Deputados e ativistas bolsonaristas investigados nos inqu�ritos das fake news e dos atos antidemocr�ticos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) passaram a atuar na campanha municipal de S�o Paulo em favor do candidato do Republicanos, Celso Russomanno. O refor�o de apoiadores identificados com a ala ideol�gica dos bolsonaristas deixou a campanha de Russomanno mais radical nas redes sociais. Na quinta-feira, 12, � tarde, a menos de 100 horas da elei��o, mais de 1.500 postagens vinham sendo feitas por hora no Twitter.
O movimento coincide com a queda do candidato do Republicanos nas pesquisas de inten��o de voto. Conforme o mais recente levantamento Ibope/TV Globo/Estad�o, Russomanno est� em empate t�cnico dentro da margem de erro com Guilherme Boulos (PSOL) e M�rcio Fran�a (PSB). De acordo com a pesquisa, os tr�s disputam uma vaga num eventual segundo turno com o prefeito e candidato � reelei��o Bruno Covas (PSDB).
Boulos, que ultrapassou Russomanno no levantamento, se tornou alvo de publica��o de acusa��es tidas como falsas pela Justi�a Eleitoral.
O candidato do PSOL obteve, no come�o da noite de quarta, uma liminar que obrigou a retirada do ar do v�deo que deu in�cio � campanha. Boulos foi acusado de contratar duas produtoras "laranja" para atuarem em sua campanha, por um montante superior a R$ 525 mil. A prova do delito seria o fato de que as produtoras n�o est�o instaladas nos endere�os que contam nos cadastros da Junta Comercial do Estado.
A hist�ria foi veiculada pelo blogueiro Oswaldo Eust�quio - que chegou a ficar cinco dias preso em junho por causa das investiga��es sobre os ataques ao STF - e repercutida por diversos perfis com memes e a hashtag "#LaranjalDoBoulos".
Russomanno retransmitiu essas informa��es como tamb�m gravou um v�deo sobre o caso, que foi distribu�do pelo WhatsApp.
Entre os propagadores da not�cia falsa sobre Boulos est�o os deputados estaduais Douglas Garcia (PTB, ex-PSL), investigado pelo Minist�rio P�blico paulista por liga��o com "gabinete do �dio" na Assembleia Legislativa de S�o Paulo, e Gil Diniz (PSL) - ambos tiveram os gabinetes alvo de busca e apreens�o.
Russomanno cobrou esclarecimentos de Boulos no debate promovido pela Folha de S. Paulo, na quarta. Boulos reagiu dizendo que o advers�rio estava em "desespero".
Na sa�da do evento, Eust�quio gravou v�deo, abordando Boulos com os mesmos questionamentos. O candidato chamou de "vagabundo" o blogueiro, que respondeu com gritos. Esses dois v�deos passaram a ser retuitados.
A campanha do PSOL afirmou � Justi�a que as empresas existem e est�o prestando servi�os. Segundo a campanha, uma delas, a Filmes de Vagabundo, � da diretora Amina Jorge, que registrou a produtora em seu endere�o residencial. A campanha afirmou tamb�m que, em dezembro de 2018, a diretora se mudou, mas n�o fez a atualiza��o cadastral.
A outra empresa, Kyrion, conforme as alega��es do PSOL � Justi�a Eleitoral, atua na pesquisa e an�lise de dados e est� com os funcion�rios trabalhando em home office, "raz�o pela qual n�o h� atividade de campanha na sede administrativa da empresa".
Em sua decis�o, o juiz eleitoral Em�lio Migliano Neto, acatou pedido do PSOL e afirmou que "o v�deo, como se verifica pelos trechos degravados, � integralmente dedicado � propaga��o de mentiras". Ele escreveu ainda que "o cen�rio delineado pela mat�ria produzida pelo representado (Eust�quio) n�o encontra lastro nem sequer em ind�cios".
A retirada do v�deo, entretanto, n�o evitou que a hist�ria seguisse sendo divulgada.
O jornal O Estado de S. Paulo procurou a campanha de Russomanno e o gabinete de Douglas Garcia, mas n�o obteve resposta. Oswaldo Eust�quio e Gil Diniz n�o foram localizados. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA