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Estado de Minas POL�TICA

Planos de governo viram ativo para aspirante � C�mara


14/11/2020 07:50

Candidato a vereador, Gabriel Cassiano (PDT), de 23 anos, preparou um programa de mandato mais detalhado do que o apresentado por alguns dos postulantes � Prefeitura. Com 133 p�ginas, o plano � resultado de cinco meses de estudos em parceria com nomes conhecidos da pol�tica, como os dos ex-ministros da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira e Ant�nio Delfim Netto. Ana Mielke (PSOL), de 42, seguiu a mesma estrat�gia
"As pessoas querem saber as nossas opini�es e ideias sobre temas importantes da cidade", diz a jornalista, que concorre com outras 2 mil pessoas no pr�ximo dia 15 �s 55 vagas da C�mara.

Em ano de pandemia e com as campanhas quase que totalmente voltadas para as redes sociais, candidatos a vereador resolveram aproveitar o "espa�o" da internet para discorrer n�o s� sobre suas trajet�rias pol�tica ou pessoal, mas tamb�m assumir compromissos caso ganhem voz e direito a voto no Pal�cio Anchieta.

"Vereador em S�o Paulo � uma esp�cie de deputado de um Pa�s. S�o 12 milh�es de habitantes, o que torna fundamental a constru��o de um projeto de desenvolvimento", diz Cassiano, que se apresenta como "o candidato de Ciro Gomes" na capital e tem como foco projetos de gera��o de renda para a juventude. Apesar da idade, esta ser� sua segunda disputa. Em 2018, ele tentou uma vaga na Assembleia Legislativa de S�o Paulo, assim como Ana Mielke. N�o se elegeram. Ele teve 10.338 votos e ela, 26.582.

Jornalista e ativista pol�tica h� 20 anos, Ana desenvolveu seu programa de governo a partir de encontros tem�ticos com especialistas e eleitores. "Fizemos rodas de conversa online para ouvir as demandas da popula��o", afirma. O resultado foi um plano dividido em dez eixos, com 10 a 15 propostas em cada um.

Entre os vereadores que tentam mais um mandato neste ano, Police Neto (PSD) � um dos que apresentam suas propostas em diversas �reas, como sustentabilidade, emprego e sa�de. Se vencer a quinta elei��o consecutiva para a C�mara, o parlamentar de 47 anos diz que pretende trabalhar, por exemplo, para garantir a inclus�o digital em todas as regi�es da cidade, para "tornar permanentes os benef�cios do home office".

Na lista de propostas apresentada em seu site est�o ainda sugest�es como "implantar o �nibus por aplicativo" e criar servi�os veterin�rios de "teleconsulta", para evitar o estresse animal. O vereador afirma que a campanha mais digital permite a apresenta��o de mais conte�do. "E, com isso, uma significativa qualifica��o na abordagem das propostas e, ao mesmo tempo, mais exig�ncia por parte do eleitor." Segundo Police, � "absolutamente fundamental, e o m�nimo que se espera de um candidato, ele elaborar e apresentar propostas consistentes para restabelecer a confian�a dos eleitos em seus parlamentares", diz.

Soninha Francine (Cidadania) tamb�m deixa clara suas posi��es, especialmente sobre temas considerados pol�micos por outros parlamentares, como a defesa da popula��o LGBT. A vereadora afirma que entre seus projetos priorit�rios est� a destina��o de emendas parlamentares (recursos do or�amento) para contrata��o, por exemplo, de vagas em hot�is para moradores de rua ou pagamento de cursos profissionalizantes para essa mesma popula��o.

"Compreendo que � importante a candidata ou o candidato se manifestar sobre todos os temas de interesse da cidade, inclusive aqueles que est�o fora do alcance do Legislativo municipal. Desde que fique claro para as pessoas que n�o � algo sujeito � autoridade do vereador, � bom saber o que se pensa sobre mat�rias nacionais, internacionais. Ajuda a prever sua postura nos debates futuros. Al�m disso, um mandato parlamentar tem a possibilidade de influenciar em assuntos diversos por meio de estudos, investiga��es e articula��o", diz Soninha.

Coletivo

Representante da candidatura coletiva Todos pela Acessibilidade, Bruno Beraldin (PSDB), de 39 anos, contou com a experi�ncia dos cinco integrantes do grupo para criar propostas que atendam �s diversas necessidades das pessoas com defici�ncia. Mas n�o s�: ouviu representantes de diversos setores para saber a viabilidade de cada ideia e colheu sugest�es de eleitores. "� fundamental ter propostas claras e poss�veis. Assim, voc� pode come�ar o mandato com um norte", diz o candidato.

O coletivo luta por uma cadeira no Legislativo paulistano, hoje sem nenhum representante da categoria. A ideia de unir cinco pessoas, todas com experi�ncias de vida diferentes, � justamente ampliar as chances de vit�ria. "Nas elei��es passadas, os partidos procuravam pessoas com defici�ncia, que tinham seus 3 mil votos, e esse montante ia para as lideran�as partid�rias. Unidos, temos um potencial de boa vota��o."

Quando foi vereador em G�lia, 16 anos atr�s, Beraldin conta que j� trabalhava com propostas. Na ocasi�o, ele chegou a registrar o compromisso em cart�rio. "Eram 11 pontos, dos quais consegui cumprir sete. O legal de trabalhar com proposta p� no ch�o � poder falar quantas deram certo, quantas n�o deram. � realista."

Nestas elei��es, ele v� a apresenta��o de planos de governo como tend�ncia entre os vereadores. "� um trabalho que deve ser levado em considera��o pelo eleitor na hora da tomada de decis�o", afirma o candidato. Entre as ideias colocadas no site do coletivo est� a substitui��o da frota atual de �nibus por ve�culos de piso baixo, para tornar o transporte mais acess�vel a pessoas com defici�ncia.

Cautela

O cientista pol�tico Humberto Dantas diz que a apresenta��o de planos de governo por parte de candidatos a vereador � uma iniciativa "interessante", mas requer cuidados por parte dos eleitores.

"O ideal � ver se as coisas em que esses candidatos acreditam fazem sentido com aquilo que o partido deles defende. E, al�m disso, compreender se est�o fazendo promessas executivas ou, de fato, defesa de ideias", afirma o especialista.
A viabilidade das propostas e a compet�ncia s�o outros pontos a serem checados. "Alguns falam que v�o �construir� ou �entregar�, o que � uma fal�cia", lembra Dantas.

Isso porque vereadores n�o t�m compet�ncia, por exemplo, para propor leis que gerem custos ao munic�pio - podem, no m�ximo, autorizar a Prefeitura a faz�-lo.

Por isso, os candidatos a vereador ao prometer que v�o "construir" hospitais, pra�as ou escolas est�o tentando enganar o eleitor.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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