Contou que tem estudado a China porque “� um fen�meno de mercado” e est� incomodando os pa�ses do Ocidente. O ministro lembrou o processo de crescimento do pa�s asi�tico, desde a entrada na Organiza��o Mundial de Com�rcio (OMC), transformando-se em uma economia de mercado dentro de outra totalmente estatizada, durante as duas �ltimas d�cadas. Segundo o ministro, o governo chin�s tentou vender algumas estatais, mas n�o conseguiu. E, enquanto isso, foi ocorrendo um movimento interno de abertura em �reas como Hong Kong, onde o capital entrou.
“Por intelig�ncia e para sobreviver, (a China) mergulhou nos mercados globais e deixou a China de mercado dentro da China estatal. A China de mercado nova que surgiu tem 200 milh�es de chineses fora da China. Tem um Brasil fora da China”, destacou Guedes, acrescentando que tem mais chineses migrando para Portugal do que brasileiros.
“Ap�s afundarem na Idade M�dia, (os chineses) ressurgiram com muita for�a como economia de mercado. Essa � a China da inova��o, do 5G, que, inclusive, vem assustando o Ocidente”, disse, explicando o porqu� da guerra comercial com os Estados Unidos, que � a segunda maior economia do planeta.